As Minhas Séries

Outra dos anos 2000 com uma família dos subúrbios altamente disfuncional. A dada altura aquilo já estava estratosférico e não vi até ao fim da última remporada. Um dos aspectos mais originais foi o que fizeram com a música do genérico (Little Boxes), com múltiplas versões ao longo do tempo entregues a gente muito estimável, conforme se pode confirmar abaixo.

Gostava Que Usassem Um Padrão De Exigência Equivalente…

… ao que aplicaram ao virologista Pedro Simas a casos como os de cert@s cientistas da educação que andam a vender duas vezes gato por lebre em publicações feitas mesmo em cima do momento acerca das mais recentes novidades legislativas do ME. Todos os anos é uma onda parecida. Servem como consultores da coisa, formadores da coisa e depois vendedores de guiões sobre a coisa. Eu sei que nada é ilegal e que a vidinha está difícil, mas depois é um bocado chato virem armar-se em autoridades morais.

Não é o mesmo que publicidade enganosa? Pois não, em alguns casos é uso de informação privilegiada. E não é de agora, nem é coisa estranha, pois eu ainda me lembro de publicações dos tempos da TLEBS, do “novo” ECD de 2007, do regime de avaliação do desempenho, etc, etc, que apareciam sempre uma semana ou duas depois de aprovação dos normativos, não tendo havido sequer tempo para colocar o papel na máquina, quando mais para o imprimir.

Uma Questão De Perspectiva

As “evidências” estatísticas dizem-nos que Portugal tem dos corpos docentes mais envelhecidos da Europa, mas as “evidências” colhidas em muitas centenas ou mesmo milhares de publicações em redes sociais mostram-me “à evidência” que muitos desses corpos estão em belíssimo estado de conservação. Em especial pelo litoral.

Domingo

Os níveis elevadíssimos de vacinas a jovens revelam que a maioria da população não adere a discursos completamente alucinados e irracionais contra a Ciência (sim, escrevi com maiúscula de propósito). Isso não significa que não tenhamos reservas sobre a eficácia de vacinas preparadas em tempo recorde e que já se sabe não serem “definitivas”. o curioso é que, há umas boas semanas, quando tentei dizer num grupo de professores de uma rede social que a vacina (que levei e voltarei a ler se for necessária 3ª dose, porque as vantagens são muito maiores que os riscos) eram em grande parte um medicamento para prevenir os sintomas mais graves da pandemia, não garantindo por si só imunidade total, chamando-lhes mesmo um “mega-paracetamol”, houve quem me quisesse explicar que eu nem percebia o que era uma vacina.

A questão não era essa… era que aquilo a que estamos a chamar “vacina” é o que foi possível descobrir e produzir em massa em menos de um ano. É um feito imenso, apesar de eventuais falhas e aproveitamentos comerciais. Mas não é tudo. Ainda não é a solução que resolve tudo. os limiares de imunidade são uma espécie de horizontes criados para incentivar a vacinação, mas são fugidios e mudam conforme as variantes. ter esta noção, de que a Ciência atinge patamares provisórios nos seus avanços faz parte da natureza de um pensamento racional.

É tão irracional criticar a Ciência com um saber entre vários outros, como achar que ela atinge níveis de conhecimento absoluto. Não, é uma forma de conhecimento dinâmica e em permanente revisão. Já as crendices, superstições e algumas teorias da conspiração são “saberes” estáticos e prisioneiros de si mesmo, porque assentam em dogmas nascidos de uma Fé que não se questiona. A Ciência, a da maiúscula, questiona-se sempre e é assim que avança. Claro que haverá quem diga que esta adesão á vacinação é o resultado de uma imensa propaganda mediática nesse sentido. Neste caso, ainda bem. Desde que exista espaço para leitura críticas, fundamentadas, do que está em causa, ainda bem que a maioria optou pela vacinação dos mais jovens.