5ª Feira

Temos um governante que, ao fim de seis anos no cargo, diz que o problema da falta de professores é “complexo”. Realmente, ainda bem que é doutorado ou não conseguiria chegar a conclusão de tamanha perspicácia e profundidade analítica. Diz ainda que é por causa da campanha eleitoral que se nota mais. Parece que foi algo que aconteceu, assim a modos que granizo no Verão, imprevisível e acerca do qual nada se podia ter feito e agora é “complexo” avaliar os estragos no nabal. Realmente, estamos já com duas semanas de aulas e sem substituições para colegas de atestado de longa duração porque tudo isto é “complexo”.

Mas este não é o único cromo difícil da caderneta que faz do cargo coisa confortável e para dar lustro ao currículo. A nível local, é aterrador o nível de inconseguimento de certas figuras que ocupam cargos de responsabilidade na vida de colegas, mas que parecem desconhecer sequer as vogais do abecedário das funções a que se candidataram e do respeito que devem pela vida profissional dos seus “pares”. Um dia tenho de fazer a antologia dos dislates que me têm cabido em sede de recursos. Uns correm com uma correcção extrema, mas há outros que ficam entregues à bicharada.

E a indiferença vai crescendo, E instala-se, quase se entranhando. Vá lá que à porta da sala quase desaparece por completo. E ainda bem que vão sobrando uns pós de mau feitio para com gente de emproada incompetência.