Breves Lições Dos “Bate-Papo”

  • Em primeiro lugar, fica claro quem é verdadeiramente o califa do ministério, mesmo que ostente apenas o título de vizir. É ele que sabe, é ele que comunica e explica, é ele que está em proximidade. Todos sabem(os) isso há muito, mas é sempre bom que se perceba com clareza.
  • Há director@s que precisam de uma mão que os guie em todos os caminhos, por forma a tudo poderem fazer de acordo com as regras, o figurino e a sebenta oficial. Ninguém quer correr riscos e verdadeiramente “inovar”, não vá o raio da inovação não ser a certa e certificada pelo vizir e seus fiéis.
  • Qualquer “oportunidade” que pudesse existir para que pudessem repensar-se alguns aspectos do “paradigma” foi ignorada por completo no que à preparação do próximo ano lectivo diz respeito.
    • O calendário é como os antigos mas mais extenso, apesar de terem levado anos a dizer que os alunos estão muito tempo na escola;
    • As turmas ficam como estavam, fazendo-se apenas uns retoques nos horários, mesmo se há por aí quem proclame há c’anos que o importante é centrar tudo no aluno, individualizar e diferenciar. Mas, mesmo com perigo de contágios, fica tudo na mesma e só como excepção será diferente. Porque todos cabem nas salas, sempre que possível ou não.
    • Quanto à avaliação e assiduidade, fica tudo como estava, em especial se os níveis singulares de sucesso deste ano se puderem replicar pois – é natural – quem vai querer explicar, daqui a um ano, que “cara a cara” (sendo possível) os alunos terão menos sucesso do que à distância tiveram este ano?
    • As provas externas já têm data marcada, incluindo as do Secundário, por muito que se diga que deve ser – lá está – “repensado” o acesso ao Ensino Superior. Que não deve ser feito com pressas? Certo, mas nem sequer está na “agenda” deste mandato.
    • Há uma enorme consideração da tutela pelos professores em termos retóricos mas, caso digam que têm este ou aquele risco, mesmo que o regime evolua para misto ou não-presencial, se não estão em condições de se meter com centenas de alunos na escola, metam atestado e pronto. Não interessa se depois não quem os substitua e a petizada fique com intervalos de 90 ou 100 minutos.

Em suma… esqueçam todas aquelas tretas que andam por aí os cortesãos a espalhar sobre a necessidade de se repensar o “modelo” herdado do século XIX, de reconfigurar o paradigma educativo, adaptando- ao século XXI, que já vai bem avançado. Há quem defenda isso com convicção e fé, porque é como com qualquer fundamentalista religioso agarrado às barbas do filho de Deus, do profeta ou do primeiro Buda (que não sei se tinha barbas), que não consegue sair da sua “caixa” enquanto critica os outros por não saírem da deles.

Mas também há quem ande a espalhar o Verbo apenas porque lhes facilita a vidinha, financia formações e dá lugar de destaque na Corte da Situação. E o “54” e o “55” têm dado muito que comer e beber. No fundo, o que querem é chegar ao fim do mandato e apresentar um sucesso inaudito que irão atribuir às suas políticas, mesmo que isso tenha sido conseguido à custa de uma emergência em que a larga maioria dos professores decidiu que os alunos não tinham culpa das circunstâncias e passaram muitos em conformidade, desde que tivessem dado alguma prova de vida a partir de meados de Março.

janus

5 opiniões sobre “Breves Lições Dos “Bate-Papo”

  1. Distanciamento mínimo 2 m, nas escolas 1, se possível. NÃO é possível com as orientações para o novo ano escolar!!!!
    Eles sabem. Mentem na mera possibilidade.
    30 pessoas dentro de uma sala com 50m, tudo ao “molho”, com a benção da Graça!!!!!!
    Nos refeitórios e bares, das escolas, tudo ao “molho”!!!
    Diretores felizes, instalados em gabinetes com ar condicionado e longe das salas de aula, calados que nem ratos para garantirem o tacho até à reforma.
    Escandaloso.
    Comunicação social…VENDIDOS.
    E falam do Bolsonaro e do Trump!!!!
    Mais uma nota foi um escândalo (na nossa imprensa!) quando o Bolsonaro deixou de fazer a soma dos casos de covid. Ninguém abriu a boca quando aqui o governo deixou de dar os casos de covid por distrito, manobra de manipulação de bem maior alcance.
    Isto significa concordar com o comportamento do brasileiro, NUNCA. Significa que temos um aqui e parece que ninguém vê!!!!!!!!!

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