Será multado se não tiver a app que não disparou com o Lobo Xavier na sala?
Prometerem que o governo fornece, não adianta, como aquela dos computadores para as escolas e os alunos que ainda ninguém viu.
(Publico por solicitação do autor)
Boa noite a Vossas Doutas e Sapientes Excelências,
Espero que este email vos encontre bem de saúde.
Eu, professor J. Santos, com mais de 50 anos, venho por este meio contactar-vos nos termos outorgados pela Constituição da República Portuguesa, no Código do Procedimento Administrativo, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Declaração Universal dos Direitos da Criança, manifestar a minha profunda estupefação e indignação pelos casos de professores, alunos, pais, assistentes operacionais e demais comunidades infetadas. Assim existem centenas de Escolas ou Agrupamentos, com casos positivos ou assintomáticos, que ao não encerrarem, estão a pôr em perigo a saúde atual e futura das suas comunidades, dos seus jovens e das suas famílias.
Os professores, os assistentes operacionais, e a esmagadora maioria dos Diretores (as) estamos todos exaustos, embora estes últimos não se tenham demitido por haver falta de assistentes operacionais e não se tenham oposto à tutela, por ser consentidas turmas de 28 a 30 alunos e por haver salas, onde a distância mínima entre alunos é de 15 a 20 cm (algumas salas de TIC). Talvez os ordenados sejam generosos, mais os suplementos adicionais, não sejam de desperdiçar. Contudo, verdade seja dita e sublinhada, se não fossem os Diretores (as) dos Agrupamentos, os professores que interromperam as suas férias e os assistentes operacionais, o ano letivo, não tinha arrancado como arrancou, dentro do “novo normal”.
Acrescento a isto, que os médicos, os enfermeiros, analistas, radiologistas,os bombeiros, funcionários camarários, motoristas, agentes da autoridade, o Exército, agricultores, pescadores, trabalhadores fabris, vários voluntários, têm sido “gigantes” no combate aos surtos. Os meus parabéns!
As sequelas de quem apanhou o coronavírus, são múltiplas. Umas, são visíveis, outras irão aparecer no futuro, associadas a este vírus e à covid-19. Tal como aconteceu com os três surtos da Pneumónica ou da Gripe Espanhola desde a primavera de 1918 até 1920. Esta foi mais letal na 2ª vaga! Ainda que muitos não convivem muito bem com os factos e os ensinamentos da História e a literatura científica produzida há décadas, ou há um século.
Pertenço a um grupo de risco e sou neto de familiar que perdeu o andar aos 3 anos (1918) e ficou com um pulmão, mais pequeno do que outro.
Vamos aos factos:
– Nos autocarros escolares ou de transportes públicos, as distâncias não são mantidas. Onde estão as medidas higieno-sanitárias preventivas?
– Existem turmas de 27 e 28 anos, mais o(a) professor(a). É assim, que se faz a promoção da saúde pública?
– Em algumas salas de TIC, as distâncias entre os alunos são de 15 ou 25 cm. Volto a perguntar, é assim, que se faz a promoção da saúde pública?
– Existem crianças hiperativas, com défice de atenção ou outras problemas do foro emocional ou psicológico, que dificilmente conseguem manter as distâncias e cumprir as regras. Quem legisla, duvido que nos últimos cinco ou dez anos, tenha dados aulas numa ou em duas Escolas Básicas ou Agrupamentos;
– Faltam assistentes operacionais nas Escolas/Agrupamentos;
– Faltam transparência e informação dos casos positivos registados em cada Agrupamento;
– Sempre associei a Democracia à transparência e ao rigor;
– Sempre associei o que se ensina nas Escolas ao rigor e às normas científicas;
– Ou nossos alunos começam cedo a aprender, que uma coisa é o que os professores e os manuais ensinam, e outra coisa é a realidade. Onde está o distanciamento de 2 metros recomendados e depois encurtados para 1,5 metros?
– Neste cenário, onde foi cumprida integralmente as medidas de medicina preventiva?
-Respeito não quer dizer subserviência;
-Nós, os cidadãos portugueses, queremos conhecer a verdade “real” e não a verdade “oficial”! Com mais 1000 ou 1500 testes diários, os números oficiais, seriam os mesmos? Duvido!
– Sei que existem engenharia financeira para injetar dinheiro em bancos que serviram para vários negócios obscuros e proveitos de uns quantos e dinheiro a circular continuamente nas offshores? Ou estou enganado?! Mas para a saúde pública (medidas preventivas) e apoiar quem perdeu os rendimentos e para os mais frágeis e vulneráveis, tarda a chegar. Ainda a este propósito, o caso Madoff foi resolvido nos EUA (País muito mais rico) em 2 anos. Em Portugal, nem em 4 anos conseguem resolver. Depois admiram-se de movimentos e partidos extremistas, estarem a crescer em popularidade e nas sondagens! Suprema hipocrisia.
– Parece que existem 900 milhões para explorar o Hidrogénio em Portugal? Quem vai pagar?
– Para quando implementar uma política transversal da meritocracia e esquecer o cartão partidário? Ou a partidarite?
– Será que o povo só serve para trabalhar, pagar impostos e votar?
– Quem defende o Povo?
– A seguir ao 25 de abril de 1974, a corrida às urnas para votar foi esmagadora. Nos últimos anos, a percentagem de abstenção é confrangedora. Será porquê? Não é preciso fazer um desenho, pois não?
Termino citando o lema da ANSMP – Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública – “Saúde Pública, Um Compromisso para o Futuro”!
Com os melhores cumprimentos
O Professor: J. Santos
A primeira, a propósito de um texto do Henrique Raposo, em que o autor considera que “está a ser ultrapassado neste momento” o limite que ele acha razoável para “para salvarmos algumas vidas de doentes crónicos com 70, 80 e 90 anos” em troca do que ele designa como “o grau de destruição escolar, social e médico (sim, médico) que podemos infligir aos mais novos”. Ao ler esta tirada tão ao gosto das teorias eugénicas d’outrora e d’agora, lembrei-me que o HR é católico, defensor do valor da vida desde a concepção, ficando eu a saber que, ao que parece, esse valor decresce com a idade, em especial a partir dos 70 anos e se a criatura idosa tiver doenças crónicas. Já o li sobre hipocrisias e agora confirmo que ele percebe do tema. É verdade que ele admite que “escreve o que for preciso” e só podemos, de forma legítima, pensar na razão disso.
A segunda, nasce de uma troca de impressões com um aluno de 5º ano na sequência do mesmo não usar a máscara de forma adequada na sala, a tentar tirar sistematicamente com todos os pretextos possíveis e ainda mexer nas coisas do colega. Procurei explicar-lhe que os maiores riscos que aquela sua atitude criava seriam para familiares seus mais velhos (aqueles que o HR deve achar dispensáveis) e que o sacrifício do uso da máscara é bem menor do que algumas consequências da potencial transmissão de um contágio inadvertido. Com bom tom e clara convicção, ele respondeu-me que não havia problema, pois um familiar (não interessa qual) lhe dissera que ele e os colegas deviam ir para a escola “por causa daquilo da imunidade”. Inquiri se o familiar era profissional de algum ramo da saúde ou se tinha algum tipo de formação na área ou algo assim. Respondeu que não. Fiquei sem vontade de continuar a conversa ou ainda acabaria acusado de “doutrinação” ou algo pior. Apenas recomendei que desse alguma atenção às notícias, quando não estivesse a jogar ou a trocar mensagens com os colegas. Até porque sei que ele não é familiar do HR, nem que seja por razões socio-geográficas óbvias.
Eu sei que cada vez os tempos são de maior encenação ou representação da realidade, mas… a sério… será que desconhecemos o que se passa diante dos portões das escolas, à vista de pessoal docente e não docente, que na maioria dos casos nem abre a boca para não levar com ofensas de quem se acha no “direito” de estar ali como bem entende?
Há quem ande a suspender alunos por partilharem comida ou a marcar faltas disciplinares por trocarem material escolar numa aula onde estão ombro com ombro, mas depois, mal passam o portão já pode valer tudo? Será que não está bem à vista de todos que tudo parece estar como sempre esteve, mais ou menos máscara padrão ou como acessório fashion?
Calamidade é ter gente que navega à vista, com um olho na “economia não pode parar” e outro nas conveniências políticas. Calamidade é ter, nas últimas semanas, um PR que parece ter assumido a função de secretário adjunto do PM para os assuntos parlamentares em geral e aprovação de orçamentos em particular.
Calamidade é esta mediocridade em que os poderes, macro e micro, usam a pandemia como desculpa para tudo, o que me está a dar uma imensa vontade de atravessar alguns limites auto-impostos à linguagem e a temas que, pela proximidade, sempre achei melhor deixar do lado de fora deste quintal. Só que há alturas em que os abusos de poder sem qualquer rebuço, o desrespeito indecoroso por qualquer legalidade e a mentira descarada não podem passar impunes.
Ando muito irritado? Nem por isso, apenas a sentir-me algo anojado. Porque tudo isto era previsível, mas a maior preocupação é quem fica com as maiores peças da “bazuca” e o que fazer para a coisa ser o mais desregulada e menos controlada de sempre.
(o que dizer daqueles cortesãos que andaram a escrever que isto a partir de Setembro ia ser um Outono maravilhoso de desconfinamento? não deviam levar nas belas faces com o barro que andaram a atirar às paredes?)
Passa-se a ser empreendor@ de sucesso. Online.
A lista de escolas com casos activos de covid. Todas as manhãs, sem grande pedido de actualização, sei de escolas que não aparecem em qualquer mapa ou lista. Algumas a escassa distância dos meus trajectos. Porque se não existir “comunicação oficial” é como se não existisse, embora exista. Sabe-se, mas não é “reportado” e não entra na “contabilidade”.
Crianças e adolescentes lideram aumento de infeções desde o início das aulas
Consultas nos centros de saúde por causa da Covid-19 também se multiplicaram por cinco nas idades abaixo dos 20 anos. Médicos sublinham que maior perigo é, no entanto, para os avós.