Porque Será Que Isto Não Me Espanta (E Muito Menos Que Os Números Estejam Subavaliados)?

Basta olhar à volta e falar com as pessoas, phosga-se!

Casos de covid-19 entre crianças até aos nove anos sobem 66%. DGS diz que há 477 surtos em contexto escolar

Maior parte dos focos de contágio está em Lisboa e Vale do Tejo. Secretário de Estado da Saúde divulga novos dados sobre pandemia em contexto escolar, depois de três semanas sem actualização.

“Essa É Uma Óptima Pergunta!”

Ou é “muito interessante”. Como nas conferências de imprensa dos políticos.

As regras da cortesia “positiva” obrigam a que se cumprimente deste modo toda e qualquer questão (ou comunicação) que seja apresentada nos “debates” que se seguem a sessões de “formação”. Mesmo que sejam de uma inanidade assinalável ou a bilionésima vez que se enuncia um chavão com um cheiro imenso a falta de leituras ou simplesmente de atenção à vida.

Não, muitas questões são apenas uma forma de ocupar tempo e marcar presença sem conteúdo substancial nenhum e ainda menos (se possível) interesse para avançar seja o que for no assunto em discussão.

A Sério???

Afinal os estudos internacionais feitos com amostras alargadas, que tenho citado por aqui, estarão certos e os “estudos” a que vagamente se referem alguns peralvilhos nacionais são capazes de ser… sei lá… uma treta?

Basta olhar em redor, perto das escolas, para se perceber que é pura e simplesmente impossível acreditar que aquilo é vagamente “seguro”. Claro que os números não iam aumentar na semana a seguir ao reinício das aulas… nem o vírus está debaixo das mesas à espreita de quem entra nas salas.

Pandemia galopante na população com idade escolar

(como é habitual, gente com responsabilidade em erros claros alega que agora não é altura para se estar a perder tempo com isso… e mais tarde dizem, “já passou, já passou”, não adianta voltar a falar nisso…)

6ª Feira

Falam em “antecipar” as férias escolares por causa do “pico”. Em boa verdade, a “antecipação” consiste em colocá-las onde normalmente estão, mais ou menos um par de dias. E se é verdade que o teletrabalho é mesmo obrigatório (“sempre quer possível”) em concelhos que representam 85% da população, a petizada nem ficará ao abandono (espera-se…). E sempre se poderiam evitar reuniões até praticamente à véspera de Natal, o que para alguns idiotas parece lógico, pois os “professores não devem estar de férias nestas alturas, porque parece mal”. Por “idiotas” entendam-se especialmente professor@s que dizem isto, com um ar que nos deixa sem dúvidas acerca do vazio que deve ser o resto da sua vida, portões fora.

(claro que criaturas maledicentes como eu, poderão inquirir se, sendo verdade que não existe relação entre as actividades escolares e o aumento dos contágios, porque será necessária tal medida… será porque assim poderão fazer algo sem perder a face de modo muito evidente?)