A 3ª Prioridade Do PS

Alterar o regime de recrutamento, introduzindo fatores de estabilidade reforçada no acesso à carreira de professor

E detalhes? Nada que tranquilize, até não vejo qual a novidade de se vincular directamente em quadro de escola ou agrupamento (foi assim durante muito tempo) e porque as zonas onde neste momentos os professores escasseiam são as urbanas e não as tradicionais do interior.

Sobre o “resto” (gestão escolar, add, etc), nada de nada. Tudo na mesma.

Fim De Conversa?

É interessante ver como, neste momento, quer o poder estabelecido, quer os pretensos contestatários desse poder, confluem no mesmo ponto: seja, os anti-vax e relativistas, sejam os partidos parlamentares estão de acordo na estratégia da “tranquilidade”, que as eleições estão aí e ninguém quer parecer mal. Admito que vejo muita gente a bater palmas, a maioria mesmo. Claro que pode sempre reduzir-se o número de testes para reduzir o número de casos, mas as taxas de incidência, índice de transmissibilidade e positividade (podem ler-se os dados de final de ano aqui) são as variáveis que nos dizem mais sobre a propagação da pandemia, que muita gente insiste em querer chamar já “endemia” porque ouviram um senhor doutor fotogénico falar nisso. E agora já todos gostam da DGS.

Se quero o ensino não-presencial de volta? Não. E não o defendo para o 3º ciclo e Secundário, mas parece-me que há quem daqui a uns tempos, em relação ao 1º ciclo, venha dizer que “ahhh e tal, não podíamos prever as coisas, antes de as escolas abrirem todas e a economia e coiso”.

“Penso que essa medida [adiamento] não está garantidamente sobre a mesa”, garantiu Lacerda Sales, sobre o início das aulas depois da pausa do Natal. Anthony Fauci alerta para perigo do aumento de hospitalizações nos EUA devido ao elevado número de casos.

Os Artigos Do Dia No Público

O do Paulo, em versão completa a partir do Correntes:

Mude-se a escola para que regressem os professores

O do Alberto, a partir do VozProf, também em versão completa:

Pede-se coragem para não fechar as escolas

(sinceramente, acho que o fecho das escolas, mesmo que só no 1º e 2º ciclos, exigiria mais coragem)

Foi Só Falar Em Campanha Eleitoral E Acabou Logo O Tempo

Hoje na SICN, depois de algum atraso e mudança de formato em relação ao esperado, lá tive direito a falar um pouco mas, à segunda tentativa, mal iniciei a parte em que ia dizer que as decisões vão ser tomadas em campanha eleitoral e que vão seguir mais as conveniências políticas do que outra coisa, o tempo acabou de forma abrupta. As intervenções do especialista em estúdio foram globalmente muito boas, tendo feito muito bem em corrigir de forma clara a deriva do presidente da Confap e vereador do PSD na Câmara de Gondomar. Quanto ao Filinto, que fala pelos directores (a ANDE desapareceu e o Conselho de Escolas é só soft power), também é bom que, em tempos de campanha, se lembre que é presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro pelo PS e que nem sempre é fácil fazer o equilíbrio das coisas, em especial se entrámos numa de querer incutir “tranquilidade” na base do “as escolas são seguras” a todo o preço. Sim, são seguras nos limites dos comportamentos que nelas existem e a parte final do 1º período demonstrou-nos que o discurso do “isto já deve ser tratado como endémico” não é o mais certo.

É importante sair-se das caixinhas das conveniências de grupo e analisar a situação de uma forma flexível, tendo em conta as faixas etárias e os níveis de vacinação. Quanto à “saúde mental” de que nem sequer consegui falar, acho estranho que as “famílias” concordem que ela piora quando passam mais tempo juntas, embora em certos casos eu compreenda. Até eu ficaria com “névoa mental” se tivesse de aturar certas coisas a tempo inteiro. Se só 5-10 minutos já me deixam enevoado, nem quero ver medido aos dias completos.

Resumindo… sejai críticos, mas sem “ejajeros”. Sejai “responsáveis” e muita dranquilidade para não assustar o povinho que vai votar.

2ª Feira

Daqui a bocado, depois das 11, vou estar no Opinião Pública da SICN, ao fim de bastante tempo, para falar um pouco sobre o abre/fecha/não abre/não fecha das escolas, já sei que para não agradar a muitos, porque não tenho um opinião monolítica sobre o assunto. Há muito que não aceitava participar porque ao contrário de outros tempos, de maior voluntarismo, decidi não andar a correr entre aulas e estúdios, metendo um 102 para depois me dizerem que o quero é “protagonismo”. Portanto, passei a aceitar apenas o que não implicasse qualquer perturbação da minha vida familiar ou profissional, pelo que, pela manhã, estou em regra a dar aulas e sem outras disponibilidades, até porque acho que a eficácia destas intervenções é reduzida, em especial junto da maioria que tem as suas ideias perfeitas e pré-feitas. Mas, pronto, hoje as possibilidades alinharam-se e vou tentar dizer o que penso, sem muito sarcasmo em relação aos crentes na solução única, neste ou aquele sentido.

Por outro lado, a participação remota facilita e permite um pouco mais de liberdade quando aparece aquela malta com intervenções a roçar o delírio. Basta ver pelo pouco que já tivemos de debates a dois que a coisa ou é na base da pedrada pura e dura ou no da “carochinha que é tão formosa e engraçadinha” para uma coligação pós-eleitoral, sendo temas como a Educação a última preocupação de quem vai a votos.