Secção “As Perguntas D@ Shôtôr@” – 2

Colega, posso ter mais de 9 na add, mesmo sem ter aulas assistidas?”

Claro que pode, colega Mariazinha. Não pode é ter menção de Excelente, porque o que vem na lei (artigo 20º do DR do costume) é que:

3 – As classificações quantitativas são convertidas em menções qualitativas nos seguintes termos:

a) Excelente se, cumulativamente, a classificação for igual ou superior ao percentil 95, não for inferior a 9 e o docente tiver tido aulas observadas;

A palavra chave é “cumulativamente”. Ou seja, Até se pode ter 10 e estar no percentil acima do 95, mas não ter Excelente porque não se teve aulas assistidas.

Mas em nenhuma passagem do decreto em causa, se afirma que é obrigatório ter-se menos de 9 quando não se tem aulas observadas.

Assim como se podem pedir aulas observadas, ter 9,8 e não ter Excelente, porque não se ficou no percentil 95.

Ao que parece, aquela do “cumulativamente” anda a perturbar – há anos! – certas mentes com assento nas SADD que obrigam (mesmo que de modo informal e sem rasto documental) depois os avaliadores internos a manipular as classificações dos indicadores, parâmetros ou descritores de maneira a dar 8,9 ou 8,99 ou mesmo 8,999 a quem não pede aulas assistidas.

Porque não há “formações” que consigam que quem não percebe o que lê passe a perceber. A iliteracia funcional anda à solta por aí. Mas as pessoas depois ofendem-se e dizem que fazem assim há anos, como se esse argumento fosse válido. Se ninguém reclamou é todo um outro campeonato de bisca lambida.

4ª Feira

Ainda mal uma pessoa recuperou das emoções de 19 anos e já temos futebol nacional por aí. Entretanto, vai-se espreitando os Jogos Olímpicos. Gosto especialmente do atletismo e de dois tipos de atletas: os que, não sendo favoritos, se superam e conseguem resultados memoráveis ou os chamados “super-favoritos” que chegam lá, sorriem e ganham sem grandes dramas (o caso mais exemplar foi o do sueco Duplantis no salto à vara, mas também a da venezuelana Rojas no triplo salto). Claro que compreendo situações de muito stress acumulado como o de Simone Biles. Custa-me mais aquelas situações, por muito mérito anterior que tenham, do tipo “ai, credo que temos de jogar às 9 da manhã”.