Pois, Rui, Apaga-se Com O Acessório, Mas…

… quantos se deixam seduzir por esse acessório, enquanto lhes brilha no peito? Quantos colaboraram com aqueles que estavam a apagar colegas, porque o brilho ofuscava o olhar?

Como se apaga um professor

Chega a ser perturbador ver quantos, dentro de uma sala de professores, dizem já não aguentar a profissão que escolheram. A profissão que um dia os iluminou. E que ainda os apaixona. Se, por um lado, sonham com a alforria flagelante de uma aposentação, por outro não trocariam a sua profissão de décadas por nenhuma outra.

O abandono escolar não se faz só de alunos. Faz-se também de professores. E faz-se à vista desarmada, ao ponto de dispensar prova e estatística. São aos milhares os que se afastam daquele que dizem ser o mais incendiário e luminoso ofício do mundo: transformar quem não sabe em alguém que sabe.

A Culpa É Evidentemente Da Falta Formação Dos Professores Em Técnicas De Combate Em Espaço Urbano!

Um grupo com cerca de 10 elementos lançou o pânico, esta terça-feira à tarde, na Escola Secundária José Cardoso Pires, em Loures, quando arremessou garrafas de vidro e efetuou diversos disparos no momento em que lhe foi barrada a entrada no recinto escolar. Um jovem, de 16 anos, foi atingido a tiro num joelho.

3ª Feira

Não é culpa da pandemia. Não é culpa da extensão dos programas. Não é porque os professores estão velhos precisam de formação em arianices. É porque os alunos cada vez mais se vão desabituando de usar lápis e canetas. No 6º ano, em duas turmas observo o desempenho dos alunos em qualquer tarefa (até pode ser um desenho) e aflige-me ver como agarram nos materiais de escrita convencionais. Não estou a gozar quando digo que os lápis saltam literalmente das mãos dos alunos, porque parecem não ter sequer aprendido a mantê-los agarrados em posição descrita ou pintura. Não são petizes de 3 anos. Estão com 10 ou 11 e o ritmo de canetas a cair, para a mesa ou chão é algo estranho e “novo”. A utilização dos dedos em ecrãs deslizantes está a atrofiar a competência manual para tarefas mais complexas. Chamem-me velho, mas acho que esta é uma perda grave que nenhuma “modernidade” conseguirá justificar de modo razoável.