4ª Feira

Irrespirável. Tóxico. O ambiente resultante da mistura das intolerâncias em torno da pandemia com o tribalismo partidário em torno da campanha. Se já antes eu isolei um pouco este Quintal, aceitando colaborações externas meramente ocasionais e não entrando em diálogos frequentes com a vizinhança, e se nas redes sociais raramente entrava em discussão fora do meu mural, agora decidi que o melhor é pura e simplesmente eliminar qualquer tipo de interacção em que pretenda expor qualquer contraditório, porque as reacções são intensas e mesmo violentas. Ainda não se chegou a ameaças – como com comentadores televisivos que contrariem a tese de estarmos já em fase endémica – mas a forma agressiva e/ou condescendente de apreciar qualquer esperança de de diálogo tirou-me qualquer vontade de confrontar ideias com quem tem crenças inabaláveis. A irracionalidade estendeu-se para além das fronteiras anteriores e contaminou gente que até há bem pouco tempo parecia razoável. Quem por aqui passa e sabe que ando meio disortográfico, sabe que agradeço as mensagens a pedir que eu corrija os meus erros e não trato mal quem me aponta falhas, desde que o faça de modo natural (ou ande depois pelas costas a ofender-me, de forma hipócrita, pensando que não o sei), pelo que não preciso de ler mensagens privadas como algumas que li ontem, de quem acha que a sua intolerância dogmática não pode ter qualquer contestação. Não estou habituado a sentir-me um detestável e indesejado moderado. Estou mais habituado a que algumas pessoas nem comentem no blogue para não serem vistas por aqui e ainda terem dissabores. A saúde mental passa por não nos expormos de modo excessivo à toxicidade do que, ainda mais do que no passado, passou a ser uma arena de vida ou morte, mesmo que virtual. sinceramente, que se lixe, porque não acredito que isto já tenha conserto.

(inesperadamente, dei comigo a pensar que o camarada Jerónimo é que tem razão…)

2 opiniões sobre “4ª Feira

  1. “(…) A saúde mental passa por não nos expormos de modo excessivo à toxicidade do que, ainda mais do que no passado, passou a ser uma arena de vida ou morte, mesmo que virtual. sinceramente, que se lixe, porque não acredito que isto já tenha conserto.”
    Lapidar, já não tem conserto mesmo…

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  2. Concordo que isto já não tenha conserto. A acutilância do incurável
    anda por aí – e não é uma questão de pandemia. Apanho-me frequentemente a observar quem corrija tudo, todos e mais alguma coisa, dá a sensação que seriam capazes de negar os próprios pais – na lógica da auto-sustentação. Porque de auto-sustentação se trata, cometem erros abundantes, mas os de outros são sempre mais graves “e necessitam de ser expostos.” Perante as evidências, não recuam. Os caciques, então, são dolorosos. Irremediavelmente sem conserto… yep, é assim que também as vejo.

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