Escola a tempo inteiro: em Portugal serve para apoiar as famílias, noutros países para reforçar aprendizagens
A “Escola a Tempo Inteiro” foi um projecto de assistência social, com muito pouco relacionado com Educação. Alguns escreveram logo acerca disso, eu incluído, o céptico e má-língua do costume. Mas escrevi logo em 2007, não foi anteontem. Que quase 15 anos depois se confirme o que então abundantemente se escreveu dá escasso conforto, depois de toda a parvoíce que fui obrigado a ler.
Por essas e outras é que acho que o “debate” sobre Educação em Portugal se foi tornando progressivamente inútil, porque há “projectos” baseados em mentiras ou crendices particulares, cujos promotores são completamente incapazes de confrontar ideias e abandonar o seu acantonamento. Por isso, só em situações limite acho que vale a pena falar contra blocos de tijolo ou ir a iniciativas só para aparecer e fingir cortesias. Não estou mesmo nessa onda.
Sobre a Escola a Tempo, só posso manter o que escrevi há 14 anos e agora parece ser conclusão consensual. Não preciso que a OCDE venha agora afirmar o que era uma evidência desde os primeiros tempos.
Lamento, se estava certo. Antes não estivesse.
A Escola a Tempo Inteiro é um óptimo contributo para todos os empresários e empregadores que defendem a desregulação – pelo abuso – do horário de trabalho dos seus empregados. Se é isso que vai desenvolver o país? Abrindo mais umas dezenas de centros comerciais para as “famílias” tentarem desaguar as frustrações ao fim de semana?
As “famílias” comuns, essas, na sua grande maioria, podem olhar para a Escola a Tempo Inteiro como uma válvula de escape, uma almofada que amortece um maior choque da sua vulnerabilidade, mas é apenas isso mesmo, um estratagema para tornar um pouco mais suportável o que deveria ser visto como insuportável e intolerável.
Claro que ninguém tinha, mas em Portugal gostam de fazer teatro e cilindram quem não o faz.
Muito bons a construir encenações que deslumbrem os mais babacas e “módistas”. Também muito bons a mostrar à estranja que são os melhores no que “tá a dar”.
Foram os primeiros a atingir aquelas percentagens de vacinação, transformaram um almirante num estrelo internacional… e, para manter esse mito do submarino, até há que fazer grande trapalhada na administração da terceira dose e clamar a bandeiras despregadas: _ Chamem o Almirante, Nosso Senhor e Salvador!
É para ver se lhe colocam uma estrela no chão de Hollywood e depois poderem dizer com ar embevecido _ É um português! Ah, poiiizééé!
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Mas a verdade é que ele saiu e aquilo descambou logo. pode não ser uma “estrela”, mas em terra de burgessos, qualquer pessoa minimamente séria nota-se.
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Ele fez o que tinha de ser feito, o que se esperaria da sua função e competência.
Não me digam que é assim tão difícil seguir o que já foi feito?!
Uma pessoa séria em terra de burgessos nota-se, é verdade. Mas porque razão é esta uma terra onde esse tipo de pessoa ou é abatida por destoar, ou é transformada num mito para venerar?
Será próprio da mediocridade que caracteriza a terra?
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Pois exatamente: ele fez o que tinha de ser feito, mas que não o é na maioria das vezes, porque quem dirige estas «coisas» são tachistas, lambe-botas, gente com o cartão partidário, como o alucinado que o antecedeu no cargo.
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Para os professores que também são pais de gente em idade escolar, a escola a tempo inteiro é só dor. Paliativo só se for para quem ainda consegue dar fins de semana de qualidade aos rebentos.
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GD, infelizmente vivemos numa terra de médios-menos que detestam médios-mais e abominam quem seja mais do que isso.
Somos governados por habilidosos que passam por grandes estrategas políticos, quando o mais adequado era continuarem a dirigir associações de estudantes, ou ainda melhor, o respectivo bar.
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Gente pequena a brincar a gente grande e com a vida dos outros, o que agrava tudo!
Se ao menos soubessem ouvir e aprender…
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Efectivamente, o que falta à escola é família a tempo inteiro. Que dirá para o desenvolvimento global das crianças…
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🤗
Sempre a “taparem o sol com a peneira”…
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Ou seja, é o armazém! Nós tomamos conta da miudagem!… Bastará pagarem-nos o ordenado mínimo, o que parece ser o plano!
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E provávelmente, terá sido a OCDE a recomendar a iniciativa naquela altura. É assim que funciona, quanto mais servil, maior é a desconsideração.
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