Invertebrado É Quem…

… por não ter a coragem de assumir certas decisões complicadas, lança a responsabilidade para outrem, esperando , de caminho, fomentar a discórdia ou mesmo a clara animosidade em relação ao alegado “responsável”. Só que tudo acaba por se saber e é assim que se confirmam todas as piores suspeitas acerca do carácter de certas pessoas tão adeptas de “afectos”-

A Ler

Sobre a falta de coerência (e qualidade) dos exames de FQ de 11º ano:

Exames que não servem para nada

O IAVE determinou que as provas de exame nacional de Física e Química A (FQA), aplicadas em 2020, contivessem dois conjuntos diferenciados de itens: um conjunto de 8 itens cujas respostas contribuíam obrigatoriamente para a classificação final da prova, e um outro  conjunto de 18 itens dos quais apenas contribuíam para a classificação final os 12 itens cujas respostas obtivessem melhor pontuação.

Sendo o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e as Aprendizagens Essenciais da disciplina os documentos de referência na conceção das provas de avaliação externa, não é congruente admitir-se  que as provas incluam itens que não avaliem aprendizagens essenciais. Do ponto de vista das aprendizagens avaliadas, não existiam assim diferenças entre o primeiro e o segundo daqueles conjuntos –  todos os itens, quer se incluíssem no primeiro conjunto ou no segundo, avaliavam aprendizagens significativas e essenciais.

(…)

Se a comparação dos resultados de 2020 com os resultados de 2019 não permite tirar qualquer conclusão sobre a evolução/regressão das aprendizagens dos alunos no domínio da disciplina de FQA, também a comparação dos resultados de 2020 com os de 2021 não terá qualquer significado, não permitindo também obter qualquer conclusão.

A Sério?

Porque será que isto não me espanta? Embora este tipo de análise só seja possível em investigações independentes, porque se for um grupo criado a dedo pelo SE Costa dirá que foi tudo melhor, mas muito melhor, porque passaram quase toda a gente, com base em muitos registos, relatórios e monitorizações. E depois vem o CNE validar tudo, mais uns “especialistas” e ex-governantes, desde que lhes encomendem qualquer coisa por fora, de preferência a nível local, a coberto do programa coiso e tal.

Está em desenvolvimento uma enorme fraude, que não é nova, apenas aumentou a escala da falta de decoro em tudo isto. Dizem que estão a rever o programa, mas a avaliar por medidas recentes, será para piorar ainda mais o que já é uma rebaldaria completa. Porque é uma rebaldaria? Há vários factores, mas digamos que o mais constante é o do que considero uma enorme pressão hierárquica para produzir sucesso. Se há boas práticas e bons exemplos? Claro… mas serão a regra em relação à flexibilidade costistas?

Resultados internos e nos exames nacionais em escolas TEIP estão cada vez mais longe dos das restantes, aponta um trabalho pioneiro de um investigador da Universidade do Porto.

As Aprendizagens Essenciais – O Caso Da Grécia Clássica

Quando se fala tanto em cidadania e democracia, nada como ver de que modo a sua origem clássica é tratada nas “aprendizagens essenciais”, comparando com as “metas” que foram revogadas. Se estas eram extensas para o tempo lectivo disponível, aquelas podem ser “despachadas” num ápice.

As metas de História para o 7º ano ainda aqui estão. Sobre o “mundo Helénico” pretendia-se:

  1. Conhecer e compreender o processo de formação e afirmação das cidades-estado gregas originárias (séculos VIII a IV a.C.)
    1. Localizar no espaço e no tempo as principais cidades-estados gregas e os povos com quem estabeleceram contactos, por referência às civilizações já estudadas.
    2. Relacionar a adoção do modelo de cidade-estado com as características do território e com a fixação de grupos humanos no espaço da Antiga Grécia.
    3. Comparar a organização política da Polis ateniense com a da Polis espartana.
    4. Caracterizar o modelo de democracia ateniense do século V a.C. no seu pioneirismo e nos seus limites.
    5. Explicar as clivagens no modo como Atenas e Esparta encaravam a educação e o papel da mulher na sociedade.
  2. Conhecer e compreender a organização económica e social no mundo grego
    1. Identificar as principais atividades económicas da maioria das cidades-estado atenienses (ver o caso ateniense – comercial, marítima e monetária).
    2. Conhecer a organização social das poleis gregas, tomando Atenas do século V a.C. como referência.
    3. Demonstrar as profundas diferenças sociais existentes na sociedade ateniense.
    4. Descrever o quotidiano dos membros dos diversos grupos sociais da polis ateniense.
    5. Reconhecer a situação de subalternidade das mulheres nas cidades-estado gregas, problematizando a questão com os debates atuais sobre a igualdade de género.
  3. Conhecer o elevado grau de desenvolvimento atingido no mundo grego pela cultura e pela arte
    1. Reconhecer a importância assumida na cultura grega por formas literárias como aepopeia (poemas homéricos) e o teatro (tragédia e comédia).
    2. Descrever a religião politeísta grega, destacando o papel dos jogos como expressão de religiosidade e factor unificador do mundo helénico.
    3. Identificar as principais características da arquitetura, da escultura e da cerâmica gregas.
    4. Referir a autonomia e o grau de sofisticação alcançado no mundo grego pela filosofia e pelas ciências.
  4. Conhecer o processo de estruturação do mundo grego e de relacionamento do mesmo com outros espaços civilizacionais
    1. Descrever o processo de criação de colónias e identificar os respetivos limites geográficos.
    2. Referir a instituição de alianças entre cidades-estado, as rivalidades e os conflitos que se verificaram entre as mesmas.
    3. Conhecer as relações estabelecidas entre as cidades-estado gregas e as populações da Península Ibérica, localizando vestígios arqueológicos dessas interações.
  5. Avaliar o contributo da Grécia Antiga para a evolução posterior das sociedades humanas
    1. Referir a democracia grega do século V a.C. como um dos grandes legados do mundo ocidental.
    2. Exemplificar a influência da arte grega até ao tempo presente.
    3. Confirmar a importância da língua como fator de unificação dos gregos e como vetor de transmissão de cultura erudita até aos nossos dias.
    4. Confirmar a cultura e educação gregas como fundamentais para a evolução futura dos sistemas culturais ocidentais.

Comparemos com as aprendizagens essenciais, consultáveis aqui:

  • Analisar a experiência democrática de Atenas do século V a.C., nomeadamente a importância do princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei, identificando as suas limitações;
  • Identificar manifestações artísticas do período clássico grego, ressaltando os seus aspetos estéticos e humanistas;
  • Reconhecer os contributos da civilização helénica para o mundo contemporâneo;
  • Identificar/aplicar os conceitos: cidade-estado; democracia; cidadão; meteco; escravo; economia comercial e monetária; arte clássica; método comparativo.

Nem 80, nem 8.