Vamos Lá “Relativizar” Isto

166 mortes e 10.947 novos casos o que significariam em outros países, atendendo à população?

  • Nos EUA seriam quase 5.500 mortes e 330.000 contágios (ontem foram, respectivamente, 3.744 e 240.925).
  • No Brasil do Bolsonaro seriam quase 3.500 e perto de 230.000 (foram 1.151 e 69.198).
  • Em Itália seriam perto de 1.000 e mais de 65.000 (ontem foram 477 e 16.144).
  • Na Alemanha, seriam mais de 1.300 e quase 88.000 (até agora o máximo de óbitos foi de 1.111 no dia 12 e ontem foram 498, enquanto os novos casos foram 8.593 e o pior dia foi 30 de Dezembro com perto de 19.500).
  • Em França seriam perto de 1.100 e mais de 66.000 (foram ontem 636 e 21.271).

Será que dá para perceber a gravidade do período que estamos a atravessar por incúria de muita gente? A teoria do “preço de ser humano” do iluminado Daniel Oliveira que nome teria se fosse o Trump a apresentá-la? Será que esta “relativização” nos dá a escala da estupidez desta gente que acha que isto acaba por ser “normal”? Será que o genial Henrique Raposo percebe a diferença entre uma doença infecto-contagiosa que atinge brutalmente os mais frágeis e as que só afectam a própria pessoa?

Vão-se ph[pi-pi]!

(já vos disse, mas repito, que não tenho pais há muitos anos… nem parentes próximos em idades de risco acrescido… só que abomino quem continua a considerar que isto é “apenas uma espécie de constipação”)

Casos – 3

Mensagem chegada via fbook:

Está dramático em todo o lado. [cidade da região centro] não é exceção. No passado domingo uma só delegada de saúde “fechou ” 12 turmas, uma delas era minha. Na segunda-feira, ainda não tinha chegado à escola e já tinha uma EB fechada (o telefonema chegou às 7:30. Tenho mais de 30 casos ativos no agrupamento, mais de 60 em isolamento profilático, estou à espera de umas dezenas de testes e as mensagens e telefonemas não param de chegar. Falei, há 10 minutos com o delegado de saúde, em princípio vou fechar mais uma turma durante o dia de hoje. Amanhã continuará… Para que tenhas a noção, numa semana e meia do 2.º período, os caso positivos ultrapassaram os do 1.º período.

Casos – 2

Para que a comunidade escolar possa ter conhecimento e acompanhar a evolução da pandemia no Agrupamento de Escolas de São Julião da Barra, vamos passar a divulgartodos os dias em que há aulas no calendário escolar, por volta das 17h00, o número de alunos e de profissionais em confinamento por terem testado positivo à Covid-19 ou em confinamento profilático determinado pelas autoridades de saúde, bem como, se for caso disso, o número de turmas inteiras ou escolas encerradas.

Um exemplo quanto a transparência. Se um só agrupamento tem 17 casos positivos 134 em isolamento, calculem o resto. E reparem na progressão de casos desde o início do período:

Casos

Quem tiver informações sobre casos confirmados ou surtos, pode enviar-me para guinote3@gmail.com. Em comentário também poderão ficar, sabendo-se que cada um@ é responsável pela informação que prestar e eu não puder confirmar por outra via.

Salesianos do Estoril confinam alunos e professores que contactaram com colegas infetados e aguardam que autoridades de Saúde indiquem medidas a tomar. Pais querem o colégio fechado.

A Grande Mentira

Uma das maiores operações de encobrimento em decurso é o sub-registo de casos nas escolas, de alunos a docente, passando por assistentes operacionais. O encobrimento começa a partir da base, restando saber se isso é, nuns casos, da iniciativa dos poderes locais ou se, em outros, resulta de indicações (certamente informais e sem deixar rasto documental) da “hierarquia”. O problema é que, mesmo no terreno, o que se conhece é filtrado. As pessoas deixam de aparecer a dar aulas – ou alunos de frequentá-las – sem se saber a razão, porque a circulação da informação sobre as causas é controlada e limitada ao considerado “essencial”.

Tudo em nome de prevenir “alarmismos”, claro. Ou de defender a “privacidade”. A bem da “confiança” e da legitimação da tese do “contágio zero”. Muitas escolas tornaram-se “fábricas da verdade”. Em nome do “interesse geral”. Ou “bem comum”. Ou lá o que chamam a mentiras de Estado nos dias que correm.

Haveria uma forma indirecta, mas parcelar, de se ter uma ideia da incidência de casos entre os alunos, caso na justificação das faltas, por exemplo no E360, os directores de turma assinalassem sempre quando a causa é o “isolamento profilático”. Resta saber se muitos estão para isso. Para além de que o E360 ainda não está generalizado a todas as escolas e analisar dados com os outros programas (GIAE, Inovar) não deverá ser uma prioridade nas “investigações” a realizar ou apoiadas pelo ME.

Se não recorrer, e após ter sido intimado pelo tribunal a dar à Fenprof a lista das escolas com infecções, ministério deverá responder até ao fim do mês. Últimos dados apontam para 63 surtos activos em estabelecimentos de ensino, num total de 467 infecções. Mas casos isolados continuam a não ser divulgados.