3ª Feira

Desde que ando por isto dos blogues e das críticas públicas às medidas educativas que garanto que dia 1 de Setembro estarei na minha escola, sem cedência a tentações estranhas à docência, para além das habituais (comprar e ler muitos livros, ser curioso e querer saber mais e debater acerca de coisas que precise de conhecer melhor). Este ano, não é excepção, mas é inegável que os últimos ânimos têm sido de progressiva erosão do gosto em relação ao regresso. Razões globais ou locais, sinto que cada vez o profissionalismo é o factor com mais peso no regresso e no desempenho, a par do respeito pelos alunos. Quanto ao resto, cada vez percebo de forma mais clara que a “evolução” que tudo isto experimentou no último punhado de anos me torna um professor inadequado ao modelo de Escola Low Cost do Efémero, assim como claramente em choque com o chico-espertismo da gestão escolar feita de ouvido e baseada na crença da impunidade, desde que amochem perante a hierarquia. Amanhã, dia 1, estarei lá como estou desde que fiquei colocado em quadro de agrupamento (foram muitos os anos em que apenas me apresentava em Outubro ou mesmo Novembro, enquanto muito boa gente vivia dos favores das requisições e destacamentos à medida, pelos quais agora se exige a contrapartida a fidelidade acrítica). Mas não sei até que ponto vale ainda a pena. Mas, quando decidir ir a outra vida, acreditem que não será ao “empurrão” ou alegando superiores interesses da Nação.

(mas que não se confunda este estado d’alma com qualquer apetência por fretes autárquicos ou consultorias manhosas…)

O Triunfo do Efémero

Lá seguiu o artigo para o JL/Educação de Setembro. Adivinho por aquelas páginas, loas e loas às novas medidas tomadas pelo grupo ideológico que governa e por lá escreve. Eu escrevi sobre o triunfo do efémero num currículo que cada vez se preocupa menos em transmitir às novas gerações o legado acumulado pela Humanidade em termos de Conhecimento e mais em divulgar modas transitórias e estilos de vida tidos como muito in e cosmopolitas. Dizem que é a modernidade e que a Educação se deve adaptar aos tempos, algo que ela, com bom senso, sempre demorou a fazer, para poder distinguir o trigo bom do simulacro plastificado, já para não dizer do joio.

2ª Feira

A conjugação da campanha para as autárquicas com a realização do Congresso do PS é um momento especialmente deprimente para seguir as publicações de um lote sortido de colegas professor@s nas redes sociais. Nada contra ser-se deste ou daquele partido e ter ambições m fora da docência, mas há coisas em que o decoro escasseia de tal forma que chega a ser embaraçoso. Porque ou anda tudo de memória curta ou foram à missa e vieram com uma enorme quantidade de compreensão e perdão para distribuir. Gosto em especial de passagens do género “poderia ser pior, se fossem os outros”. E a coisa não se restringe ao PS, mas de igual modo aos que, do lado de fora, querem ser muletas ou aos que, em territórios de outras cores, mostram toda a sua vontade de colaborar nas “soluções”.

Um portugal dos pequeninos dentro do Portugal dos Pequeninos.

As Minhas Séries

Estou a rever as primeiras temporadas e, mesmo estando longe de ser genial, vários episódios são bem divertidos e em especial nos tempos do Charlie Sheen, politicamente incorrectos de um modo que agora seria impensável num canal generalista. A transição para o Ashton Kutcher foi a possível, mas mudou um bo cado o espírito da coisa.