Dia: 13 de Outubro, 2021
A Senhora Não Tem Cura
A “reitora” MLR decide botar faladura sobre a questão das ordens profissionais, defendendo “Ordem nas ordens” e escreve: “A criação de ordens profissionais e a consequente transferência de poderes do Estado para estas entidades, como o de definirem atos que apenas podem ser executadas por profissionais nelas inscritos, justifica-se apenas em casos excecionais.”
Que a senhora é um caso perdido em matéria de leis e de compreensão dos mecanismos de delegação de poderes entre a sociedade e o poder político é algo de que não tenho dúvidas há muito. Para ela, parece que existem “poderes do Estado” que surgem do nada, que lhe são intrínsecos e não uma emanação da sociedade civil, dos cidadãos. E esses poderes não devem ser transferidos, sem ser excepcionalmente.
No meu caso, considero que devem ser os profissionais de uma dada profissão a decidir se pretendem que esses “poderes” (leia-se, por exemplo, a regulação do exercício da dita profissão) devem ficar na órbita do Estado ou de outro tipo de organizações. O Estado não pré-existe a tudo o resto. E nem sequer estou a pensar no caso concreto desta ou aquela ordem, mas no plano abstracto da relação entre cidadãos e Estado e de quem parte a legitimação de qualquer tipo de poder público.
Realmente, nada como ex-anarquistas para endeusarem o Estado como fonte absoluta dos “poderes”. Só me interrogo o que a terá feito sair do seu casulo reitoral, onde bem pode manobrar investigações e inspirar delfins como aquele de quem já não se fala nada e que ficou com o cadeirão destes anos (comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, ainda se lembram?).
Secção “Maravilhas Da ADD”
É o total desnorte. Um@ colega recebe a resposta à sua reclamação, com as contra-alegações da SADD com a data de dia X (o que é confirmado em envelope carimbado pelos correios e tudo). Requerida a ata da reunião onde foram aprovadas as ditas contra-alegações, verifica-se que foi realizada no dia X+3.
Einstein sorri no seu túmulo e não apenas por causa da relatividade espacio-temporal.
4ª Feira
Medina renuncia ao cargo de vereador. A ética republicana de respeitar os resultados eleitorais com humildade e assumir os cargos, mesmo quando se perde, não é para estas criaturas que só se sentem bem na mó de cima. Agora é esperar uns meses e ver o trajecto do delfim do costismo. Pode dizer-nos muito sobre a degenerescência de um sistema que, a nível nacional, nem chega ao rotativismo.
Do outro lado, uma deputada candidata-se a vereadora, mas parece que quer ser as duas coisas ao mesmo tempo. Outro caso evidente de profunda ética republicana.