A chamada “recuperação das aprendizagens” foi uma narrativa criada para dar que fazer e ganhar a uns grupos de cortesão e vassalos do regime costista na Educação. Os alunos perderam com a pandemia e o ensino não presencial? Sim, claro que sim. Isso significa a necessidade um qualquer plano nacional ou de “formações” para os professores aprenderEm a ajudar os alunos a “recuperar” o que não aprenderam ou ficou por leccionar? Nada disso. Recuperar ou consolidar aprendizagens é algo que a larga maioria faz há muito tempo. Há excepções? Claro que sim. A razão de tais excepções é solucionável com “planos”, “projectos” ou “formações”? Não, na maioria dos casos, porque quem o não fazia, continuará a não fazer. A diferença é que andam por aí umas luminárias a dizer que sabem “ensinar a ensinar”. E fazem disso vida e negócio.
Vamos lá ser claros, pelo menos em relação ao que observo e me é relatado, com naturais e honrosas desvios à regra: o maior problema em relação às aprendizagens é a atitude de muitos alunos relativamente ao que (não) fazem na escola e nas aulas, como resultado da ausência de consequências palpáveis. Ainda hoje perguntava a uns alunos que são desportistas, com treinos a sério e tudo, o que lhes aconteceria se começassem a queixar-se logo no início dos ditos treinos, acerca dos exercícios que os misteres lhes mandada, fazer. Todos reconhecem que o mais certo é não serem escolhidos para as equipas ou serem dispensados, a menos que sejam dos que pagam à colectividade. Comem e calam, mesmo quando não gostam. Mas se for o professor, na escola, a pedir que leiam… ai que chatice, deixa-me deitar sobre a mesa, falar com o vizinho, espreitar o telemóvel e etc, que até há “especialistas” a legitimar que se o aluno não se sente atraído pelas aprendizagens é porque @ professor@ é uma nulidade pedagógica.
Muitas aprendizagens não se fazem porque há uma atitude que já nem é crescente, porque quase não há margem para crescer mais, de completo desinteresse pela inconsequência do desrespeito pelo trabalho quotidiano na sala de aula. Não sei ainda o que é um verbo no 6º ano? A culpa terá sido de alguém, menos d@ petiz@ que só tem o dever de saber alguma coisa se for “relevante” ou “interessante” para o seu contexto local, até porque quem terá de justificar o seu insucesso será @ banana que passa por ser @ professor@ titular ou o cacho de bananas que é o Conselho de Turma, a menos que ande por lá algum nabo ou nabiça com rama especializada nos Maias.
Uma “estratégia para a recuperação das aprendizagens”? Comecem por explicar aos alunos (e algumas famílias) o que é responsabilidade e auto-controle. É que mesmo muito poucos serão ronaldos de 3ª ou figurantes de novelas da tvi ou de programas da manhã da sic.
Isto sempre foi assim? Nem por isso. a narrativa da desculpabilização como discurso dominante é coisa relativamente recente.
Excelente texto
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Paulo muito obrigado pelo texto. Permita -me uma pequena reflexão ou talvez achega. Quando diz “A diferença é que andam por aí umas luminárias a dizer que sabem “ensinar a ensinar”. E fazem disso vida e negócio” Comemos aquilo que os executivos nos obrigam a comer. Muitas vezes, e com legalidade duvidosa, para nos obrigar a ter formação usam o estratagema da convocatória e ameaçam com falta .
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E o Trabalho Colaborativo ? Para que serve?
Ajuntamento de Traseiras – acta da reunião
Agenda: ponto1- Resultados da ADD; ponto2 – Informações ; ponto 3 – Outros assuntos
Aos quatro dias do mês de Outubro de dois mil e vinte e um reuniu a irmandade do ” trabalho colaborativo”. Ao evento acudiram todos os recenseados, predominantemente do sexo feminino.
Aberta a sessão, a dona Cinda , que presidiu, passou em revista os três pontos da agenda , exarando-se, para a posteridade, uma síntese do que lá aconteceu:
1- “Resultados da ADD” : face à onda de protestos que irromperam, a coordenadora viu-se forçada a suspender este ponto, passando precocemente ao imediato;
2-“Informações” : acalmados os ânimos, a dona Cinda enredou-se a debitar as informações trazidas, que reputou de muito importantes – a) o casamento da Rosalina foi adiado para Janeiro; b) na feira de Badajoz estão em saldo sapatos de tacão alto de todas as cores; c) o marido da Aurora comprou um Mercedes.
3 -“Outros assuntos” : foi lida, em voz alta, uma circular emitida pela sr.ª directora : ” Amanhã, o Ajuntamento estará encerrado .Motivo : feriado nacional, 5 de Outubro, Dia da Raça ”
E nada mais havendo a tratar, à hora do telejornal deu-se por finda a sessão.
A Secretária : Maria Estebes
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Obrigado por mais este excelente manifesto.
Só não concordo integralmente com o
“quase não há margem para crescer”.
Há essa margem (por muito mau que algo seja, pode sempre piorar) e está a ser intensamente trabalhada e aprofundada na generalidade das nossas escolas públicas.
O ensino privado agradece.
Às elites o que às elites pertence.
A escola pública transformou-se, para a grande maioria dos alunos, num elevador para o rés do chão social.
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Excelente post Paulo! Mais um que devia ser publicado na CS.
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Mais uma vez, EXCELENTE!
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Claro que sim!!!! Muito bom 👏👏tão simples, que só não vê ou não sabe, quem não anda por lá, ou se quer fazer de tont@!
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Mais uma vez excelente reflexão
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