Como se diz, muito prosaicamente, no trailer: “someone has to lose”.
Como se diz, muito prosaicamente, no trailer: “someone has to lose”.
Tem uns nacos giros: OAL 2020a21.
Em especial quanto aos regimes misto e não presencial. Veja-se o caso do misto:
3. O professor titular de turma ou os docentes da turma, sob coordenação do respetivo diretor, devem adaptar o planeamento e execução das atividades letivas e formativas, incluindo, com as necessárias adaptações, as medidas de apoio definidas para cada aluno, garantindo as aprendizagens de todos;
4. Os docentes devem fazer o registo semanal das aprendizagens desenvolvidas e das tarefas realizadas no âmbito das sessões síncronas e do trabalho autónomo, recolhendo evidências da participação dos alunos tendo em conta as estratégias, os recursos e as ferramentas utilizadas pela escola e por cada aluno;
5. O diretor de turma deve garantir a articulação eficaz entre os docentes da turma, tendo em vista o acompanhamento e a coordenação do trabalho a realizar pelos alunos, promovendo a utilização proficiente dos recursos e ferramentas digitais, bem como o acesso equitativo às aprendizagens.
Quanto ao não presencial:
2. (…)
c) Cabe à escola adequar a organização e funcionamento do regime não presencial, fazendo repercutir a carga horária semanal da matriz curricular no planeamento semanal das sessões síncronas e assíncronas;
d) As sessões síncronas e assíncronas devem respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos, promovendo a flexibilidade na execução das tarefas a realizar;
e) O conselho de turma deve adequar as opções curriculares, as estratégias de trabalho, o trabalho interdisciplinar e de articulação curricular, desenvolvidos com a turma ou grupo de alunos, às especificidades do regime não presencial.
Curiosamente, a inclusão só pode ser presencial:
Apoio aos alunos no âmbito da educação inclusiva
1. No âmbito dos regimes misto e não presencial, o apoio aos alunos para quem foram mobilizadas medidas seletivas e adicionais, de acordo com plano de trabalho a estabelecer pela Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI), em articulação com o diretor de turma ou o professor titular de turma do aluno, deve ser assegurado em regime presencial, salvaguardando-se as orientações das autoridades de saúde.
2. Devem também ser assegurados presencialmente os apoios prestados no Centro de Apoio à Aprendizagem, na valência de unidade especializada, bem como os apoios prestados por técnicos, relativamente aos alunos para os quais foram mobilizadas medidas adicionais.
3. Devem ainda assegurar-se em regime presencial as respostas especializadas das escolas de referência no domínio da visão e da educação bilingue dos estabelecimentos de educação especial e os apoios prestados no âmbito do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância.
Será que percebem que algumas das crianças e jovens nestas situações pertencem a grupos de risco?
E depois há aquela coisa de ter sido prolongado o 3º período, mas, ao que parece, para pouco ou nada. A EMAEI ganha um doce, restando saber se chega para fazer todo o trabalho em tempo útil.
2. O reforço do crédito horário em resultado da aplicação das fórmulas previstas nos pontos anteriores é exclusivamente utilizado para a recuperação e consolidação das aprendizagens, nomeadamente através do apoio educativo e coadjuvação de aulas.
3. Cada agrupamento de escolas ou escola não agrupada terá um crédito horário adicional de até duas horas letivas semanais, destinado exclusivamente à EMAEI.
4. No ano letivo de 2020/2021, as primeiras cinco semanas destinam-se à recuperação e consolidação das aprendizagens, identificadas em função do trabalho realizado com cada aluno no ano letivo 2019/2020.
Quanto às “mentorias” (lá está… uma ideia que na sua essência é positiva, o pior é o resto), é impressão minha ou o ponto 14 é confuso:
14. A coordenação e acompanhamento do programa mentoria é efetuado pelo coordenador dos diretores de turma. Cabe ao coordenador do programa mentoria em articulação com cada diretor de turma:
a) Proceder à planificação das atividades a desenvolver, bem como o acompanhamento da sua execução;
b) Apoiar o aluno mentor no desenvolvimento das suas atividades, nomeadamente na criação de hábitos de estudo e de rotinas de trabalho;
c) Promover a interligação com os diretores de turma e com o professor tutor, quando aplicável, informando-os das atividades desenvolvidas pelos alunos no âmbito do programa;
d) Promover um ambiente favorável ao desenvolvimento de competências pessoais e sociais;
e) Envolver a família do aluno na planificação e desenvolvimento do programa.
É impressão minha ou algumas alíneas não fazem sentido? Mas então é no aluno mentor que se vão criar hábitos de estudo e rotinas de trabalho (eu sei, alguém falhou ali uma parte da frase)? E vamos colocar o director de turma a promover a articulação entre si mesmo e o professor tutor (“quando aplicável”). E as alíneas d) e e) não são perfeitamente supérfluas?
Tiveram tempo para fazer isto com um pouco mais de cuidado. E que com um doutoramento europeu e tudo, esperava um pouco mais de uma “técnica especialista” a ganhar bem acima do topo da carreira docente com pouco mais de 35 anos. Ou limitou-se a passar o rascunho a limpo?
Maio: DGS/DGE, sobre o regresso dos 11º e 12º anos:
Com base na evidência científica atual, este vírus transmite-se principalmente através de:
− Contacto direto: disseminação de gotículas respiratórias, produzidas quando uma
pessoa infetada tosse, espirra ou fala, que podem ser inaladas ou pousar na boca, nariz ou olhos de pessoas que estão próximas (< 2 metros).
Julho; DGEstE/DGE/DGS, para o ano 2020/21:
a. As mesas devem ser dispostas, sempre que possível, junto das paredes e
janelas, de acordo com a estrutura física das salas;
b. As mesas devem estar dispostas, preferencialmente, com a mesma orientação. Pode ainda optar-se por outro tipo de organização do espaço, evitando uma disposição que implique ter alunos virados de frente uns para os outros;
c. Sempre que possível, deve garantir-se um distanciamento físico entre os alunos e alunos/docentes de, pelo menos, 1 metro, sem comprometer o normal funcionamento das atividades letivas.
Que é feito dos 400 ou mesmo 500 milhões de euros? São alegadamente 125 para meios humanos (e já sabemos como isto funciona, pois a prática nunca corresponde à propaganda) e o resto para meios tecnológicos caso exista nova emergência? Não chega… de modo algum. Nem sequer para a renovação do que já está obsoleto e é equipamento “fixo”.
(calma que a Efacec vai levar muito dinheiro e a TAP nem se fala, mesmo despedindo pessoal aos milhares…)
Quanto ao resumo das medidas, quer-me parecer que a maior das medidas vão tornar o ano profundamente penoso, demonstrando que só há “autonomia e flexibilidade” quando se trata de passar a responsabilidade pela “operacionalização” para os outros.
As novas medidas para o ano letivo de 2020/21, que começa entre 14 e 17 de setembro:
Uma primeira dúvida, resultante da observação directa do que se passou com o regresso dos 11º e 12º anos: o uso da máscara é obrigatório a partir do 2º ciclo em todas as circunstâncias dos portões para dentro? E no espaço circundante? Vão continuar a acontecer os ajuntamentos habituais nas imediações, nas entradas e saídas?
E os intervalos reduzidos ao mínimo será a melhor das ideias? Não acabará por provocar maior concentração de alunos? Não será melhor fazer horários com intervalos desfasados entre anos de escolaridade? Eu sei que é complicado, mas…
Não podem desaparecer.
Se um@ alun@ não fez nada de especial até 13 de Março e conseguiu ter 6, 7, 8 níveis abaixo de três e no regime E@D nada fez, o normal é manter as classificações anteriores. Não é uma questão de descer seja o que for, apenas é impossível subir qualquer coisa, em especial quando a explicação d@ EE é “o telemóvel estragou-se”, após ter respondido no inquérito E@D que tinha meios tecnológicos e acesso a banda larga. E nunca mais dar sinal, apenas voltando a mostrar preocupação oportuna na altura da matrícula.
Há limites para a admissibilidade de “justificações”.
A seguir ao ministro Tiago, veio dizer que Portugal fez mal em não abrir as escolas todas mais cedo, pois – diz ele – “temos agora o exemplo vivo” [sic… duplamente] de que não se deram casos de transmissão dentro das escolas. E começou a dizer que praticamente todos os países europeus tinham aberto as escolas, o que é rematadamente falso.
Ora bem… para além disso em primeiro lugar, não sei se é bem assim, essa do “exe,plo vivo” (faz-me lembrar a retórica do “dever cívico”). A propaganda vale o que vale. É como com os lares de idosos… se somarmos tudo o que se sabe aqui e e ali, excede largamente os números oficiais, mas parece que não. Enfim.
Em segundo lugar e mais importante… o problema em si não é a transmissão “dentro das escolas”, mas tudo o que envolve o regresso às aulas e pode ser levado para casa. Se o pessoal urbanito da geração do Ricardo Costa (se repararem, os grandes críticos da não abertura das aulas andam quase todos pela mesma idade e é gente com “responsabilidades” e pouco tempo para “perder” com petizada sem aulas ) não entende isso, nada a fazer. É como com a manutenção de centenas de novos casos positivos em Portugal, dando a entender-se que é problema apenas de uns bairros. Quem defendeu o desconfinamento e logo se via, nem fala disso ou fala como se fosse tudo natural e nada de mais.
O Boris Johnson era mais ou menos assim até ter levado com a coisa na sua própria testa.
De acordo com ele, o próximo ano lectivo poderá ser:
Confesso que nada disto me tinha ocorrido.
Também falou em mais professores, psicólogos e horas para tutoria, o que fará o camarada Mário, em princípio, feliz. Resta saber se vai ser mesmo assim.
(ahhhh… e mais semanas de aulas para os mais novos… vai ser fartar até dizer chega, chega, chega…)
… com o E360/Escola 360, não seria de esperar que o Portal das Matrículas aguentasse o acesso dos utilizadores (até abaixo do expectável, em contexto de pandemia) sem obrigar as pessoas a acordar de madrugada ou a ficar até altas horas da noite para aquilo funcionar de forma satisfatória?
Os relatos que me chegam de muitos conselhos de turma desta semana são pavorosos, como se a situação de pandemia justificasse tudo e mais alguma coisa. A casta que já antes estava instalada, de gente que acha que sabe muito porque até fez esta ou aquela formação oficial em estudos bíblicos, tomou o gosto pelo poder e decide o que bem entende, atropelando qualquer critério ou procedimento em vigor, sempre “em nome do interesse dos alunos”. Quem antes não fazia nada passou a ter direito a 10 automático; quem pouco ou nada fez, apenas demonstrando existir passou a ter direito a 14, porque certas auto-proclamad@s madresteresas ou mandelas de agrupamento ou escola não agrupada passaram a ter poder de mando sobre quase tudo e não hesitam em atropelar o que lhes parece a mais ténue desconformidade em relação às suas crenças míopes e tantas vezes medíocres. Que conseguem fazer vencer na base de uma variante nada soft de bullying.
Ainda bem que sou “básico”.
E isto é já o futuro.