De Corpo Inteiro (Fora Da Sala) E Um Ministro Sempre A Carregar Na Hipérbole

Para o ministro Tiago Brandão Rodrigues, “este novo “Estudo em Casa” tem agora um fôlego renovado, com uma equipa de professores inteiramente dedicada à produção daquele que é, provavelmente, o maior reportório de conteúdos escolares de origem portuguesa, em linguagem audiovisual e abertos a toda a comunidade”.

Além das novas disciplinas, destaque para os 40 professores – e quatro intérpretes de língua gestual -, que vão dar aulas em “full-time”. Na primeira temporada, devido à emergência de organizar rapidamente a antena, deram “uma perninha”. 

Muito haveria a dizer de um ministro da Educação que acha aparentemente extraordinário que o seu ministério (o da Educação, relembre-se) seja produtor de conteúdos escolas de origem portuguesa.

Quanto aos colegas que antes “deram uma perninha” e muito disseram acerca da dificuldade da experiência, só se poderá dizer que parecem ter gostado tanto que não hesitaram em abandonar as salas de aula e os alunos de que tanto afirmavam sentir falta. Não os critico… são daqueles que acham que mais vale (não) “arriscar”.

Ou então têm uma modalidade interessante do tal “sentido profundo do dever cívico” de que falava o cronista.

(e há sempre aquele bónus acrescido de mais uma ida à Cristina…)

Sim, A “Reabertura” Correu “Bem”

E muita coisa foi bem feita, mas muita outra nem tanto, o que dá duas “muitas” numa só frase que assim fica duplamente indefinida. Claro que depois da “reabertura” tem havido o “funcionamento” e sobre isso muito haveria a dizer, desde logo acerca dos riscos que uns correm mais do que outros e dos silêncios que funcionam como a almofada contra a “insegurança”, porque a “confiança” é muito importante.

Claro que faltam professores, os prometidos meios informáticos não chegaram e as salas de aula são uma espécie de “zonas francas” em relação às regras da DGS, mas o que interessa verdadeiramente isso, a não ser a gente sem uma visão “ampla” de tudo isto?

Sondagem: Só 17% acha que a reabertura das escolas correu mal

A partir dos mesmos dados, o Expresso parece-me ainda mais “positivo”:

Sondagem: 42% dos portugueses considera que reabertura das escolas “decorreu de forma positiva”

4ª Feira

Começam a generalizar-se as situações informais de tele-trabalho, em especial quando um aluno – ou um pequeno grupo – vai para casa e é preciso assegurar um ensino à distância extra-horário. Quando é coisa temporária fica à conta do “profissionalismo” docente, mas quando se estende no tempo, por serem alunos “de risco” permanente já é outra coisa. Aquelas horas que faltam a certos horários deveriam ser para isto, em vez de se sobrecarregarem os que já estão bem completos com sessões síncronas não previstas em qualquer horário.