Também poderia ser o Knife…
Dia: 15 de Abril, 2021
A Mãe
Maria Antónia Palla interroga-se no Público acerca do ódio que existirá em Portugal contra Sócrates. O momento para tal interrogação não deixa de ser curioso, mas eu preferiria relembrar que ele foi o primeiro líder do PS a conseguir uma maioria absoluta e que governou seis anos, com muitos apoios, cumplicidades e silêncios. Para o bem e o mal. E, já agora, gostaria ainda de recordar que o “animal feroz” nunca se caracterizou pela forma simpática ou amorosa de tratar a generalidade dos adversários.
Que o PS tem um problema por resolver? Claro, mas acho que em alguns casos o “ódio” (dentro do PS) é mais porque José Sócrates exagerou (apesar da enorme habilidade em tirar fotocópias), deu nas vistas e há agora quem só com muita dificuldade nos possa fazer acreditar que nada sabia, nada viu ou ouviu.
Pessoalmente, que nunca tive cartão de nenhuma cor, nunca “odiei” o homem (em termos pessoais ou políticos). Só que já em 2005 tinha ouvido o suficiente, mesmo vivendo numa aldeia e não frequentando tertúlias de gente informada, ao ponto de abandonar o comodismo da abstenção (não, não fui votar no Santana, aquietem-se algumas almas muito puristas). Que tanta gente tenha andado distraída é que me causa imensa impressão.
(na TVI24, Sócrates usou como grande argumento em favor da sua honorabilidade o apoio dado por Mário Soares… como se todos nos tivéssemos esquecido do apoio que também deu, por exemplo a Bettino Craxi…)