Publicado a pedido do próprio.
Manda quem pode, obedece quem deve…senão levas um processo disciplinar em “cima”!
No dia 12 de agosto de 2018, o Jornal Público noticiava na capa e logo no cabeçalho, o que passo a transcrever:
“Três em cada quatro professores já foram vítimas de assédio moral
Estudo abrangeu mais de 2000 professores. Direções das escolas são apontadas como a maior fonte de pressão. Direções não se revêem no retrato traçado…”
Vem este título e subtítulo a propósito de muitas coisas que se passam em várias escolas, mas que o medo de falar e escrever de alguns colegas, aliados ao medo de represálias, há hipocrisia e há sonsice de outros, aos lambe-botas e aos “beneficiados”, pouco ou nada se denúncia. Para além disso, são necessárias “Boas classificações” para recuperar, o que nos extorquiram.
Os(as) Diretores(as) dos Agrupamentos acumularam um poder gigantesco. Muitos indicam logo na primeira reunião dos Departamentos dois ou três colegas mais submissos e obedientes e os pares que votem. Nomeiam os Coordenadores dos Diretores de Turma, et cetera. Tudo isto resulta na prática, que nos Conselhos Pedagógicos, a fação aliada, obediente, submissa e que não levanta muitas ondas, vai dizer ao Senhor(a) Diretor ou Diretora, “Yes, Sir!”.
Depois, os(as) Presidentes dos Conselhos Geral de Escolas, são amigos ou amigas de vários anos. Até vão a Paris ou a Bruxelas (podiam citar outras cidades europeias) no Erasmus.
Nas SADD (Secções de Avaliação de Desempenho Docente), a maior parte dos elementos dessa Secção, são elementos muito próximos do Senhor ou Senhora Diretora.
Também Direções se dão ao luxo, que neste presente ano letivo, não terem colocado como opção dos alunos do seu Agrupamento, a nova disciplina anual de História, Culturas e Democracia (HCD), destinada aos alunos dos cursos científicos-humanísticos de Ciências e Tecnologias, de Ciências Socioeconómicas e de Artes Visuais do Ensino Secundário. Havia professores no Agrupamento, habilitados para lecionar tal disciplina. Houve uma situação que ocorreu e foi denunciada à IGEC, mas a reunião decorreu bem com a Direção da referida Escola, e saíram todos sorridentes, porque os Senhores(as) inspetores foram informados que foi criada uma disciplina (???) chamada Oficina da Escrita ou Escrita Criativa. Quem denunciou, é que se tramou!
Este grave atentado aos Direitos dos Alunos e dos Professores, pelos vistos, passou incólume, já quem denunciou deu-se mal.
Que opinião escrita tem Sua Excelência, o douto e sapiente Senhor Presidente da República?
Porque é que os mandatos das Direções dos Agrupamentos, não se limitam, como no caso dos Presidentes da República ou dos Presidentes de Câmara? Existem autênticos dinossauros no poder, que dali só para a Reforma ou Aposentação. Será que o poder exerce uma atração patológica? Ou são também os 400 ou 500 euros a mais que fazem a diferença?
Sei que vários diretores ou diretores, quando assumem o “poder” ganham tiques de autoritarismo, prepotência e arrogância. Parece que foram afetados pelo complexo de Húbris e fazem assédio moral, sobre quem pensa diferente ou vê as coisas, sobre outro prisma.
Outros, são estritamente burocráticos e não dão autonomia a quem é criativo ou inovador, sobretudo se não fazem parte do seu séquito ou da sua guarda pretoriana.
Nos Conselhos de Turma, é passada a ideia que só podem ir para a Ata da Reunião, as opiniões gerais, violando os direitos democráticos, a Constituição da República Portuguesa e o Código do Procedimento Administrativo.
Como diz o povo: “Se conheceres conhecer o vilão, põe-lhe a vara na mão”!
A psicologia clínica, social, comunitária, forense e a sociologia dão-me razão. Assim, como a Neurociência!
Gostava de saber, quantos diretores de Agrupamento, demitiram-se ou colocaram os seus lugares à disposição, desde a pandemia, por muitas salas (particularmente frias) e não terem aquecimentos? E por terem turmas com 29 ou 30 alunos, mais o professor e o avaliador?
Porque é que, nem toda a Comunidade Educativa, pode votar para escolher o seu/sua Diretor(a) de Agrupamento? Por exemplo, os candidatos registam o seus programas e projetos educativos numa Plataforma do Ministério da Educação e daí a quinze dias ou três semanas, haveria eleições, em que os alunos a partir dos catorze ou quinze anos (já podem tirar a carta de motociclo), todos os assistentes operacionais, técnicos administrativos, psicólogos e professores, escolhiam das 8:00 às 20:00 a Direção que queriam para o seu Agrupamento (numa 4ª feira ou sexta-feira).
Será que alguns diretores estão também “acima da Lei”?
Atenção, que não meto todos os Diretores ou todas as Diretoras, no mesmo “saco”.
Espero que a “Educação” e as mudanças necessárias neste setor, assim como a “Corrupção”, sejam dois temas fulcrais nestes debates presidenciais que se aproximam.
Termino com três citações:
“Se queres colher em um ano, deves plantar cereais. Se queres colher em uma década, deves plantar árvores, mas se queres colher a vida inteira, deves educar e capacitar o ser humano.”
Kawantsu, filósofo chinês, século III a.C.
“Se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se que no passado e no futuro se vê o presente, porque o presente é futuro do passado, e no mesmo presente é o passado do futuro.
Padre António Vieira
“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”
Albert Einsteim
Boas Festas e um Próspero Ano de 2021 para todos. A esperança é a última coisa a morrer!
Jorge Santos
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