Ainda não encontrei a edição em papel, pelo que aqui vai apenas um excerto do texto deste mês, desconhecendo o que o rodeia em alturas de muitos elogios aos professores, mas sem nada fazer para dignificar a situação da maioria.
Ciência contra a Irracionalidade
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O combate contra esta frente irracionalista e anti-científica deve começar na Escola, permitindo aos alunos desde cedo um contacto próximo e profundo com o melhor da herança da Humanidade em termos de conhecimento acerca do Mundo. Sem verdades absolutas, mas também sem dúvidas irredutíveis. A atitude científica define-se pela permanente revisão crítica, pela busca do erro para conseguir um melhor “retrato do Mundo”, como afirmou Bronowski, na esteira de Kant para quem a Verdade era a concordância entre a cognição ou conhecimento e o seu objecto. E não uma qualquer variação semântica mais ou menos criativa. Claro que nos últimos 200 anos se avançou muito para além do que em dado momento era considerado como a melhor descrição da realidade, mas esse é o caminho da Ciência. Que se deve aprender nos bancos ou ecrãs das escolas. Não apenas “verdades” tidas por imutáveis, mas a evolução que fez com que se fossem apurando os nossos conhecimentos. “Foi o pensamento racional que permitiu encontrar tanto os problemas como sobretudo as soluções, não o pensamento irracional” (Fiolhais e Marçal, Op. Cit., p. 156). O aparente medo da Ciência, a menorização da Filosofia, o desdém pela História que marcam a atitude de muitos especialistas e decisores na área da Educação e da definição do currículo, são cúmplices do avanço do irracionalismo.
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