Tem a ver com a forma de vida, tem a ver com a idade, tem a ver com muita outra coisa menor ou maior. Mas vou confirmando a dificuldade em transmitir o que foi o quotidiano docente durante o primeiro confinamento a quem o viveu em outra situação. Não foi alegre, não foi animado, não foi cheio de diversidade de ocupações ou de tempo para jogos de mesa, caminhadas e outras formas de encher um tempo que já estava cheio. Foram dias de trabalho intenso, muitas horas dobrado sobre o teclado, de olhos no ecrã, com os três cá de casa em esforço e não sem saber como se ocupar. Transmitir isso a quem esteve provavelmente entediado com pouco que fazer ou, no inverso, irritado pela presença da petizada em casa, é complicado, porque há quem tenha desse tempo, pelo menos da forma como por aqui o vivemos, uma ideia muito errada. O que também explica as reacções perante um segundo confinamento a sério. Aquilo da “empatia” só é exigidos a alguns, há os outros que se sentam no seu banquinho e imaginam tudo à imagem do seu quintal particular (sim, também posso fazer piscadelas ao nome deste blogue), não imaginando que houve quem vivesse aqueles dois meses em que todas as escolas estavam fechadas e se inventou um E@D quase do ar impuro mesmo com muito pouco tempo para floreados. Em especial, professores que também são pais. Que entendem os dois lados da questão (e até podem invejar o lado dos que nem sequer são nada disso), quando há quem não tente sequer perceber o seu.
Subscrevo.
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