Defende a “Realização apenas de exames que servem como prova de ingresso no ensino secundário.” Algo que eu, apesar de não ser da facção anti-exames, já o ano passado achei bastante razoável, atendendo ao contexto da pandemia.
Mas com tanta gente que se afirma anti-exames, desde as tradicionais críticas à classificação do trabalho de anos de um@ alun@ muma prova de apenas 2-3 horas àquela mais recente mas que evoca o “medo ancestral” dos portugueses aos “exames, espero que as cerca de 2750 assinaturas que lá estão à hora que escrevo aumentem de forma exponencial.
Antes de mais, aos promotores, eu sugeriria – se já não lhes ocorreu – que a enviassem para assinatura e patrocínio ao ministro Tiago, ao secretário Costa e a tod@s aquel@s conselheir@s do CNE que assinam sempre de cruz, batendo no peito, qualquer relatório ou declaração contra a existência de exames, nomeadamente no Secundário.
Esta petição é um meio caminho, pois visa a não realização apenas dos exames que não são essenciais para o acesso à Universidade, ou seja, aos exames que, em boa verdade, até se podem considerar “inúteis” por alguém como eu que, repito-o, não milito na trincheira aguerrida dos que defendem o fim dos exames, excepto se tiverem mesmo o poder de o decretar na prática. Porque já se percebeu que a pandemia ainda aí estará no próximo Verão e, mais de um ano depois, houve tempo mais do que suficiente para pensar nestas coisas e adequar as práticas às circunstâncias e, mais importante, às teorias tantas vezes repetidas.
Eu não assino pela razão acima e porque sou parte interessada no assunto, pelo menos de modo indirecto, pois a minha filha está no 12º ano e poderiam achar que a minha posição dependeria disso (mesmo se defendi as provas finais de 4º ano quando ela estava nesse ano e teve de as fazer… e mesmo se, com esta petição, ela teria na mesma de fazer o exame de Matemática). Mas acho que, por coerência e convicção, o senhor ministro, o senhor secretário, a presidente do CNE, os conselheiros Azevedo e Rodrigues, o conselheiro-relator Lourtie, a conselheira Figueiral, só a título de exemplo, deveriam subscrever uma petição que vai ao encontro do que tantas vezes declararam publicamente.
Claro que não é o “fim dos exames” e muito menos a proposta peregrina de acabar com os exames todos do Secundário e fazer os senhores professores do Superior elaborar e classificar provas de acesso às suas Universidades, porque isso seria de uma violência e crueldade que mesmo um tipo com maus instintos como eu acha excessivas. Sim, claro, há “Universidades” cujos “representantes” reclamam contra a desadequação do actual método de seriação dos candidatos ao Ensino Superior e defendem que deveriam ser “as instituições do Ensino Superior” a escolher os seus alunos com base nos requisitos que consideram adequados. Mas a verdade é que isso daria uma grande trabalheira, a menos que metessem os professores mais precários ou até alunos finalistas ou estagiários a tratar do assunto. Mas seria sempre necessário perder tempo e energia com esse processo e fica bem reclamar algo que, na verdade, não se quer, salvo honrosas excepções. Ou melhor, nem todas seriam propriamente “honrosas”, porque já se sabe que entre nós há sempre “cartas de recomendação” que valem mais do que qualquer currículo.
Isto é apenas uma petição razoável e já passou tempo suficiente para que se pensasse no assunto e não apareçam com desculpas do tipo “ahhh… nem tivemos tempo para anda”. Afinal, a recomendação do CNE é de Novembro passado.
Esta petição (neste momento tem 2799 assinaturas, quase mais meia centena do que há uns 20 minutos) tem tudo, sublinho-o, para colher os melhores apoios junto dos decisores políticos. Assim sejam eles coerentes com as suas proclamações de anos seguidos. Afinal, não se podem esconder atrás de ninguém. São eles que estão no poder há um mão-cheia de anos e nada fizeram de acordo com o que dizem ser as suas convicções. O actual contexto poderia ser o pretexto ideal.. A menos que… seja tudo conversa fiada.
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