Regresso, Amanhã

Não sei bem com que estado de espírito, depois do que ouvi e li nesta semana. Sinto-me uma espécie de criminoso, quase mesmo sociopata, No período do E@D parece que os alunos não aprenderam nada, sendo que o “diagnóstico” feito pelos especialistas do IAVE, de tão preliminar, não aponta as razões de situação tão “dramática”, para recorrer a um termo muito usado em torno da questão. Hoje, leio que as “escolas deram notas sem contar com o trabalho feito ao longo do 2.º período”, o que me deixa a pensar que devo ser mesmo muito “estranho”, pois contei com o trabalho feito e não feito e não usei “testes” para isso. E além disso, ainda me lembro de ter dado umas boas semanas de aulas presenciais no 2º período e não ter permitido férias aos alunos (ou a mim) em Janeiro.

O ministério (só merece minúscula cada vez mais minúscula), depois de ter anunciado aos quatro ventos que as escolas tinham autonomia para definir os critérios de avaliação neste período, vem afirmar “que escolas que o fizeram [dar notas sem considerar “o trabalho feito ao longo do 2º período”] violaram os direitos dos alunos”. Nada como começar logo a sacudir a água do capote.

Em cima de tudo isto, há ainda a questão da vacinação dos professores, devido à qual parece que haverá uma hecatombe de mortes entre os mais idosos. Sobre isso nem me vou alongar, deixando apenas os dados do Perfil do Docente mais recente (2018/19), de acordo com o qual existem 17 malandros abaixo dos 30 anos no pré-escolar e 1º ciclo do ensino público.

Domingo – Dia 56

De acordo com a mesma notícia “esta solução foi admitida pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, numa audição no Parlamento, esta terça-feira”, esclarecendo que “o Governo afasta também que o plano de recuperação passe por dar mais tempo de aulas aos alunos, seja através de reforços de horário ou de escolas de Verão”. O que dá a entender que, no essencial, já está mais ou menos decidido o que se vai fazer, apenas se encenando aquela parte da consulta a “todos os outros contributos dos actores normais nas nossas escolas”, para citar o ministro.