Tenho dificuldade em compreender os arautos do “povo” que andam tão preocupados em chamar nomes e coisas assim ao extremoso dono da coelhinha Acácia, vulgo André Ventura, ex-cartilheiro em programa de futebolês. Pensando bem… não é propriamente “dificuldade”, porque eu percebo que aquilo é só preguiça, pois é mais fácil xingar sem parar o homem em vez de analisar as causas e culpas próprias por um número que parece crescente de pessoas do tal “povo” se sentir atraído pelo pretenso discurso anti-sistémico do Chega. Porque quem pensa votar no dito cujo, por alguma razão o fará e nem sempre essa razão será a mesma, mas talvez o conjunto de tais razões merecesse algum estudo e análise, em vez de considerarem “fascistas”, “idiotas” (ou outras coisas) quem vota em Ventura, o candidato a ministro dos 7%. O erro de não fazer isso e desconsiderar apenas uma parte dos eleitores como imbecis ou white trash foi o que, por exemplo, ajudou à derrota de Hillary Clinton às mãos de Donald Trump. Desprezar as razões do voto no Chega é prescindir de compreender parte do eleitorado. Eu posso considerar que votar no partido X é idiota (e considero que o é, em vários casos, não apenas num), mas percebo porque votam nesse partido, seja hábito, esperança clientelar, incapacidade de compreensão da acção desse mesmo partido ou medo mais ou menos irracional das alternativas.
Mas considerar apenas que votam nesse partido porque são idiotas e por isso nem merecem atenção, só tende a fazer crescer o sentimento de abandono e a vulnerabilidade ao que uns chamam “populismo”, esquecendo que quem tem 35% é capaz de ser mais populista nas suas promessas do que quem aparenta 6-8, talvez 5% dos votos. E por cada oliveirada do daniel, o ventura ganha votos, assim como por cada outra traulitada anti-chega de quem é visto como mera cabeça falante mediática ao serviço de cartilhas de diferentes cores, lá sobe mais umas décimas percentuais nas sondagens.
Concordo, em absoluto, com o que o Paulo diz. E vejo muita juventude a falar no Chega, porque estão fartos da dita “esquerda” e do centrão, no poder e foram esses que levaram o país à ruína, o que não permite, a esses jovens, terem uma vida decente. Estão equivocados quanto ao Chega, pois estão, digo eu, mas os jovens querem mudança!!!!
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Claro que pendurar uns rótulos pouco abonatórios neste ou naquele grupo, é capaz de fazer pouco sentido e não é particularmente construtivo. Eu fui falar com diversos eleitores cheganos e a sua justificação pareceu-me plausível. São trabalhadores esforçados e pouco escolarizados, é certo, mas tive de reconhecer alguma razão. Um grande nº dessas pessoas confessaram que nunca quiseram extremismos daquele género, mas sentindo-se tão completamente indignadas e revoltadas com as escandaleiras do centrão, os desfalques, favorecimentos descarados, injustiças, roubos, impunidades, etc., decidem votar no desventuras, não por acreditarem nele, mas como voto de protesto. E naturalmente que o one-man-show corre a gritar o que as pessoas querem ouvir. Já quanto a soluções, o dito é bastante mais contido. Mas parece que a onda já está a desvanecer-se, pois a cassete estar um bocado estafada.
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Eu compreendo que muito português anda com sobrepeso porque trabalha de manhã à noite para pagar subsídios de desemprego e P1s aqueles que não querem um trabalho com um horário completo para ganhar 1000€. E não querem esses trabalhos, pois os empregadores pagam a quem levanta copos num bar, num restaurante, ou num hotel 500€ por cada fim de semana. Há ainda alguns que, como em Odemira, escravizam aproveitando as redes internacionais.
Os mais requintados dos senhores bons patrões livram-se assim de pagar segurança social e outras responsabilidades, até usam programas informáticos feitos à medida por hackers céleres.
Para levantar copos, cozinhar, ou limpar não há grandes responsabilidades, estudos e horários apertados. Além disso, pode-se sempre acumular subsídio de desemprego e ir para o sns.
Geralmente não há fiscais do trabalho, ou não fazem fins de semana. Mesmo que apareçam os olheiros a soldo avisam e o tipo que está a levantar copos de súbito se traveste de cliente.
Assim compreendo muito bem que quem trabalha e ganha 1000 ou 1200, ou 1300 vote no chega, visto que o apanhador de copos pode ganhar 2500 livres de impostos num mês e tem de pagar os p1s quando adoece o tipo dos copos.
Também compreendo que o bom patrão, que é um senhor o faça, pois o chega promete proteger os ricos e correr com as raças inferiores. É que ponto de vista destes patrões só eles são superiores e espertos.Tudo o resto são ciganos, ou esquerdistas, ou preguiçosos com direitos.
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Eu compreendo que o português anda com sobrepeso porque trabalha de manhã à noite. Depois vê que há os que não querem um trabalho com um horário das 9 às 5 para ganhar 1000 ou 1500€.
Os empregadores pagam a quem levanta copos num bar, num restaurante, ou num hotel 500€ por cada fim de semana. Há ainda alguns patrões que, como em Odemira, escravizam aproveitando as redes internacionais.
Os bons patrões livram-se assim de pagar segurança social e outras responsabilidades, até usam programas informáticos de contabilidade feitos à medida por hackers céleres.
Para levantar copos, cozinhar, ou limpar não há grandes responsabilidades, estudos e horários apertados. Além disso, pode-se sempre acumular subsídio de desemprego e ir para o sns.
Geralmente não há fiscais do trabalho, ou não fazem fins de semana. Mesmo que apareçam os fiscais, os olheiros do patrão avisam e o tipo que está a levantar copos de súbito se traveste de cliente.
Assim compreendo muito bem que quem trabalha e ganha 1000, ou 1200, ou 1300, ou 1500 vote no Xega. O apanhador de copos pode ganhar 2500 livres de impostos num mês! E ainda pode acumular com subsídio de desemprego e obter p1s quando adoece.
Também compreendo que o bom patrão, que é um sinhor, o faça, pois o Xega promete proteger os ricos e correr com as raças inferiores. É que do ponto de vista destes patrões só eles são superiores e espertos.Tudo o resto são ciganos, ou esquerdistas, ou preguiçosos com direitos.
Parece-me que infelizmente também haverá gente com meďiania escolar a votar no Xega. Atingiu o ponto de saturação!
O tipo dos copos também poderá votar Xega porque acha que é desprestigiado, ora ganha, ora não ganha… por isso a culpa é dos imigrantes e dos funcionários públicos que lhe pagam o subsídio de desemprego quando acumula.
Daniel Oliveira não faz parte de nenhum destes 3 estereótipos, é um burguês intectualoide daqueles que os patrões classificam como esquerdistas preguiçosos, os portugueses sobrepesados classificam de privilegiado na orla dos políticos e que o tipo dos copos chamará de patrão se lhe arranjar um trabalho de estafeta de fim de semana para entrega de jornais.
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Parece-me que a descrição de certo homenzinho na década de 30 do século
XX com pequenos reajustes feita por Klaus Mann continua atual: “tinha uma voz rouca e desagradável; (…) o que dizia não tinha sentido. Gritando e gesticulando como se vivesse em estado de permanente raiva, não cessava de proferir acusações absurdas, sempre as mesmas, contra alguns grupos (…) partidos políticos (….).Não vale a pena fazer a caricatura dele, porque ele próprio já o é”. Mas Klaus reconhecia que o problema não foi ter subestimado o homenzinho, foi ter sobrestimado o povo. Enquanto os governos subestimarem o ensino e a educação, corremos o risco de subsestimarmos o povo e elegermos este tipo de homenzinhos. Contra a Barbárie, uma obra de leitura obrigatória.
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