A Quem Interessa Esta Dramatização Claramente Excessiva?

Eu percebo a “agenda” de quem se quer perfilar como “solução”, mas há por aqui uma desnecessária hiperbolização dos problemas que vivemos. Que são graves, mas estão a ser exagerados, como se fossem inéditos. Só falta dizer que vai tudo ficar com stress pós-traumático. Parafraseando o ainda PM, “a História explica” como depois da pandemia da gripe espanhola, que surgiu ainda no contexto da Grande Guerra e da epidemia menos dramática do tifo, vieram os esfuziantes anos 20, marcados por um quase excessivo culto da vida, do lazer e da diversão. Mas acredito que quem só vê cinzento e negro, só veja cinzento e negro em tudo. E negócio da desgraça até rende…

A perda nas aprendizagens das crianças foi substancial e o país não lhe está a dar a devida atenção, segundo Susana Peralta, co-autora do relatório Portugal – Balanço Social 2021. Na leitura dos indicadores, a economista chama ainda a atenção para os jovens que a pandemia “chutou” para fora do mercado de trabalho.

8 opiniões sobre “A Quem Interessa Esta Dramatização Claramente Excessiva?

  1. Há uma explicação plausível. Quando a escola é desigual para os pobres tudo gira sobre rodas. Quando o trajecto escolar das classes médias é afectado então temos uma catástrofe. A Peralta terá filhos em idade escolar?

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  2. Não desvalorizando os estudos realizados, neste caso, o retrato do país não devia ser tirado apenas após o primeiro dia da pandemia. Se é verdade que a pandemia agravou muitos problemas, é ainda mais verdade que antes da pandemia esses problemas já eram graves / muito graves desde há muitos anos. A falta de aprendizagens dos alunos e as consequentes perdas de valores e competências que acarretaram por causa da desresponsabilização de pais e alunos e do facilitismo como passaporte para as passagens automáticas, a falta de recursos humanos, a precaridade e os contratos temporários de trabalho, a falta de emprego, a emigração massiva dos jovens, a pobreza em que milhares de pessoas vivem, incluindo as condições das suas casas, etc. já são velhos problemas e com muitas cicatrizes.
    A pandemia tem sido utilizada muito convenientemente para desculpar tudo e mais alguma coisa. A pandemia só agravou os problemas e empurrou muitas pessoas para o abismo e outras tantas para fora dele, lá fora. A pandemia não causou os problemas. Se não houvesse tanta falta de tantas coisas, as faltas seriam menores ou menos sentidas. Se tirar 100 euros a alguém que ganha 500, a falta vai ser muito sentida; mas se tirar 100 euros a quem ganha 1000, provavelmente a falta nem será sentida. Não são precisos estudos para perceber o que todos já sabem, e já sabiam.

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    1. Engana-se um pouco.Tirar 100€ a quem ganha 1000 declarados faz muita diferença. Quem ganha 500 em expedientes, depressa arranja outros expedientes independentemente da licitude. Ganhar 500 € é o que ganha um ajudante de cozinha a trabalhar num fim de semana e não quer trabalhar a semana inteira preso a um horário e a 1000€. Há que ver estas coisas como elas são no mundo real de portugueses que pagam os seus imposto e muitos que se fazem de coitadinhos e recusam ser escravos de 1000 ou 1300. Quando habilitados e jovens fogem do país.
      Há aqui algo de perverso, depois são muitas vezes os dos 1000 mensais que vão para os extremos políticos por causa destes engodos.

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