E Que Prova Faz Quem Avalia A Integridade Alheia (Com Esclarecimento)?

A imagem foi retirada do mural do Joaquim Colôa e é apenas um exemplo adicional daquela atitude de superioridade de quem se acha em condições para avaliar a integridade dos outros “em todas as situações”. Como critério ou descritor não é apenas infinitamente subjectivo. É ofensivo. Para qualquer indivíduo, docente, não docente ou aluno.

Quem prova que quem elaborou e aprovou isto é “íntegro”, mesmo que apenas “raramente”?

Entretanto, encontrei o documento completo e esta grelha aplica-se ao desempenho dos alunos em Cidadania e Desenvolvimento, o que não o torna mais aceitável.

Domingo

Alguma comunicação social tornou-se, há muitos anos, numa espécie de máquina de triturar professores, a começar pela sua auto-estima, das mais diversas formas. Já faz uma boa década que tive de responder em tribunal por ter escrito no Umbigo que o que um amiguinho da então ministra MLR se limitava a fazer fretes e que o que escrevia era uma “bosta”. Livrei-me da acusação e de um demente pedido de indemnização, porque consegui demonstrar que o dito escriba tinha falseado os factos e, apesar do “mau-gosto” do que escrevi, a indignação tinha fundamento. Aquela que então estava no centro de um ataque concertado à carreira docente, clamando que nem todos poderiam chegar a generais e impondo um modelo de avaliação do desempenho docente que afirmava meritocrático, chegou a reitora após recusar a presentar a sua avaliação de desempenho e agora lamenta que os professores do ensino superior cheguem ao fim da carreira como professores auxiliares. Afinal, nesse caso, já todos podem ser generais? Mas, afinal, o ECDU (dl 205/2009) não foi assinado pelo seu querido engenheiro Sócrates e pelo seu mentor Mariano Gago, num governo de que ela fazia parte? E ninguém lhe espeta com isso na cara?

Entretanto, aquela sanha de uns escribas que se dizem jornalistas, formados mais ou menos na mesma altura de grande parte dos professores em exercício, continua bem activa. Não sei o que o director-adjunto da Sábado acha de si mesmo, mas quando trata como ignorante as maioria dos professores pelo que escrevem “em páginas da internet”, sem qualquer tipo de demonstração, entronca directamente na linhagem do xiita de outros tempos, quando abdica de informar para poder deformar. O problema é que, em regra, esta malta quando é confrontada cara a cara ou é de uma má-educação militante ou foge ao confronto, raramente conseguindo balbuciar qualquer coisa que se assemelhe a uma conversa decente. Talvez não seja por acaso que, haverá coisa de um ano, tenha feito a proposta à direcção de um órgão de comunicação social para que patrocinasse ou organizasse debates não endogâmicos entre os seus colunistas e permitisse que eles fossem confrontados com aqueles que sistematicamente criticam. Proposta acolhida formalmente com o entusiasmo do “vamos a isso, é só uns contactos e arrancamos” e na prática com o consequente esquecimento. Porque esta malta gosta de escrever bojardas a gosto, mas ter de as sustentar publicamente com alguém do outro lado que não se encolha e saiba debaixo de que pedra saíram algumas destas figurinhas.

O pior é que alguns têm âncoras dentro da classe docente, em especial entre aquelas pessoas que acham que elas é que sabem o que é a avaliação do mérito dos pares. E não é raro que certos preconceitos sejam alimentados por “sopradelas” a partir de dentro, porque, afinal, todos têm amig@s/parentes/conhecid@s que até são professor@s. Ou até deram aulas uns meses e aprenderam tudo a partir da m@rd@ que então fizeram. A menos que sejam docentes do “superior”, claro, que esses deveriam todos chegar a generais como agora a “reitora” defende.