Dia: 18 de Novembro, 2020
Continua A Ser Uma Dor D’Alma
Mais do que qualquer delírio eduquês ou eunuquès, aflige-me que gente adulta, em muitos casos com dois dígitos de certificação educativa, continue a não compreender a leitura de frases simples com palavras muito claras e conceitos que (como hoje ou amanhã) não requerem além de uma literacia hiper-básica. Assim como a não conseguir articular uma simples estrutura de sujeito e predicado com complemento directo e pouco ou nada mais. A comunicação escrita – mesmo consultável uma e outra vez em caso de dúvida – parece tornar-se uma dificuldade imensa para quem se limita a manifestar-se por emojis. O que esperar então quando se fica apenas pela transmissão oral? É que nem vale a pena. E o pior ainda é a arrogância com que se reveste a manifesta ignorância.
Como hoje ironizava perante a petizada de uma turma, parece que estarmos a ler uma história sobre o valor da leitura é o mesmo que estar a falar de dinossáurios com caudas às bolinhas. E como é evidente, este post não é sobre petizes que esses são por vezes os menos culpados de tudo.
Isto Está Tão Errado
Um Bom Exemplo
De transparência na informação para a comunidade educativa. Infelizmente, parece que há muita gente que não pensa assim e acha que “não causar alarme” é sinónimo de ocultar informação relevante.
Admira-me Tamanha Admiração
Foi preciso MSTavares entrevistar o André Ventura para muita gente constatar que ele tem do jornalismo uma memória distante e que como entrevistador é uma lástima completa, servindo-se do tempo que lhe dão para atropelar os entrevistados de quem não gosta ou estender o tapete aos que são da sua simpatia? A entrevista de António Costa não parecia um derriço à moda antiga, cheio de olhares e cumplicidades, mas sem proximidade física relevante? Antes disso, já não se tinha visto o “entrevistador” a interromper a despropósito os convidados para fazer as suas declarações pessoais sobre este ou aquele tema da sua estimação? E depois desata a culpar as “redes sociais” por tudo e nada, nunca tendo um pingo de auto-crítica ou de admissão dos erros grosseiros que comete?
Se um entrevistador não está obrigado a ser neutro, também não deve ter sempre a mania de que ele é que sabe tudo (e a verdade é que cada vez ele sabe menos do mundo que o rodeia) e os outros são idiotas (em especial por terem aceite o convite). Em outras paragens há entrevistadores durinhos, também com alguns tiques de “diva”, mas os seus programas têm uma componente de entretenimento assumido. É o caso de Bill Maher, que faz poucos prisioneiros quando leva gente de que não gosta, mas ao menos sabe do que fala.
Mas se a TVI paga ao presidente da CMLisboa para ter um espaço de “opinião”/propaganda, pouco me espanta que ache que vale a pena apresentar o nosso opinador-mor do reino do faz-de-conta como se fosse uma cristina ferreira da informação ou algo mais do que um tipo com uma arrogância só equivalente à sua ignorância funcional e aos preconceitos que se foram agarrando à pele e ele confunde com “frontalidade”. Não, é apenas um envelhecido petiz mimado e malcriado. E não espanta nada que deteste professores.
4ª Feira
No contexto actual de agravamento das medidas restritivas em muitos concelhos e em que se sugere – ou impõe – a redução de “convívios” sociais ou familiares e das deslocações ao mínimo essencial, merece especial adjectivação vernácula quem anda a convocar reuniões de avaliação presenciais para o final do 1º período. Cheira logo a mando de quem ou não tem reuniões dessas ou acha que não deve ficar na escola sem companhia alargada, mesmo que isso signifique desnecessários riscos acrescidos para os ex-pares. É nestas alturas que custa imenso não partir para uma escalada verborreica, porque realmente há gente que não merece tal esforço de contenção.