Here Come A Riddle

Here come a clue…

O que faz um histórico director (quase três décadas!) de uma escola pública de topo, perto de esgotar os seus mandatos, elogiar fortemente a defesa da “liberdade de escolha”, do cheque-ensino e, mais ou menos indirectamente, do ensino privado com base em argumentos há muito desacreditados (“We find that school choice is associated with higher levels of segregation of pupils from different socioeconomic and ethnic backgrounds between schools. This finding is consistent across all types of choice mechanism, in different countries and cities, and across choice systems that have been in place for different lengths of time.”)? Será apenas falta de leituras? Ou… com alguns anos ainda até à aposentação, ensaia-se uma mudança de “contexto”?

Luto

O mais incansável colaborador na sombra do Umbigo e deste Quintal, assim como do Arlindo e outros blogues, fornecendo ligações, informações e materiais numa quantidade impensável ao longo dos últimos 15 anos, assim como um operacional insuperável em diversas iniciativas (comunicacionais ou legislativas) ligadas à Educação, está hoje de luto.

Um enorme abraço, amigo Livresco. Nestes momentos, resta-nos o reconhecimento por tudo o que tens feito por tantos que nem sequer o sabem ou só o notam de passagem.

As Queixinhas Do Costume

Tem barbas brancas e longas a estratégia de culpar a comunicação social sempre que, em campanha eleitoral, as coisas começam a correr menos bem ou mesmo mal. A comunicação social que semanas antes era só maravilhas e se levaram anos a engraxar. Em queda, Cavaco, Guterres, Santana Lopes, Sócrates, Passos Coelho e Portas e agora, algo inesperadamente, Costa, culpam em primeiro lugar uma alegada maioria tenebrosa de interesses mediáticos adversos e, nos últimos anos, as redes sociais (antes era a blogosfera) por acusações infundadas e distorções pelas quais TODOS são responsáveis e agentes bastante activos, havendo muito poucos inocentes nisto tudo. Depois das eleições, lá aparecem os remoques acerca da estupidez de um “povo” que anos antes os levou ao poder. Pelo meio, as “sondagens” que todos anseiam se são boas e desvalorizam se são más, raramente as contestando em termos técnicos, preferindo as acusações de manipulação política. Não percebendo que até podem servir, quando desfavoráveis, para um toque de alvorada e chamada das “tropas” à luta. Política. Se possível, honesta. O problema é que nestas fases impera o desvario, a hipérbole, a truncagem, a distorção, a mentira pura e simples que acaba por entusiasmar os já convencidos e afastar os indecisos. A prova de que a classe política tem um défice claro de inteligência e um nível claro de “aprendizagens perdidas” é que ao fim de décadas ainda está encravada, em quase todos os quadrantes, na teoria das “forças de bloqueio”.

Dizem Que É Mais Suave

Covid-19 : record de décès quotidiens à l’hôpital

(…) Le Covid a emporté 393 personnes en 24 heures, pour un total de 129.022 décès depuis le début de la pandémie au printemps 2020. C’est le nombre le plus élevé de décès quotidiens enregistré dans la dernière vague de contaminations, qui touche l’Hexagone depuis le mois de novembre. Le précédent chiffre le plus élevé était de 298 morts sur 24 heures, il y a une semaine.

3ª Feira

Ainda estou a pensar no “drama” de 400 professores terem entrado de baixa desde o início de Janeiro, a fazer contas e a perceber que isso significa menos de 1 professor “por “unidade orgânica” (vulgo, agrupamento, alguns deles com 10 ou 20 escolas). E a pensar se este número é dramaticamente superior ao de outros anos, em pleno Inverno. O que é preocupante mesmo é a inexistência de professores para substituições desde Outubro-Novembro por causa das brilhantes regras de gestão dos recursos humanos que temos desde que a Educação passou a ser governada com régua e esquadro rombo, porque os danos são muito maiores do que os ganhos. E não foi só a MLR, a troika ou a Alexandra Leitão (com aquela insistência em fatiar os horários a concurso para necessidades temporárias) a ter culpas no cartório. Há muito boa gente, senadores de bancada, que acharam bem e deram o apoio, como se fossem micro-medidas à tio patinhas a salvar as finanças públicas. O resultado, mesmo em pré-pandemia, foi ter alunos o ano praticamente todo sem várias disciplinas. Fala-se nisso de quando em vez, em termos gerais, mas essas aprendizagens por realizar não parecem ter suscitado então a atenção d@s economistas com estudos e opiniões da moda. Parece que foi o vírus a acordá-l@s, que antes não lhes conhecíamos tamanha devoção aos saberes dos “descamisados”.