São apenas oito episódios de uma espécie de sitcom. Não é preciso uma maratona. E está muito bem feita.
Dia: 15 de Novembro, 2020
São Muitos Mais…
… assim como os grupos de recrutamento com escassez já abrangem quase todas as áreas. Basta olhar ao redor, não apenas nas zonas urbanas com maior densidade de alunos, mas também no interior. Ainda há turmas com falta de 3 e 4 professores no 3º ciclo. E anda a ser muito calado o que se passa no Secundário com disciplinas de exame, porque fica mal admitir que com as regras actuais, pura e simplesmente há quem não queira fazer 300 ou 400 km para ter um horário de 14 ou menos horas, sem garantia de quanto tempo vai durar.
O panorama, a continuar assim, será catastrófico no 2º período, com o inevitável aumento de baixas por motivos de saúde, isolamento profilático ou outros. E tudo isto sem estarmos sequer próximos dos cenários mais dramáticos de atestados por motivos de risco mais do que justificados. Porque há gente a dar aulas que o bom senso aconselharia ficar em casa.
Há, no mínimo, 25 mil alunos sem professor. Mas números reais podem ser quase o dobro
Quando Não Há Nada De Concreto Para Apresentar, Anuncia-se O Já Anunciado (Com Muitos Pilares E Coisas Assim Como Catalisadores)
Os últimos dias têm sido muito férteis em (re)anúncios:
As 12 medidas prioritárias do Plano de Ação para a Transição Digital
E depois o “discurso” é sempre tão entusiasmado, tão techno on steroids, que até impressiona. E nem poderia faltar a “abordagem holística” no universo digital.
(…)
“Na capacitação e digitalização das pessoas fizemos uma abordagem por ciclo de vida. Temos a Escola Digital e a população ativa, onde o que estamos a fazer é verdadeiramente disruptivo, e a infoinclusão dos séniores”, afirmou numa entrevista à margem do Portugal Digital Summit.
(…)
1.200 mil alunos e professores abrangidos pelo programa Escola digital
Na Escola Digital, André de Aragão Azevedo salienta que o programa foi desenhado para ter de abordagem holística na transformação do posto de trabalho, para alunos e professores. “Não queremos a visão tradicional das aulas TIC, queríamos democratizar o acesso à digitalização em contexto escolar e isso implica tirar partido de um conjunto de ferramentas que tinham de estar, na prática, disponibilizadas para o conjunto da comunidade, até porque um dos desafios que a pandemia pôs a nu foi o tema da vulnerabilidade económica e social de algumas franjas da população que quando se viram confrontadas com a necessidade de terem aulas à distância não tinham os meios para isso acontecer de forma natural e eficaz”, afirma.
Pela Grécia
Passaram os 3000 casos diários e chegaram aos 50 óbitos.
Domingo
Em puto, passei pelos “estados de sítio”, recolheres obrigatórios ou equiparados de 1974-75 com um olhar algo distante, sem especial trauma e mais curiosidade do que aflição. Dois deles estão associados e episódios de que não me esqueço (ia escrever “não me esquecerei”, mas nada é garantido): o primeiro, porque um primo meu tinha casamento marcado para domingo, 28 de Abril de 1974, no Canadá para onde os meus tios tinham emigrado, e o meu pai era o padrinho e tinha viagem marcada. E viajou a 27 de Abril e fomos levá-lo “foi mais “largá-lo”, quase em andamento) de táxi a uma Portela com militares por todo o lado a vigiar todos os movimentos. O outro, porque o meu avô materno teve o engenho de morrer a 25 de Novembro de 1975 e morava na outra ponta do vilarejo e para velar o corpo como mandavam os protocolos, foi preciso fazer o trajecto em pleno recolher obrigatório, num Fiat 126 cor de cenoura (as cores de carros dos anos 70 são quase irrepetíveis!) que tinha um motor que podia ser tudo menos discreto. Nos dois casos (era pequenito, não me iam deixar sozinho em casa), via a preocupação na cara dos adultos, alguma conversa em tom baixo, mas nunca alguém me alarmou ou fez especial alarido na minha presença. E eu levei aquilo como outra coisa, menos grave do que ser descoberto e atingido à fisgada numa brincadeira de índios e caubóis.