Quando os escreveu já era mais velho do que eu sou agora e teria certamente ambições. Se os escreveu é porque sentiu vontade de o fazer e quase por certo gosto ou mesmo. Preferia que ele os assumisse por inteiro do que estar a tentar desculpar-se de algo que fez quando já estava longe dos “excessos” que se associam à adolescência. Até porque o fez numa revista universitária e não numa qualquer mafazeja “rede social” ou tenebroso blogue. Não entendo muito bem este tipo de vergonha tardia por causa de escritos de “actualidade”, assim como também não percebo que quem o escolheu – pelos vistos sabendo ao que ia – pareça experimentar agora um certo incómodo.
Sorte minha preferir assumir por completo as asneiras que certamente escrevi, do que renegar convicções e querer trocar o que sou ou fui porque qualquer honraria em idade serôria.
Presidente do TC insurgiu-se contra “lobby gay” há 11 anos. Quando se debruçou sobre barrigas de aluguer, em 2018, escreveu que gestão de substituição era “violadora da dignidade da pessoa humana”.
Quando foi escolhido pelos conselheiros para se tornar também juiz do Tribunal Constitucional (TC), em Fevereiro de 2014, o professor universitário João Pedro Caupers deixou um aviso em relação aos textos de opinião que tinha escrito para publicação online da Faculdade de Direito da Universidade Nova durante quatro anos: alguns deles eram muito datados, motivados por questões da actualidade, e não os teria redigido da mesma forma mais tarde.
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