Dia: 1 de Novembro, 2020
A Ler
Com algum atraso, embora o tema tenha vindo para ficar.
Uma Grande Ideia…
… mas as seguradoras sabem que as levaria à falência.
Seguro contra políticos incompetentes entre as coberturas mais desejadas no Reino Unido
Tenho A Certeza Que O Excelentíssimo Senhor PM (E Marido De Ex-Professora) Não Gostaria De Saber O Que Penso Destas Suas Declarações, Porque Temos De “Respeito” Claramente Uma Concepção Muito Diferente, Quiçá Divergente
Números Pedidos
As declarações da nova (e quase desconhecida) secretária de Estado que sucedeu à anterior (e quase inexistente) secretária de Estado sobre a recusa de horários pelos professores no regime de reserva de recrutamento e contratação de escola até foram razoáveis, pois admitiu que “neste momento de pandemia [de covid-19], os docentes fazem escolhas cada vez mais seletivas relativamente à aceitação“. Mas a verdade é que os números surgem à medida da necessidade de desresponsabilização da tutela sobre este assunto. A coragem política é algo que desertou há muito da 5 de Outubro, restando apenas aquela conversa mole e sedução de uma corte alargada através de uma hábil estratégia de “colocação” dos fiéis em posições-chave na “formação” que por aí anda, a oficial e a oficiosa.
Seria importante sabermos a média de horas dos horários recusados e a deslocação que implicava a quem os recusou. Embora tenha algumas críticas à forma como, por vezes, há quem aceite e desaceite horários em poucos dias, é importante que se perceba que muitos horários a concurso não compensam uma deslocação que implique centenas de euros de encargos mensais. Realmente, mais vale fazer biscates de proximidade em grandes superfícies, declarando ter o 12º ano, do que aceitar horários incompletos, de poucos meses, com um saldo mensal inferior ao ordenado mínimo. Não basta dizer que houve mais horários a concurso ou que houve 700 (não eram 12.000?) docentes a colocar atestados por motivos de risco (abaixo de 1% do corpo docente dos quadros). Importa esclarecer as coisas, em especial porque o governo e o ME não criaram um regime especial para estes tempos de pandemia. E não adianta virem uns dizer que os velhos ganham mais e trabalham menos horas, se depois também não aceitam que os mais novos ganhem por inteiro um horário com essas mesmas horas, sabendo-se que um contratado receberá sempre menos do que um docente do quadro. Porque há malta que acha sempre mal tudo (não, não sou eu, que há muito defendo que pelo menos horários de 16-18 horas devem ser completados e ter remuneração por inteiro) e está sempre pronta para apontar o dedo para os outros, sem se ver ao espelho.
Mas, resumindo, o ME deveria disponibilizar todas as informações relevantes que obriga as escolas a carregar em mil e uma plataformas. Porque, então, para que servem tantos dados acumulados? Só para disponibilizar a investigadores devidamente “certificados”?
Domingo
Já percebemos que as escolas são os oásis no meio da pandemia e não é difícil perceber quem são os “areias”. O esforço por aparentar uma “normalidade” não resulta apenas do fracasso do ensino não-presencial modernaço do século XXI. Resulta de imperativos exógenos que obrigam a que as escolas funcionem para que o resto quase funcione. Aqui por casa vive-se num concelho promovido à categoria de “risco” e entre pais professores e filha aluna todos vão diariamente para escolas em zonas igualmente classificadas dessa forma. E é muito complicado não pensar coisas pouco agradáveis de certas personagens que por aí andam, do topo do Estado às bases nas próprias salas de professores. Por exemplo, aqueles que arranjam as mais indigentes justificações para continuarem a fingir que o modelo de avaliação do desemprenho deve decorrer como se estivéssemos em tempos normais. Dos apáticos (“se somos convocados, temos de ir não é?”) aos emproados (“antes eu do que outr@ qualquer”), passando pelos bem-intencionados (“mas se não formos, @s colegas depois é que se prejudicam…”), há para todos os gostos, incluindo os que não se confessam explicitamente predestinados para avaliar o trabalho alheio quando nem o seu fazem em condições, mas estão logo na fila da frente do “empurrão”, mesmo se isto implica que andemos a passear entre escolas de concelhos diferentes.
Confesso sem vergonha que por vezes tenho pensamentos pouco cristãos, o que até é natural num agnóstico. Porque sei que o raio do “bichinho” aparenta ser cego, apenas entra onde é mais tenro e não onde poderia fazer alguma justa comichão. Ou pelo menos que se lhes desse uma urticária generalizada a certos “artistas”, o que rima com cientistas, oportunistas, aparelhistas e quase com hipócritas.