Mês: Outubro 2020
Checklist Das Restrições Nos 121 Concelhos De Risco
- Reposição do dever cívico de recolhimento domiciliário;
- Desfasamento obrigatório dos horários de trabalho: não aplicado na maioria das escolas.
- Encerramento de todos os estabelecimentos comerciais a partir das 22 horas;
- Limitação da lotação das mesas dos restaurantes a seis pessoas e do horário;
- Eventos e celebrações limitados a 5 pessoas: excepto à porta das escolas.
- Teletrabalho obrigatório salvo oposição fundamentada do trabalhador: excepto nos casos do pessoal docente ou não docente.
- Proibição de fazer feiras e mercados.
(e ainda andam com a espalhar a “notícia” em todos os rodapés de este ano mais 70% dos professores terem recusado horários… sem sequer explicar que horários e em que condições em todo este contexto… )
Um Exemplo De Transparência
Seguido por muito poucas “unidades orgânicas”. Infelizmente. Do Agrupamento de Escolas Monte da Lua, conhecido a partir do ComRegras, onde também descobri que, afinal, só há 9% de idiotas, desculpem, pessoas muito positivas nas nossas escolas.
Escrito A 12 De Março
As escolas não fecham porque se tornaram enormes espaços multifunções, em que a função assistencial se sobrepõe à educativa. Sem as escolas, não há qualquer outro tipo de “rede social” funcional. Sem as escolas a funcionar, o país entra em colapso.
É chato, mas um tipo não tem culpa de ver além do seu “quintal”.
Por Cá Deve Ser Parecido, Porque A “Lógica” É Comum
Non-essential shops and hospitality will have to close for four weeks, sources told the BBC.
But unlike the restrictions in spring, schools, colleges and universities will be allowed to stay open.
Mas agora reparem:
Takeaways will be allowed to stay open as pubs, bars and restaurants close and it is expected people will be told they can only meet one person from outside their household outdoors.
Como sabemos, nas salas de aula e escolas é tudo do mesmo “agregado”. Não faltará quem aplauda e que diga que professores e pessoal não docente nem deveriam abrir a boca, porque os médicos e enfermeiros estão pior.
In Memoriam (1930-2020)
Sábado
Termina Outubro sem que nada do tal plano de transição digital tenha chegado às escolas comuns. Não estranharia se tivesse chegado a outras, tipo “best friends forever” do secretário ou do ministro. Ou enviados especiais da microsoft ou similares. Dizem que é em Novembro sem falta, só que se é verdade que nas primeiras semanas de Dezembro de prepara por aí qualquer coisa (embora saiba que as escolas serão sempre as últimas a confinar), o tempo encurta para que tudo seja preparado devidamente, em especial para os que já o ano passado tiveram mais problemas.
Confesso que a aplicação à Educação da lógica das Obras Públicas (anuncia-se a ideia da obra, anuncia-se que a obra será mesmo feita, anuncia-se o concurso para a obra se fazer, anuncia-se quem ganhou o concurso, anuncia-se que as coisas estão atrasadas porque houve recurso, anuncia-se novo concurso, anuncia-se o projecto e os estudos de impacto ambiental, anuncia-se… etc, etc, etc) é particularmente deprimente.
(e depois até se descobre que acabou tudo em ajuste directo…)
Bom Fim De Semana
O vídeo foi feito na Arrábida.
Contributos – Rui Araújo
Covid 19 – Deviam estar a realizar-se testes de rotina a alunos e professores.
O que está a acontecer é um crime (com tentativa de ocultar as provas). O silêncio, a omissão dos responsáveis políticos é só mais um escarro aos professores.
Meia dúzia de ideias sobre isto:
1) Cenário geral.
2) 1º ciclo e jardins de infância.
3) O (não) reconhecimento do risco.
4) Os testes de rotina (não realizados) como prova (ocultada) do crime.
5) O símbolo da desonestidade.
6) Sondagens, só à boca da urna.
1) Cenário geral
Turmas de vinte e muitos alunos em salas demasiado pequenas e sem qualquer mecanismo de renovação de ar (como por exemplo a ventilação mecânica com recuperação de calor). A qualidade do ar é péssima, o que não é novo, mas ganha agora gravidade acrescida. É assim que as aulas têm decorrido, em todos os graus de ensino. A lei permite dentro da escola aquilo que puniria severamente em qualquer outro local.
É óbvio, neste cenário, que os alunos e os profissionais que trabalham nas escolas diretamente com os alunos, estão expostos a um risco muito elevado de contrair a infecção covid 19.
2) 1º ciclo e jardins de infância
Os alunos do 1º ciclo e os professores do 1º ciclo estão expostos a um risco ainda maior.
No 1º ciclo, o professor está obrigado a cumprir a sua função num ambiente de desigualdade de direitos. O direito do aluno de não usar máscara representa um não direito (de proteção) para o professor. Um professor do 1º ciclo pode estar cinco horas com vinte e seis alunos (todos sem máscara, alguns a espirrar e a tossir; sei do que falo). E não coloco em causa o direito do aluno de não usar máscara (não tenho conhecimentos científicos para avaliar essa medida). O que não aceito é que o risco profissional do professor não seja reconhecido.
3) O (não) reconhecimento do risco
O trabalho de todos os professores (sobretudo daqueles cujos alunos não estão obrigados ao uso de máscara) acarreta neste momento um grande risco. No entanto até agora ninguém reconheceu isso, muito menos foram referidos quaisquer mecanismos de compensação.
Dois exemplos (entre muitos) de profissões cuja função é fundamental nas sociedades e às quais está inerente risco: os médicos dentistas e os polícias recebidos a tiro na cova da moura.
Os primeiros viram-se obrigados a alterar o preço das consultas, o que é justíssimo. Os segundos recebem um subsídio de risco, ainda que insuficiente face ao perigo a que estão sujeitos. São apenas dois exemplos de profissões às quais está inerente um risco, reconhecido, e compensado de alguma forma.
São dois casos (entre muitos) onde os direitos de cidadãos (de saúde e de segurança, nos exemplos dados acima) implicam um risco maior para quem garante no terreno esse direito do cidadão.
Já quando o direito do cidadão é a educação, o profissional pode estar exposto a 26 alunos sem máscara, alguns a espirrar e a tossir (sei do que falo e posso provar), sem que seja reconhecido qualquer risco acrescido para o profissional que assegura esse direito.
4) Os testes de rotina (não realizados) como prova (ocultada) do crime
Em todas as escolas, sobretudo do 1º ciclo, o mínimo seria a realização de testes frequentes a alunos, professores e funcionários não docentes. Não se sabe já que os alunos, os professores e os funcionários podem ser portadores assintomáticos? Se advierem sequelas futuras àqueles
que estiveram mais expostos, não será a ausência de prova que ilibará os carrascos políticos.
Os mesmos que tudo estão a fazer para ocultar as provas deste crime.
5) O símbolo da desonestidade
O rapazinho cientista seria capaz de dirigir a orquestra sinfónica de Berlim. Havia de pensar «os gajos tocam na mesma; só tenho de abanar os braços». Essa pessoa é só um símbolo da desonestidade e mediocridade que grassa entre a classe política.
Estudar bioquímica e considerar que as salas de aula são ambientes onde um vírus perde toda a capacidade de propagar-se é natural em quem estudou bioquímica e concorda que 70% de 4 é o mesmo que 70% de 10.
6) Sondagens, só à boca da urna
Por que não considerar que os resultados dos testes nos dão dados estatísticos? De incidência e prevalência do vírus na população. Ou seja, em 100 testes, se 80 estiverem negativos e 20 positivos, poderíamos dizer que 20% da população estaria positivo. Claro que talvez isto não se faça desta maneira; talvez os 100 testados tivessem muito mais «probabilidade de estar positivos».
Então por que não testar amostras em pessoas sem maior «probabilidade de estar positivos»?
Sem sintomas e sem contactos conhecidos com casos, sobretudo nas escolas e nos jardins de infância?
Infelizmente as orientações para a realização de testes a elementos da comunidade escolar têm ido até agora no sentido exactamente oposto. É caso para dizer que sondagens, só à boca da urna.
Rui Araújo
6º Feira
Para que serve um pseudo-confinamento, de 6ª a 3ª feira, com tantas excepções que, na prática, faz ficar em casa apenas quem não tem nada para fazer fora ou não lhe apetece gastar um “compromisso de honra” há muito gasta?
Simples: preparar os confinamentos quase a sério dos fins de semana anteriores aos feriados de 1 e 8 de Dezembro.