Alguns críticos do modo como se tem tratado a pandemia por cá, quando os casos voltaram a aumentar, apressaram-se a dizer que afinal a Suécia é que tinha feito bem. Ao que parece, os próprios suecos é que discordam.
Por acaso, isto fez-me lembrar aquela parte em que na Educação também andavam por aí a apresentar a Suécia como modelo, quando os próprios já tinham admitido os seus “inconseguimentos”. A Suécia inverteu o sentido da sua política de prevenção da pandemia e lá ficaram por cá uns quantos órfãos, daqueles que só leram notícias até ao verão.
Acresce a estes factos que, no atual contexto de pandemia e de acordo com os protocolos em vigor, o avaliador está impedido de sequer se deslocar a outras escolas do seu agrupamento por razões de segurança sanitária, pelo que ainda é mais inadequada e potenciadora de risco para a sua saúde e de terceiros a sua deslocação a uma escola a que não pertence e a sua entrada em salas de aula com turmas que não as suas.
Entre nós ainda não se chegou ao estado, por exemplo, da Bélgica. Mas os números começam a assustar um pouco. Ou mais do que um pouco. O que obriga a que sejam tomadas medidas menos “relativizadoras”, que não me agradam, mas começam a parecer inevitáveis perante muita da irresponsabilidade que se vai observando. Parece que se está a optar pela abordagem suave e “gradualista”. Tem o seu quê de curioso que no país que aguentou uma das ditaduras mais longas da História Contemporânea, com sobressaltos menores, existam agora uns grupos de gente muito libertária que berra contra esta redução das liberdades individuais de deslocação (e nem falo do súbito amor pelo SNS de gente que sistematicamente o desprezou).
E é tempo de não se reproduzirem uma espécie de “mitos” ou, no mínimo, de meias-verdades, como aquela de ser seguro ter as escolas abertas até ao limite, por não ser nelas que têm origem as cadeias de transmissão. Pois, mas são espaços que podem levar à sua ampliação. O que parece não se estar ainda a verificar em número assinalável, mas em boa medida por se tem “mitigado” imenso a testagem em alunos e professores, pois as “autoridades locais de saúde” parecem ter uma espécie de directiva mais ou menos implícita de não prescrever testes, excepto em casos em que os sintomas são mais do que notórios. E não escrevo isto por ouvir dizer.
Entretanto, os grupos “pela verdade” multiplicam-se como cogumelos, mas raramente com potencial comestível, porque opiniões sem fundamentação empírica todos podemos ter; o que arrepia são comportamentos de risco evidente para terceiros apresentados como bandeiras de “liberdade”. Ou acusando os outros de uma intolerância e proselitismo de que as suas publicações são excelente exemplo. Ou queixando-se de uma “opressão” quando se multiplicam em espaços e publicações pelas redes sociais que criticam por lhes apagarem os trumpismos mais evidentes. “Gosto” em especial dos paralelismos que se estabelecem com doenças não contagiosas e com o número de mortes por causas que dependem da genética ou do próprio comportamento e não do espirro desprotegido de um “libertário de ocasião”.
Se depois há quem lá meta quem não cumpre os requisitos e pense que se escapa com isso… é todo um “jogo”que só serve para atrasar a classificação do campeonato. Até porque qulaquer classificação/avaliação assim feita pode ser impugnada com todo o fundamento. E quem não percebe isso… está no cargo errado.
Os casos começam a multiplicar-se em nosso redor, mesmo se oficialmente nada parece passar-se de significativo. Ao mesmo tempo, noto cada vez mais que quem afirma um amor imorredoiro pelos alunos e pelas aulas, não perde a mais pequena hipótese de se distanciar daqueles e destas ou de reduzir o tempo que passa nas suas proximidades.