Dia: 14 de Julho, 2020
Pela Margem Sul
O município do Barreiro decide a “Aquisição de uma plataforma de Gestão Municipal de Educação” à empresa CTT Contacto, SA, aparentemente especializada na distribuição de publicações municipais, publicidade e flyers. Sim, há antecedentes e isso também é curioso. Especialmente pela margem sul. Pode ser o início (ou continuação) de uma boa amizade, se a razão for a tradicional “falta de recursos próprios”, o que, contudo, seria estranho em quem pretenda gerir a educação a nível municipal.
A Ler
Mais ou menos a quantidade de um Portugal:
New York City: How Does a District with More than One Million Students Plan to Reopen?
A partir deste artigo:
How the city’s “plan” for re-opening schools highlights the cruel inequities of class size as never before
124 Dias Depois
Regressei e não me espantei muito, porque o portão estava no seu sítio, bem como portas, paredes, armários, mesas e papelada que lá foi deixada em meados de Março, acrescida de mais alguma. Máscara já a uso há muito tempo e até banhei as mãos em gel mais vezes do que a média, pois estive a arquivar material defunto e a relocalizar processos para o próximo ano.
Uma quase certeza: o próximo ano será mais estranho do que este e não sei se o que anda a ser feito (pelo que ouço de diversas origens) é o mais adequado a prevenir o que não será já um imprevisto. Há fortes possibilidades das cinco semanas para “recuperar aprendizagens” acabarem interrompidas por um surto, vaga, pico ou algo assim. Talvez fosse mais interessante começarmos a pensar em compilar materiais para colocar online, por forma a permitir aos alunos aceder a partir de Setembro, de forma assíncrona e ao seu ritmo, a uma espécie de “módulos temáticos” sobre os tais conteúdos não leccionados ou por consolidar.
Já me parece menos útil que andem por aí a querer invetários, aluno a aluno, do que eles terão aprendido ou não no período do E@D. Isso é tão válido ou legítimo quanto inventariarmos tudo o que não aprenderam desde Setembro de 2019. Ou de 2018. Poderá proporcionar êxtases a quem agora tem forms a juntar a excéis, formulários a grelhas, mas há métodos melhores e mais gratificantes – julgo eu – de atingir um qualquer apogeu sensorial, digo, intelectual.
E quanto ao futuro 10º ano, em especial quando os alunos mudam de agrupamento/escola? Acham que as futuras turmas serão homogéneas nesse aspecto e que será possível, em regime presencial, acudir a tudo o que não foi possível fazer/aprender/consolidar?
Quanto a horários… sei que coisas bem pensadas, embora um pouco mais complexas, andam a ser derrotadas pelo utilitarismo dos interesses individuais ou de clique dominante.
A velha normalidade, portanto.