DAS APRENDIZAGENS
(…) É neste contexto que emerge a razão destas notas. Do meu ponto de vista, a questão central não deve ser definida em torno da recuperação dos efeitos da pandemia nas aprendizagens ou no bem-estar através de planos de recuperação finitos, mas sim, na mudança ao nível das políticas públicas dos diferentes países, incluindo Portugal, que, para além de forma mais imediata “recuperarem aprendizagens”, tenham impacto a prazo através de recursos suficientes e competentes, definição de dispositivos de apoio eficientes e de acordo com as necessidades, apoios sociais que minimizem vulnerabilidades que a escola não suprime, valorização da educação e dos professores, diferenciação e autonomia nas respostas das instituições educativas, etc.
Mas claro… andamos endemoninhados com “recuperar as aprendizagens” que nem percebemos o absurdo da coisa.
Em termos académicos, sugiro reformular o currículo destas gerações de alunos.
Se as aquisições académicas não aconteceram aos 6-7 anos, por que não começá-as aos 7 ou aos oito anos de idade?
Por que não suprimir, com adaptações, um ou dois dos 12 anos de escolaridade dos alunos que têm, agora, 7-8 anos de idade, para que, quando os alunos atingirem a idade da escolaridade obrigatória, tenham uma escolaridade obrigatória com qualidade em vez de uma história de 12 anos curricularmente escorreita mas carregadinha de “inconseguimentos” académicos resultantes das “recuperações de aprendizagens” que postiçamente vão sendo feitas.
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