Reuniões Finais Presenciais?

No Secundário que regressou a aulas presenciais tem a sua lógica. No Básico, nem tanto. Não me choca por aí além, mas não acho que tenha especiais vantagens, em especial se há tanta gente entusiasmada com as vídeo-coisas. Pessoalmente, já sabem, havendo, haverá que mobilizar vitualhas, ao nível da iguaria doce (ou salgada, que os queijos também caem bem, se devidamente acompanhados), que justifiquem a deslocação. Só pela companhia, depende.

TortasMosca

Inspecções Deflacionárias?

De acordo com noticiário recente, exactamente 100 escolas (não 102, nem 97) estarão em processo de inspecção para que não inflaccionem as notas de final do ano do Secundário. Não sei bem que diga acerca deste tipo de tentativa de prevenir a gravidez antes do acto em si com base na intimidação (as reuniões ainda estão a semanas de distância). Eu acho que funciona apenas q.b. quando “cada profissional [inspector] passa dois dias em cada estabelecimento de ensino para entrevistar a direcção pedagógica e os professores, analisar documentos e as respostas dos alunos a um questionário online”. O terceiro dia é para fazer o relatório, onde se apontarão os eventuais indícios (ou não) de avaliação excessiva. Mas se ainda não houve reuniões e já estão no terreno, algo aqui me escapa, porque imagino tanta forma de isto ser contornado e nem sequer dou Secundário há 30 anos. E quando fui vigiar exames de 12º ano num então conhecido externato lisboeta, não passei da primeira vigilância, porque já então tinha um feitio “problemático”.

Se acham que isto funciona, por mim tudo bem. Mas acho fraquinho como “regulação”. Porque a falta de decoro e ética profissional dificilmente se controlam assim. Ainda para mais porque isto parece ser uma necessidade nascida de uma medida tomada pelo próprio governo, que agora desconfia da forma como pode ser colocada em prática.

Já agora… só uma ideia adicional, se é que querem mesmo “moralizar” certos abusos. No dia dos exames a certos “cadeirões”, façam umas visitas surpresa (mas daquelas a sério, não das que são anunciadas de véspera ou que são conhecidas por telepatia) a certos estabelecimentos onde há muito se houve falar de atrasos estranhos no arranque da realização das provas ou coloquem sensores 🙂 junto aos quadros (analógicos ou digitais) das salas (é verdade que se for em pavilhões será mais complicado) para que dispare um alarme se lá for escrito ou apresentada qualquer coisa depois das instruções iniciais com o código da prova, o horário da realização e aqueles outros elementos costumeiros. Entre outras estratégias que me ocorrem.

Eu não acredito em bruxas, nem sequer em bruxarias, mas lá que tenho ouvidos, não posso negar.

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Pensamentos Da Pandemia – 25

Que a quente, ainda em choque, com um vasto historial de abusos policiais racistas nos E.U.A., se proponha em Minneapolis um voto pelo desmantelamento da Polícia é algo que se pode vagamente (sublinho o “vagamente”) compreender. Ou que queiram reduzir o seu orçamento, mesmo se essa posição fique a tropeçar em si mesma, como há uns dias na CNN, quando uma activista foi questionada acerca de quem chamaria, à noite, se ouvisse alguém estranho a entrar-lhe em casa.

Agora que por cá, alguns pensadores “alternativos” queiram aproveitar a onda para insinuar propostas similares é ultrapassar uma linha de razoabilidade que nenhum activismo, por mais demagógico, deveria arriscar, se quer manter alguma credibilidade fora da tertúlia da sala de debates do colectivo pensativo.