Tem barbas brancas e longas a estratégia de culpar a comunicação social sempre que, em campanha eleitoral, as coisas começam a correr menos bem ou mesmo mal. A comunicação social que semanas antes era só maravilhas e se levaram anos a engraxar. Em queda, Cavaco, Guterres, Santana Lopes, Sócrates, Passos Coelho e Portas e agora, algo inesperadamente, Costa, culpam em primeiro lugar uma alegada maioria tenebrosa de interesses mediáticos adversos e, nos últimos anos, as redes sociais (antes era a blogosfera) por acusações infundadas e distorções pelas quais TODOS são responsáveis e agentes bastante activos, havendo muito poucos inocentes nisto tudo. Depois das eleições, lá aparecem os remoques acerca da estupidez de um “povo” que anos antes os levou ao poder. Pelo meio, as “sondagens” que todos anseiam se são boas e desvalorizam se são más, raramente as contestando em termos técnicos, preferindo as acusações de manipulação política. Não percebendo que até podem servir, quando desfavoráveis, para um toque de alvorada e chamada das “tropas” à luta. Política. Se possível, honesta. O problema é que nestas fases impera o desvario, a hipérbole, a truncagem, a distorção, a mentira pura e simples que acaba por entusiasmar os já convencidos e afastar os indecisos. A prova de que a classe política tem um défice claro de inteligência e um nível claro de “aprendizagens perdidas” é que ao fim de décadas ainda está encravada, em quase todos os quadrantes, na teoria das “forças de bloqueio”.
Os cortesãos andam desesperados com a perspetiva de verem os seus projetos serem atirados para o esgoto. Só para os ver assim já valeu a pena haver eleições.
Agora até já apelam a um geringonça 2.0.
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E por poderem perder o acesso ao PRR…
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