Dia: 15 de Janeiro, 2021
A Shora Directora-Geral Graça Freitas Acha Que Os Professores Não Devem Ser Prioritários Na Vacinação
Foi no Parlamento, ou melhor, em vídeo-conferência segura. É a mesma shora doutora que teve estes desempenhos, reveladores de fina perspicácia.
(julgavam que ela se tinha esquecido do sacrifício que foi ter as netinhas em quarentena não sancionada pela vóvó?)
A Explicação!
Eram 15.55 quando recebi o AvisoPROCIV a anunciar o “dever geral de recolhimento domiciliário”. E fui o primeiro a receber cá em casa, talvez por ser o único que mantém um télélé samsung-pedra como a petizada lhe chama quando o vê. E eles (os da Protecção Civil, não os petizes) devem ter mandado o aviso primeiro para “os mais desfavorecidos“.
Ora.. como a larguíssima maioria dos tugas tem smartphones de gama média-alta só devem receber mais tarde. E como só acreditam no que lhes chega através dos zingarelhos, ainda ninguém sabe que é para “recolher“.
Números
As 159 mortes registadas ontem por covid equivaleriam a 5200 nos E.U.A., ainda governados pelo “demónio” Trump. Ontem, por lá, foram registadas menos de 4000, e anteontem, o pior dia de sempre, cerca de 4400. No Brasil significariam cerca de 3300 mortes; ontem registaram-se lá 1131 mortes e no pior dia (24 de Setembro) foram um pouco acima de 1700. Espanha teve ontem, 201 óbitos; com a população que tem, seriam mais de 700 mortes se estivesse ao nosso “nível”.
Algo correu mal, muito mal. Não por falta de avisos. Não foi por falta de lhes ser explicado, por vezes com detalhe e remetendo para estudos credíveis e não com base em “achismos” de comentadores de tertúlia. Foi por incúria, negligência, incompetência, desleixo, sobranceria. Há quem escreve que é tempo de união e não de apontar dedos e procurar culpados. Talvez não. Mas é essencial identificar as causas e isso traz inevitavelmente consigo quem esteve na sua origem.
Mas também se sabe que, por cá, quando se deixa para depois o apuramento de responsabilidades, acaba-se sempre no “fomos todos e não foi ninguém” que safa sempre os negligentes, incompetentes, desleixados e condescendentes. Aposta-se na erosão da memória como com Pedrógão ou Tancos. O que convém muito a quem acha que foi eleito para tomar decisões, mas sacode a água do capote sempre que se percebe o quanto erraram. E não foi apenas uma vez. Esta não é uma “2ª oportunidade” para emendar as falhas verificadas.
Tenham vergonha!
Foi Tempo Que Não Perdi
Percebia-se à légua que era coisa para entusiastas de apps e pouco mais, pois dependia de variáveis que estavam longe de asseguradas. A “incapacitação cívica” juntou-se a algumas outras habituais falhas nestas coisas que despertam muito interesse mediático a pedido.
As pessoas estão a perder confiança na StayAway Covid. Cinco meses depois de ser lançada, a aplicação StayAway Covid só foi usada para enviar alertas de contágio 2708 vezes. O Inesc Tec queixa-se de falta de organização, falta de formação de médicos e burocracia.
Uma Conclusão Interessante
Parece que 2 a 4 semanas sem aulas presenciais com os professores, que têm sido obrigadas a seguir um modelo bem tradicional (as interacções em sala de aula, actividades colaborativas entre alunos e outras “diferenciações” estão fortemente desaconselhadas), destruiriam as aprendizagens de forma “irremediável” e conduziriam a uma “geração deslassada” (a tentativa de Manuel Carvalho fazer de Vicente Jorge Silva e cunhar uma expressão para a posteridade).
Ou seja, aquilo não terá sido conseguido por anos e anos de políticas disparatadas, em zigues e zagues, com uma acumulação de burocracias para atrapalhar o trabalho dos professores e políticas cada vez mais ridículas de avaliação dessas aprendizagens.
Realmente, a presença física dos professores é mesmo “impactante” para os alunos, ao contrário de uns 30 anos a dizerem que os alunos podem construir o seu conhecimento, em auto-descoberta, com os docentes ali apenas a “faclitar” (o que poderia ser feito à distância, certo?). Ou que as tecnologias tornariam quase irrelevante o papel do humano na Educação. Os professores foram sendo crismados de “inúteis”, “egoístas”, “corporativos”, “velhos”, “arcaicos” e tudo o que ocorreu a uma clique de burgessos, nem sempre exteriores ao sector da Educação, só que alguns de forma mais envernizada, mas não menos insidiosa. Afinal são “essenciais”.
(será altura de lembrar que há 6 anos, 4 meses e 2 dias de tempo de serviço apagado da carreira, que causou danos “irremediáveis” e marcou várias “gerações” de professores, que agora deveriam cobrir os deputados porfírios e os comentadores situacionisttavares e baldaias as com toda a vergonha que lhes falta?)
Será que essas criaturas que há tanto tempo nos bombardeiam com essas teorias, terão a decência de se desviar da frente e deixarem de atrapalhar? Porque as vossas teses parecem estar claramente erradas. Afinal, umas semanas sem professores em osso e carne (muita, no meu caso), as perdas são “irreparáveis” e podemos “perder uma geração”. Porque eu vou guardando todos estes malabarismos para, em devido tempo, sugerir que os freiristas e/ou futuristas de aviário se encham de alcatrão e penas quando voltarem a meter a cabecinha de fora, em nova vaga de parlapatice, sancionada pelo secretário costa e os seus apóstolos.
6ª Feira – Dia 1 Do Pseudo-Confinamento
Com dois professores e uma aluna em casa, o quotidiano continua absolutamente o mesmo que era antes. Pelo que foi possível observar como o trânsito era hoje pela manhã o mesmo de sempre em qualquer dos trajectos que, por necessidade laboral, implica passar por 3 concelhos e um dos acessos principais a Lisboa, o qual pelas 7.30 já estava a começar a ficar um bocadito obstruído. O “sempre que possível” é a porta aberta para “sempre que possível, vem trabalhar”. Até porque, quem é que vem fiscalizar?
Entretanto, na parte folclórica disto tudo, os supermercados não vão poder vender livros, porque não são “essenciais”. Em Boa verdade só um deles tem oferta que valha a pena, mas fica a ideia de que o online é que é, substituindo o agarrar um livro em pagá-lo (já estou no supermercado, portanto…), com encomendá-lo, alguém o embalar, alguém entregar para distribuição e o tipo das entregas mo vir trazer.
É uma forma de “proteger” os livreiros? Quais, as grandes cadeias? E, já agora, a medida, protege os editores?
A Sério ? – 2
Projeção apresentada no Infarmed apontava para mais de dois meses até o país regredir para 3.500 casos diários, mas a realidade arrisca-se a demorar ainda mais tempo.
(afinal havia consenso entre os “especialistas”, ao contrário do que afirmou o PM, a deslizar decisivamente para uma relação com a verdade próxima da do “engenheiro”)