2ª Feira

Ontem escrevi que “O despacho 6605-A/2021 é o elemento final (ou quase) do trabalho de “reconfiguração” da Escola Pública como Escola Mínima”. O “ou quase” relaciona-se com algo que parece faltar acrescentar a todo este “trabalho”, e que é a questão da avaliação. Não tanto o facto de a retenção já ser considerada como anomalia e excepção, mas mais a natureza das aprendizagens a avaliar. Repare-se que no sumário do recente despacho 6605-A/2021existe uma referência á “avaliação externa”. O que em princípio significa que provas de aferição e finais, bem como exames, deverão ser classificados de acordo com as aprendizagens essenciais.

Resta a “avaliação interna”. Ora, se bem repararam, no dito despacho, o primeiro referencial curricular é Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Que tem aquelas dimensões todas que, em coerência, deveriam merecer avaliação para que os alunos pudessem ter o “perfil” certo. Por isso… não me espantaria muito se um destes dias se considerasse que a avaliação por disciplinas se tinha tornado obsoleta e deveria ser substituída por um processo mais… “holístico”.

11 opiniões sobre “2ª Feira

  1. Como é possível termos deixado chegar a este ponto?!
    Até ainda éramos credíveis internacionalmente pela qualidade do nosso ensino…nas engenharias, na filosofia, na medicina, etc. dávamos cartas.
    Que tipo de gente foi essa que encubou e maturou tão horrendo atentado à equidade e ao saber?
    Não foi obra de gente de academias e cátedras com solidez. Foi cambalacho gota a gota com políticos, diretores, psicólogos, pseudo cientistas da educação e sindicalistas de oportunidades oportunistas. Espelho da corrupção, decadência, ignorância e falta de decência que se vê mais e mais no retângulo à beira mar pintado.
    Apimbalhamento total!

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  2. “Foi cambalacho gota a gota com políticos, diretores, psicólogos, pseudo cientistas da educação e sindicalistas de oportunidades oportunistas”. Acrescentam-se comentadores e jornalistas preguiçosos do “Axanço”, para ajudar a compor o ramalhete. Acrescentam-se uns juristas manhosos para as remendas e rendas legais.
    E ainda os professores borradinhos de medo de não agradar ao diretor, de não conseguir pagar a casa e o carro e de não subir de escalão. Ou, então, sem fruta na prateleira de baixo e sabedoria na prateleira de cima.

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  3. Sim. Mas seria bom que esta gente “brilhante” se entendesse sobre o que quer afinal. É que avaliações holísticas não se coadunam com grelhas excel de avaliações até às centésimas, tal como são exigidas pelas escolas, nem com as exigências dos exames nacionais, mesurados às décimas…

    Afinal, o que querem?

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  4. Querem o que der jeito na hora de chegarem ao poleiro!
    Não está na altura de se lhes perguntar o que querem. Está na hora de lhes dar um grande pontapé e recuperar o que ainda resta da dignidade da escola!
    Tudo isto é reversível, basta encomendar aos mesmos juristas que andaram a espreitar os furos de lupa e a cortar e colar com pinças. A base está lá é só puxar a fita atrás e adaptá-la à necessidade de dar saber suficiente aos alunos para serem críticos e responsáveis num mundo de artifícios envernizados com algoritmos de consumo.

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  5. Peçam ao MiguelAbacateSousaTavares para recuperar a aura de enfant terrible à custa de causas reais que podem beliscar os amiguinhos do guito e do power em vez de se virar contra os vegetantes abacateiros que nada podem contra um burguês com lugar cativo nos media!
    Também as carecas dos opinion nakers (nús?) estão bem à vista. Não é só a preguiça de investigar e de recorrer ao plágio, é também a desonestidade da construção de imagens falaciosas. Para não falar do indelével faro para o Cash.

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  6. Vão reconfigurar o c….lho, diz o Coxa entre duas amarguinhas

    Sentença dada : “… no próximo ano, vou matricular os netos em Badajoz ou na cidade portuguesa de Olivença. Até a delegada escolar diz que a qualidade do ensino no #EstudoNaVenda vai de mal a pior”.
    E justifica : ” Porra! Se o mais velho agora sabe Deus, daqui a quatro anos pior – nem o Nora lhe dará emprego no lagar do azeite”.

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    1. Não sei se conheces, mas ali por volta dos 15′ o especialista residente na coisa começa a levantar o véu sobre o “juízo global” intradisciplinar. Como será o juízo transdisciplinar?

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  7. Através desta lógica chegará o tempo em que bastará um psicólogo para fazer a avaliação em vez dos professores de diferentes disciplinas. Aliás, esses “cientistas em senso comum” usando o olhómetro andam a arrumar com os professores há muito tempo, mas a pandemia revigorou-os na ânsia de responsabilizar os professores pelos recalcamentos e infelicidades de todo o portuguesito médio.
    Depois, como esta do vídeo, dizem “escolas que foram extinguidas”. Já nasceu feliz e ensinada, depois os psicólogos avaliaram-lhe o português!

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