Maturidade Ou Apenas Cansaço?

Quando poupamos as energias do protesto perante decisões imbecis, tomadas por uma maioria de gente que nem se preocupa muito bem com as consequências do que assina de cruz para não levantar ondas ou porque não consegue ir mais além. Quando sabemos que é já tarde e por isso inútil tentar modificar a natureza de quem optou pela pesporrência aliada à prepotência, não esquecendo outras ências..

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Coisas Que Me Parecem Claras E Óbvias

  • Um aluno do ensino público deve frequentar o seu currículo padrão que, no Ensino Básico, não contempla opções.
  • Um aluno do ensino público que se balda a uma disciplina e falta sistematicamente pode, em termos legais, ficar excluído por faltas se o faz sem justificação aceitável.
  • Um aluno do ensino público que tem boas notas a todas as disciplinas e tem excesso de faltas apenas numa, em regra, transita de ano por decisão do Conselho de Turma. Aliás, se não transitar, com “positiva” e de qualidade em tudo o resto, quase certamente uma decisão de retenção seria bloqueada em Conselho Pedagógico. Mais certo será passar com meia dúzia delas, com este ou aquele truque.

Dito isto:

  1. Eu não concordo muito com a posição daquele encarregado de educação que alegou objecção de consciência para impedir os seus educandos de frequentar a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. É uma espécie de bloqueio ideológico a reagir ao que se entende ser uma deriva ideológica do currículo.
  2. Concordo ainda menos que o SE Costa, por despacho, desautorize a decisão de Conselhos de Turma que decidiram pela transição dos alunos. É, em meu entendimento, um abuso de poder, por motivos ideológicos, pois aposto que se a coisa tivesse acontecido com Ciências, História ou Inglês, ele não teria feito tal intervenção.

Pelo que acho:

  1. Perfeitamente razoável que o encarregado de educação recorra aos Tribunais, tendo eu quase a certeza que lhe darão razão, pelo menos na parte da transição.
  2. Perfeitamente inaceitável que, em tal disputa, se lixe um ano ou mais da vida dos alunos em causa.

JCosta1

Os Amiguinhos Do Costume

E aquela conversa enrolada para fazer boi dormir.

O secretário de Estado da Educação explica que quer “fazer uma transição que não é experimentalista e que foi preparada com uma capacitação para aquilo que podem ser os obstáculos”. O objetivo, segundo o governante, é alcançar resultados o mais positivos possível, porque, como diz, se, por exemplo, “o próprio professor não conseguir explorar amplamente as capacidades dos recursos digitais, eles podem ser ou relativamente inúteis ou, até, não serem um bom substituto do papel”.

O grupo de dez escolas consta de uma lista que o próprio diz ainda não estar fechada, mas que terá “diferentes contextos geográficos, diferentes cenários socioeconómicos de implantação da própria escola”.

João Costa sublinha que se poderá tentar uma desmaterialização dos manuais já em setembro, “para servirem também um pouco de tubo de ensaio para a escalagem para todos os agrupamentos de uma forma progressiva”.

E se continuarem a ler a notícia percebem logo quem está à espera de encomendas.

Carapaus