Sábado

Uma das palavras agora em voga é “transição”. Transição digital, transição energética, transição seja o que for. O que significa que estamos em trânsito de um ponto para outro. Mas isso estamos sempre, queiramos ou não, porque faz parte da ordem natural das coisas. De forma mais rápida ou mais lenta. O problema é que ouvimos e lemos muito sobre transição, mas raramente a que sentimos é a anunciada. Eu senti, por exemplo, uma transição fiscal bem forte e nem por isso gostei. Muito menos que sinto que essa transição é regressiva, no sentido da perda de direitos ou capacidades. “Transição digital” é um dos chavões que agora se aplica a tudo e nada. Nas escolas até se fazem planos, mesmo que não existam meios para a assegurar. Fora delas, não se explica que muitos dos avanços na circulação da informação se baseiam em tecnologias pouco amigáveis com a Natureza. Já no caso da energética, receio muito que a deriva para a “descarbonização”, se for feita na base da destruição da cobertura vegetal para colocar painéis solares em todo o lado e mais algum, não acabe muito bem. Como aconteceu a desflorestação no Brasil para produzir etanol. Usa-se o termo como se significasse progresso, para cativar apoios e adesões. Mas em alguns casos, talvez fosse bom esclarecer que talvez signifique um regresso. Ou as suas verdadeiras implicações a médio e longo prazo, para além da propaganda e de novas áreas de negócio.

14 opiniões sobre “Sábado

  1. Deparei -me com o Paulo trajado de papa no facebook do Luis Costa. Também é transição?
    O ex coordenador da minha escola saiu para o sacerdócio, depois de tirar curso de Teologia e ser casado.

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  2. Não sei se são só os amigos do Luís a ver?
    · Uma merecida homenagem.Obrigado, Paulo!
    facebook.com/dardomeu.costa/posts/1016755445567065?__cft__[0]=AZWRPNkZMuf3idNd4Y9LIEz6jhYRZkBFMfqc8Fi-npwu46RT68T6tP62St-9tWe85gjUnT26dEvCSFIy2x5C_go4tFCewTZTnCa-0kPPORpUJYPDFgIhbomovpzwVejdrAw&__tn__=%2CO%2CP-R

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  3. Também me encontro em transição certamente, para o escalão onde supostamente entrei a 1 de Junho mas de onde ainda não vi um único euro de actualização salarial. Como é possível com tanta digitalização que não paguem o que me devem? Desculpem voltar a este assunto, mas acho incrível como este “atraso” se tornou a “normalidade” e não me venham dizer para fazer greve…

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    1. Cara colega, como a compreendo. Muitos de nós estamos nessa situação. É uma vergonha como somos tratados. O Estado deveria ter uma relação de confiança com os seus funcionários, de previsibilidade das suas ações administrativas, de esclarecer procedimentos, no fundo ser honesto e ser uma entidade de bem. Mas não, temos a arbitrariedade e a arrogância. A tal plataforma de progressão na carreira, o cerne da questão, não abre desde maio. A tal que deveria estar aberta todos os meses, exceto na 1.ª semana. Já contactei a DGAE por duas vezes, via E72. As respostas são ridículas e completamente formatadas. A última delas afirmaram de que quando a plataforma abrir as direções serão informadas. Não sei como classificar tão diligente resposta. Se isto é a transição digital quero voltar aos procedimentos manuais. Nessa altura, quando mudava de escalão recebia no mês seguinte, agora ao fim de um ano….de facto vamos no caminho certo….

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  4. Também me responderam isso a 1.ª vez que os contactei: os diretores é que sabem quando nós mudamos. Mas, não foi isso que lhes perguntei. Os diretores sabem quando mudamos mas não o podem fazer sem cabimento do Igef. Este organismo não cabimenta sem atualização da plataforma onde vai buscar os dados. Perante estes factos, a resposta seguinte foi de que quando a plataforma abrir as direções serão informadas. Quem responde não tem culpa, faz o que lhe mandam. Isto é gestão política. Uma vergonha. A Plataforma tinha boas intenções, porém, transformou-se em mais um congelamento encapotado…só abre quando lhes apetece…não abre há meio ano….e o que me arrepia é que a grande maioria de nós anda zombie, encolhe os braços…..irei usar os mecanismos ao meu dispor: continuando a chatear no E72, mandar mails para comissão de educação e em último caso, se a plataforma não abrir até final do ano, provedoria de justiça. Pode não dar nada? Pode, mas tenta-se….

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      1. Não vejo razão para tal. Segundo parece, António Costa não se demitirá, pelo que o governo continua com as suas competências, exceto o não poder ter iniciativas legislativas, pois a AR será dissolvida. Não estando as carreiras congeladas (parece que estão suspensas) não vejo motivo para que o governo não prossiga a sua normal gestão. Se não abrir será por mera gestão política. Podem não abrir a plataforma por birra, ou então abri-la para assim darem mais uns trocos à malta já no contexto da propaganda eleitoral.

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  5. Vamos ver se o PM nos vai pedir desculpa e dizer que foi um equívoco!
    Democracia, pois, pois…
    Estado de Direito, pois, pois…
    País do 1• Mundo, pois, pois…

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