Com O Justino A Reitor E O Outro (Que Não Devo Dizer) Como Director Executivo?

Eu nunca passaria. Fico péssimo em fato de banho, sempre que me esqueço da Gilette. Até porque não uso avental.

Já agora… sobre aquela dos portefólios dos professores… agora não se diz assim, diz-se e-portefolios ou eportefolios ou @portefolios para os gender neutral and non binary.

Partido propõe separar habilitação para a docência, a cargo das instituições de ensino superior, da profissionalização, que passará a ser feita em algumas escolas em contexto de sala de aula. Programa resgata tema da recuperação do tempo de serviço, que passaria a ter reflexos nas reformas dos professores.

E As Minhas Aprendizagens Perdidas?

A passagem para a “Escola Secundária” e do 2º do Preparatório para o 7º Unificado foi daquelas que abalariam a psique mais equilibrada. E nem vos falo do ambiente da coisa para um tipo paz d’alma como eu (sim, o mais possível), que por aqui há amig@s suficientes desses tempos e lugar, para ter de explicar demoradamente o contexto de completa anarquia em que funcionava quase tudo (excepto as turmas A, claro, de que eu estive sempre muito longe como se percebe pelo 7º J e mais tarde por um 9º M, se não estou em erro). Basta dizer que quando a um dos cromos mais difíceis não apetecia fazer (ou faltar a) um teste, havia ameaça de bomba a partir da cabine telefónica mais próxima e parava tudo.

Nem me lembro quando começaram as aulas do 7º ano (penso que esticou quase até Novembro) e vê-se logo que não estive no meu melhor com aquele 4 em Matemática (o jovem professor era o nosso dt e namorava com a professora de Geografia, tema que ocupava muitas das questões que lhe colocávamos quase todos os dias ou certamente sempre que ela faltava, enquanto ele corava como um tomate cereja cultivado em estufa de Odemira ao mesmo tem que pensava na sua desforra nas notas finais) Em História, a professora nem avaliou os parâmetros, mas deve ter sido porque era embirrante que se fartava e levou 3 anos atormentar-me os miolos (a única “estabilidade” que tive do 7º ao 9º e bem que a poderia ter dispensado). Os “Trabalhos Oficinais” eram daqueles em que se tinha uma área por período e só me lembro que tive 6 aulas de Dactilografia no 1º período. Não faço ideia do que tive no 3º período. Não sei se repararam que no caso de Educação Física, no impresso, nem estava previsto que existisse qualquer “nível global atingido”. Também não foram avaliados os parâmetros, mesmo se o professor em causa viesse, anos mais tarde, a chegar a fazer parte do Conselho Directivo.

Como se percebe entre as aulas previstas e as dadas há um belo fosso. E era o 3º período. Foram dadas 195 das 268 calendarizadas (72,8%). Eu assisti quase de certeza a 194 e não a 193 aulas, porque a tal professora de História marcava falta a quem chegasse um milésimo de segundo depois do toque, em especial se fosse rapaz todo suado, a chegar em grupo, do campo de cimento onde jogávamos uma modalidade desportiva a que chamávamos futebol porque tinha baliza (sem rede) e bola (às vezes, porque também valia qualquer garrafa de plástico). E ela adorava arranjar um motivo para implicar comigo, o que se manteve no 8º e 9º anos. Nem sei se foi uma espécie de “psicologia inversa” ou o desejo de fazer uma espécie de compensação que me fez acabar em professor de História.

Mas indo ao “essencial”… nunca ninguém me/nos compensou pelas aprendizagens perdidas.

Como É Que Diz Que Disse?

A sério, sério, sério ou depois dá-lhes uma amnésia ou coligam-se com o CDS e os Liberais e ainda acabamos a ter de devolver o pouco que recuperámos e a idade da reforma passa para o dia em que se fica paralítico?

Recuperação do tempo de serviço dos docentes para efeitos de aposentação, despenalizando as aposentações antecipadas e majorando o valor das respetivas pensões.

Não Haveria A Malta De Ficar Traumatizada Com A Avaliação!

O problema é que os que andam por aí com muitas teorizações já não passaram por isto e outros ainda não tinham lá chegado, pelo que a malta com certificado de stress pós-traumático é quem levou com isto ali mesmo no meio da testa em petiz.

Como andei utilmente a arrumar velha papelada no último dia útil da pausa, dei com os meus registos de avaliação do Preparatório e do Unificado e nem me lembrava de como a coisa tinha sido diversificada, em especial no 1º ano do então ainda Ensino Preparatório, ano lectivo de 1975/76 de bela memória.

Então é assim… se bem me lembro as hostilidades começaram em Outubro como era mais ou menos usual e as primeiras “notas” chegaram antes do Natal. Olhando para a ficha que me chegou a casa pelo correio (tenho ainda o envelope e tudo), a tese dominante seria a da avaliação meramente “qualitativa” e do mínimo esforço possível, por boa memória que eu ainda tenha de alguns dos meus professores destes tempos, mesmo do dt que era professor de Ciências e nos atirava com o que calhasse à cabeça se nos lembrássemos de dizer “derreter” em vez de fundir.

Eu “satisfazia” a tudo, menos a Música e Educação Física, porque não havia professores e terá sido provavelmente por essas alturas que comecei a “perder aprendizagens” nessas matérias. Se repararem bem, o dt assinava pelo “Presidente da Comissão de Gestão” que era como então se chamava a CAP.

Algo de que me tinha esquecido por completo é que tivemos notas no Carnaval e nesse caso com a boa e velha escala de 0 a 20. Ou isso ou já existiam semestrais. Como se pode constatar eu já satisfazia de forma muito diferente, com a professora de Trabalhos Manuais a dar-me 10 por caridade marxista, que eu bem me lembro que era do MRPP.

Já havia professor de Música, mas decidiu que ainda não tinha elementos para dar classificação quantitativa e deu-me “Bom” por manifesta desatenção, que eu não percebia nada dos batimentos das mínimas, semínimas, colcheias e semicolcheias. Mas tinha ar atento e compenetrado, que era da miopia.

Chegados à Páscoa, adivinhem lá? A escala de avaliação mudou outra vez… e com ela a folha de registo, que passou a ser em formato A4 e já trazia espaço para a “situação do aluno”, que era uma espécie de avó da “síntese descritiva”. Em coerência, o professor de Música absteve-se de dar nota ou já se tinha ido embora. O professor Gromicho de Matemática mal faltou e o professor Artur de Estudos Sociais também, podendo radicar aí o meu posterior sucesso em Matemática (até chegar o raio das funções no 9º ano) e o gosto pela História. Da professora de Português não me lembro o nome, infelizmente. Educação Física, só mesmo jogar à bola durante os “furos” da dita.

E eis que chegamos ao fim do ano lectivo e, por uma vez, repete-se a escala de avaliação, a dos níveis de 1 a 5, em que se confirma a minha falta de jeito para as manualidades. De Música e Educação Física, nicles e eu deveria processar o Estado por tudo o que mais tarde se passou, ou seja, uma enorme falta de jeito para bater um compasso ou saltar o raio do cavalo. E note-se que a 5 de Junho já estava a petizada de férias até Outubro, sem que isso causasse problemas de saúde mental.

Portanto, quem passou por isto aos 10-11 anos acaba bááácinado para quase tudo.

6ª Feira

Acredito que se as eleições fossem já este fim de semana, o resultado seria praticamente igual ao de dia 30, porque parece que quase toda a gente já se entrincheirou, apenas existindo dúvidas em quem está para ir votar ou não. A começar pelos casos de isolamento que são outra situação que um governo que sabe transferir sempre a horas (com mais ou menos truques) verbas para a banca falida não soube prever. E o que é pior é que esse governo que em outras matérias governa como lhe interessa (como renovar nomeações), em matérias e maior urgência espera pelos “pareceres” ou faz antecipar “normas” para justificar medidas que são em grande parte de natureza política. Mesmo com o governo em gestão, não é a Provedoria, cujos pareceres são em regra ignorados quando desagradam, que decide quem vota ou não. Assim como as “normas” da DGS são aplicadas de forma muito selectiva, pois o que é válido para uns locais de trabalho, não o é para outros, como as escolas. Portanto, que bom seria que a “coragem” não viesse só ao de cima em debates de quarto de hora.