São Muitas Mais

E ninguém parece interessado em apurar responsabilidades pelo descalabro na gestão dos recursos humanos na Educação nos últimos 15 anos. A velha história do “agora não adianta apontar o dedo”. Sim, adianta, a quem fez errado, nada fez, bateu palmas ou fingiu não ver. Os avisos foram feitos em devido tempo.

Será uma “oportunidade” para a “renovação”? Sim, mas com a qualidade destes empreiteiros, a renovação deixa a casa em pior estado do que antes.

Expresso, 12 de Novembro de 2021

Sábado

Parece que o Mário Nogueira apareceu ontem, de novo, a zurzir no ministro. O que não compreendo, porque dizer agora que ele é um zero á esquerda vem tarde, demasiado tarde e revela falta de perspicácia ou apenas hipocrisia. O ministro era uma nulidade logo ao tempo da nomeação em 2015. Na altura escrevi que era uma espécie de Alçada II, que nada decidiria, apenas dando a cara. Mas durante mais de dois anos, Mário Nogueira e a Fenprof parecem ter acreditado que, devido a ligações algo canhotas lá pela família, o rapaz era capaz de ser homem de obra e decisões. Não era. Nunca foi. Em 2017 ainda o camarada Mário lhe fazia elogios. Ou mandavam-lhe fazer, para ver se tudo ficava adormecido.

De lá para cá nada mudou. O ministro não governa, limitando-se a ser cabeça falante de guiões que ele debita de forma empastelada. Não revela ter aprendido quase nada em 6 anos, excepto estar disponível, por isso não percebo esta sanha que nos últimos anos acometeu que antes o considerava um parceiro de conversas. Curiosamente, acerca de outros governantes, com efectivo poder de decisão em muita matéria, não se ouve a Mário Nogueira um pio. Sobre Alexandra Leitão também li encómios quanto à sua capacidade negocial. Não vejo qual a vantagem para “este” lado, Que perceba, ela realmente tem uma imensa capacidade negocial para fazer o que já queria antes de negociar seja o que for. Sobre o secretário Costa, Mário Nogueira nem dá o mais ligeiro palpite, o que é de estranhar, a menos que estejam em sintonia absoluta. Porque não se pode culpar o ministro e encobrir o secretário com o controlo das Finanças.

Há por aqui algo que não chega a ser estranho, porque se conhece o “perfil” de certa malta que nunca dá ponto sem saber que escapa ao nó. Bater no ‘tadinho só a meio do trajecto, quando ele o era desde o início é apenas metade da curiosidade. Não estrebuchar nem um bafo em relação a quem manda efectivamente lá no albergue é a outra metade. Da primeira, percebeu-se já a razão: da segunda, mais tarde ou mais cedo se perceberá, porque pouca coisa fica por cá entre comadres, por muito bem que estejam.