(…) A falácia do argumento para consumo nacional é o de que as escolas não foram focos de contágio. O que é mais do que natural, pois estiveram fechadas vários meses. Não é isso que está em causa. Nem que o vírus irrompe subitamente nas salas de aula ou nos corredores, rompendo as “bolhas” que se diz serem formadas pelas turmas. O que é relevante é que o movimento que envolve o funcionamento das escolas exponencia contactos sociais e que cada bolha- turma é a combinação de dezenas de bolhas familiares, que se tem demonstrado estarem na origem de cadeias de transmissão. Que a maioria das crianças e jovens sejam assintomáticos é importante para a sua saúde, mas pode camuflar o seu papel como transmissores activos do vírus.
Tudo isto deveria ser explicado, sem alarmes, à opinião pública de um modo coerente e não agora uma coisa, depois outra, de forma desarticulada. Não significa que seja obrigatório fechar escolas aos primeiros casos “positivos”, mas que as famílias saibam exactamente o que está em causa e não uma versão depurada ou mesmo falsificada dos conhecimentos disponíveis sobre a pandemia.
Testar testar testar, só assim poderemos ter uma ideia da infecção e possibilidades de contágio. Se assim não for será pior, mais infecções, mais contágios, maior pressão sobre o SNS e muito provavelmente mais mortes, que todos lamentamos.
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Entretanto, a comunicação social “de referência” faz, com gosto, felácios à falácia. https://www.publico.pt/2020/11/04/ciencia/noticia/covid19-dados-chegam-escolas-confirmam-nao-sao-lugares-criticos-1937984
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