(chegaram os marmelos, as romãs, as castanhas… f**k the rest?)


(chegaram os marmelos, as romãs, as castanhas… f**k the rest?)
A larga maioria sobreviveu ao primeiro mês de aulas, apesar de muitos percalços e do secretismo acerca da situação real em muitas escolas. E acreditem que este é capaz de ter sido o melhor dos meses deste ano lectivo, porque o futuro próximo não me parece brilhante. Até o primeiro António e o seu fiel presidente Marcelo já falam em “emergência” quando há não muito tempo tudo era confiança e descontracção natural em fotos de férias do PR.
Há uma coisa que parecem não entender – ou fazem que não entendem – e que é o erro de darem a sensação clara de não terem um rumo e, perante circunstâncias expectáveis, acharem que é com “abanões” que alguma coisa se consegue ou altera, como que de improviso. Ou com decretos e multas. Como com os alunos muito do trabalho inicial deste ano deve passar por equipá-los para a eventualidade de se passar a um regime não-presencial ou misto, com a população em geral os meses do Verão deveriam ter sido usados para sublinhar a importância da responsabilidade individual e dos comportamentos de cada um@ para evitar o pior.
Em vez de se achar que era dando a entender que o pior já tinha passado – e que me desculpem os que acham que tem sido promovida uma “cultura de medo”, mas por cá não foi bem assim, pois nem sequer houve uma “cultura de prevenção” consistente – teria sido bem melhor contrariar a evidente descompressão do “tudo vai acabar bem”, desde que a economia funcione, não percebendo eu que economia funcionará, mesmo sem confinamento, se os contágios continuarem a multiplicar-se, apesar de (e sei que me repito e que o faço mesmo sem ter familiares directos em grupos etários de risco) só morrerem aqueles que alguns acham que já andam cá só a consumir recursos.
Achou-se que o verão deveria ser de cigarra e não de formiga e agora anda tudo meio atarantado porque as cantorias não produziram a magia prometida. E a realidade se impôs Às afirmações inconsequentes de que nada se podia prever. Poder, podia-se, mas não era popular, nem demagógico.
A Corte preferiu a mensagem “positiva” e os cortesãos que a amplificaram agora parecem desconcertados ou algo atrasados em encontrar uma nova “narrativa” que evite admitir os erros e os apresente como tendo sido indispensáveis para criar um clima de esperança.
Ora… há poucas coisas piores do que verificar-se que a esperança foi um logro, mesmo se dizem que ela custa ou é mesmo a última a fenecer.