Dia: 16 de Dezembro, 2021
Será Que Andamos Mesmo A Fazer Mal As Coisas?
Canso-me de ler que os alunos estão fartos da escola “velha” e dos “professores do século XX” que pensam e agem de acordo com um “paradigma ultrapassado”. E que se desinteressam das aprendizagens e acabam por ficar “turbulentos” ou mesmo indisciplinados por causa disso. e depois, apesar de todas as coisas menos positivas destes meses e anos deparamos com alun@s a chorar porque vão ficar sem vir à escola e às aulas (sim, às aulas) durante 3 semanas e a pedir para lhes deixarmos mensagens de Natal no Classroom. Para não falar daquel@s que querem a garantia que vamos ter saudades das aulas (antiquadas, “dirigistas”, tradicionais, encaixotadas).
Não falo especialmente por mim, que já se sabe ser criatura particularmente desagradável ao trato, mas por todos aqueles professores que por este final de semana têm de lidar com múltiplas dimensões na sua relação com os alunos e, principalmente, conseguir gerir as emoções da petizada que, em tempos de incerteza, procuram algumas “âncoras” que lhes transmitam estabilidade e segurança. Não estou a dizer que não existem esses referenciais nas famílias, mas há quem ande muito enganado quando menoriza objectivamente o papel d@s professor@s ao torná-los meros “orientadores de aprendizagens” ou uma espécie de monitores de atl. Porque entre a petizada a atitude é muito diferente e ainda há muitos que encontram n@s professores um ponto de referência. Ou então eu (como muit@s outr@s colegas) tenho muita sorte, apesar da postura de arcaico ogre pedagógico, habituado a fazer-me ouvir alto e bom som quando acho que as coisas estão a descarrilar. O curioso é que parece que entre os pequenos, raramente isso é incompreendido. Os adultos é que são mais difíceis de compreensão. Em especial no caso dos adeptos dos arianismos flexíveis e rodriguismos inclusivos de uma delicodoce inconsequência retórica.