6ª Feira

Façamos uma nova viagem pelo mundo fantasioso e fantástico da Educação em Portugal. Imaginemos, por exemplo, que vários árbitros de recorrentes em processos de recurso quanto à avaliação do desempenho docente, numa mesma escola, fazem denúncias detalhadas à IGE, nomeadamente quanto à incompetência atroz da PCG e ao modo abusivo e displicente como a SADD conduz a sua parte dos procedimentos, sem respeito por prazos, incompatibilidades, etc. A IGE percebe (hélas!) que é a mesma escola e agrega tudo nas suas averiguações que, por acaso, nem são muito demoradas. e começa a dar despachos. Há dois casos a quem as respostas seguem num mesmo ofício, só que ocultando a parte relativa ao outro. Mas é possível “juntá-los” e perceber que, num caso, fica tudo arquivado porque, afinal, @ recorrente conseguiu ter provimento, pelo que não há nada a fazer, enquanto no outro, em que os procedimentos ainda se arrastam por novembro dentro, fica arquivado, porque não há nada a fazer nesta fase. Esta fantasia até pode ter fundamento jurídico mas, convenhamos, há por aqui uma atitude que roça a incúria e o abandono da função fiscalizadora de inspecções que, em outras matérias, vão até à análise das vírgulas. Ou seja, desde que chegue ao fim, está tudo bem. Se ainda não chegou ao fim, pode chegar e então tudo bem.

Se a confiança de uma criatura que viva neste mundo de fantasia já era pouca em instâncias centrais que dependem de forma submissa da hierarquia político-administrativa, agora foi-se a única esperança que exista alguma mecanismo interno relativo a desmandos e abusos e poder, a menos que sejam à vista de toda a gente num canal de televisão. Mesmo a criatura deste mundo de fantasia que conseguiu, após muita “resiliência” e alguma agressividade formal, o tal provimento, fica a pensar que a máquina está montada para intimidar, desmotivar ou demonstrar a inconsequência de qualquer acto de resistência ao modelo. Ou seja, essa resistência precisa estruturar-se “dentro” para conseguir alguma coisa. O problema, claro, é que cada vez mais pessoas, com algum histórico ou capacidade de choque, se passou a encolher e a adoptar o live and let die, mesmo que o vizinho do lado esteja a ser esmagado.

(como devem calcular, a criatura deste mundo de fantasia, assim como tudo o relatado é pura ficção, nem poderia ser de outro modo numa Escola do Século XXI tão inclusiva como a do professor Rodrigues e tão democrática no feedback informativo como a do doutor Fernandes, que o secretário Costa parece já ter desligado o interruptor e ter-se retirado para uma qualquer sofisticada comunidade promotora do bem-estar mental e da positividade)

11 opiniões sobre “6ª Feira

  1. Insignificâncias

    Chega de invocar, ou evocar, m..d.s como a IGE e um tal de Costa.
    A primeira irmandade é constituída por um rol de medianíssimas e insignificantes criaturas – algumas delas não passaram do ensino básico; a segunda, é um dormente e baço cavalheiro que está de passagem.

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      1. Caro (a) AC

        Também é verdade , infelizmente , o que diz.
        Porém, em relação à IGE, o que pretendi dizer foi :não se deixem “intimidar” quando a indigência ambulante invade a escola e ousa pôr em causa a autonomia e a dignidade do Professor. Têm medo ? “Medo” de quê?
        Há uns anos, um desses espécimes, de escassa escolaridade, num tom altivo teve o topete de me questionar acerca de uma matéria complexa da qual a criatura nunca tinha ouvido falar. Caridosamente, aconselhei-a a não se meter em assuntos que não dominava . Por fim, graciosamente, corrigi-lhe o pavoroso Português com que se expressava.
        Nunca mais voltou.

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  2. A culpa, bem vistas as coisas, será sempre de um “qualquer” motorista… 🤔 Desde o engenheiro, ao Rendeiro, até um ministro que mata um trabalhador na via, mas, claro que a culpa será do motorista, porque o motorista é que manda, não é o ministro….

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  3. Por estas e por outras é que , caro Paulo, achei que o balanço que andava a fazer quanto aos “finais” nos recursos em que foi árbitro, estavam a ser demasiado positivos. Só conheço casos muito graves, incúria, incompetência e gente que obedece ao dono. Fiz o que tinha a fazer. E o Paulo tem de perceber que ir para tribunal, mesmo com advogado ( dos muito bons advogados) de sindicato, é ouvir que o juiz não vai perceber e que até agora ninguém ganhou, é a verdade. Ninguém até agora , que eu saiba ganhou em tribunal, a não ser que houvesse erro crasso. O que significa que, depois de reclamação e de recurso e com um excelente árbitro, estou na lista. Farta, e cada dia que passa mais me dá ganas de sair, de ir embora e de desprezar colegas que me dizem que devemos aceitar , criar bom ambiente, que só faço guerras, que dou cabo da minha saúde, que passo a vida em conflitos, and so on. Entretanto, os de 65 ou 64 anos, nada percebem dos que têm 57, o que é isso de aulas e quotas e assistidas no 5º… who cares… de ouvi-los sei mais sobre reformas e de quando meter os papéis… olham para mim como uma fedelha e que devo ter saúde para ainda aguentar. Neste momento retribuo o mesmo aos mais novos, mesmo tendo amigos e amigas contratados que são massacrados e pouco batem o pé. Por mais que os incentive. À minha volta tenho uma colega de 62 anos que está internado e não sabemos se sobrevive, tenho outra com cancro, outra também , outra que ensandece , outra (várias ) que estão de atestado prolongado. Somos os tais, dizem os mais novos , que não queremos trabalhar, e os mais velhos orgulham-se de nunca terem metido atestado. É do caraças estar no meio desta gente , em ermos “geracionais”.

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  4. A minha situação deve ser única!!!

    Fui avaliada com Excelente e caí para o Bom, nem podia ser outra coisa.
    Não concordei, e apresentei reclamação e posterior recurso que, até à data, ainda não recebi resposta do mesmo, quer da parte do diretor quer do presidente do conselho geral.

    Surreal!!!

    Decidi pedir uma reunião com o diretor e nem fui buscar o meu trabalho durante o período de permanência no 4º escalão, fui logo com provas erros administrativos crassos, como por exemplo: de – a comissão de avaliação foi nomeada apenas quando as reclamações começaram a chegar, ou seja, depois do processo de avaliação estar terminado;
    – nunca foram elaborados os descritores/critérios de avaliação;
    – os avaliadores só podiam preencher os dados com números inteiros;
    – não existiu calendarização das fases da ADD…

    – mais grave ainda, tenho no meu processo de avaliação o nome do meu coordenador como avaliador, e este nem sabia que eu estava a ser avaliada.

    O diretor pediu-me uma semana para reunirmos novamente, no sentido de saber o que tinha acontecido.

    Passou um mês e não obtive nenhuma resposta. Decidi escrever um email a informar que ia seguir para tribunal com queixa ao diretor e presidente do conselho geral. Pouco tempo depois pediu para falar comigo e disse que assumia o erro, blá, blá, blá e íamos esquecer o assunto e assim que abrisse a plataforma me colocaria no 6º escalão.
    Estamos em Dezembro, devia ter subido de escalão à data da reunião, que foi em março de 2020 e até agora….

    Alguém sabe se é possível ele ainda me colocar no 5º escalão com tanto tempo de atraso?

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