Aulas Transmitidas Em Directo?

Para alunos que estão em casa. Isso é vagamente legal? Parece que aqui por perto já se pratica e ninguém se dá ao trabalho de questionar. Câmara teoricamente virada para o quadro (ensino tradicional?), mas depois todo o som ambiente a ir para casa, como se a coisa fosse vagamente normal. A pandemia está, claramente, a deixar fortes sequelas no cérebro de algumas criaturas decisoras. Mesmo que se trate de uma escola de estimação do projecto #EstudoEmCasa deveriam existir limites à devassa. E a indignação deveria começar pelos encarregados de educação, já que se forem os professores a questionar, estão tramados.

Mas parece que é em nome da “equidade” e “inclusão” e, nesse caso, consta que vale tudo.

Que Raios Quer Isto Dizer?

Tiago Brandão Rodrigues: “Se olharmos para o sistema de ensino como se fosse uma região, o número de casos positivos nas escolas é o mais baixo do País”

E se considerássemos os Tribunais como uma região? Ou a rede de farmácias? Ou as esquadras de polícia? Ou o conjunto dos supermercados do falecido engenheiro Belmiro? Como seria a coisa?

Se há coisa que os “cientistas” sabem é que as analogias têm uma analogia muito limitada e que o seu valor explicativo depende bastante da incorporação da variável “disparate”.

Até porque, se olhássemos para o Ministério da Educação como se fosse um programa cómico, o shôr ministro era capaz de ser um dos protagonistas de uma nova edição d’Os Malucos do Riso ou um secundário mirone num reboot do Maré Alta.

Como Combater A Escassez De Candidatos A Substituições

Aviso desde já que é uma daquelas propostas que levam logo com o carimbo de “despesista” por parte de gente “responsável”, que ocupou, ocupa ou deseja ocupar cargos na máquina político-administrativa. Pelo menos em público, porque em privado sabem que é assim mesmo.

As premissas são simples:

a) existem muitos candidatos nos concursos externos;

b) há muita gente de baixa – e não foi por causa de estarem “em risco” – que tem merecidas reduções na componente lectiva ao abrigo do artigo 79;

c) há muitas recusas de horários para contratação/substituição porque os encargos (deslocações, alojamento) não compensam os ganhos, pois há perda de salário, de tempo de serviço e a contagem de tempo para efeitos de aposentação também é “racionalizada”.

Perante isso e se é mesmo verdade que existe uma preocupação em prestar as melhores condições aos alunos e “estabilizar” o corpo docente (o que inclui o pessoal contratado), nada como regressar a parte do que foi possível muito tempo, ou seja, completar horários lectivos a partir de, por exemplo, as 16 horas, com outras tarefas ou mesmo com funções na área da preparação/apoio à produção de materiais e ferramentas para um eventual período de E@D. Permitindo um salário mensal completo e a não perda de tempo de serviço. Agora só se podem completar horários, na própria escola, quando aparecem necessidades “lectivas” que encaixem no horário ou os colegas têm de andar de escola em escola a ver como completar as horas. O que, para além de ter uma parcela de indignidade profissional, é profundamente desgastante.

Adicionalmente, acabar com a regra que impede as escolas de pedirem professores para lugares que sabem muito antes de 1 de Setembro estarem em situação de baixa prolongada, mas que agora só podem ser providos a partir das reservas de recrutamento, com atraso e com “poupanças” ridículas à escala do OE mas significativas para quem está sem colocação e ainda a atrasam mais semanas, sem uma razão verdadeiramente válida. Até porque, chegando mais tarde, perdem grande parte da preparação do arranque do ano.