Quando Li No FB, Pensei Que Era A Gozar

Não é. Gosto, muito em especial, do “banho seco”.

Queridos praticantes de Reiki,

Pedimos a todos os praticantes, mesmo de nível 1, que possam fazer um envio de Reiki ou de bons pensamentos para a região da Ucrânia e Russia, promovendo uma paz mundial e harmonia entre todos.

Para praticantes de nível 1

  • Façam o banho seco;
  • Imaginem que colocam o planeta ou a região em conflito entre as mãos;
  • Imaginem que a energia flui das vossas mãos para esse lugar ou para o planeta, como se fosse um sol a iluminar e tranquilizar toda a região;
  • Se quiserem enviem também bons pensamentos como “paz, harmonia, etc…”;
  • Quando quiserem terminar, agradeçam e façam o banho seco.

Para praticantes de nível 2 ou 3

  • Façam o banho seco;
  • Imaginem que colocam o planeta ou a região entre as mãos;
  • Iniciem a técnica conforme vos ensinaram;
  • Deixem fluir a energia para que todos possam estar em harmonia e seja alcançada paz;
  • (Atenção ao byosen);
  • Se quiserem enviem também o segundo símbolo;
  • Quando quiserem terminar, façam novamente o banho seco.

Quando Um Norueguês Gesticula Daquela Maneira…

… é porque finalmente alguém parece levar as coisas a sério. A conferência de imprensa de Jens Stoltenberg pareceu-me, até agora, o primeiro momento em que alguém no lado ocidental da Europa pareceu preocupado a sério, mesmo se parecia que ele tinha de dizer full fledged invasion of Ukraine o máximo de vezes possível. A parte menos agradável, é que talvez se esteja mais perto de uma guerra alargada na Europa do que já estivemos desde a críse dos euro-mísseis.

ADD: Uma Carta Aberta

Existe outro documento da mesma colega a circular no fbook, que pedi autorização para publicar, assim como este. Com a identidade assumida porque, como afirma a colega, já não tem ” idade nem condição para ter medo de represálias”. O que é de saudar, porque o tempo está para que até pessoas boas sintam necessidade de puxar lustro para não terem problemas. O que é absolutamente incompreensível (irregular, ilegal, abusivo) é este processo ir em seis meses para ter uma decisão. Há quem ache que este pecado original tem remendo. Discordo. Apenas podemos remediar algumas das injustiças mais gritantes. Quando quem pode ajudar a fazê-lo não se encolhe ou ainda aperta mais o nó.

Por acaso, tem muito a ver com boa parte do conteúdo do post abaixo.

Alguns destaques são do documento original. que está transcrito na íntegra, tendo eu apenas avivado em bold algumas passagens mais extensas.

*

Carta aberta à Exma Senhora Presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas

Em tempo de vacinação, quem tem medo de agulhas?!!

Não, não vou falar-lhe de vacinação! Essa, já todos percebemos como funciona! E a minha última temporada, eu dediquei-a a treinar a paciência e o poder de encaixe, que agora atingiu o seu limite!

Sim, vou fazer serviço público sobre Avaliação Docente! Porque esta, já se transformou numa quase “Cimeira da Avaliação”! Vou tentar não maçar muito, e, pretendo chegar apenas aos interessados, já que o tema pode ser útil!

O processo, Senhora Presidente, iniciou-se há já algum tempo, mais precisamente em julho de 2021, aquando da minha reclamação da avaliação docente! Decorridos que estão quase seis meses, o mesmo processo ainda não teve desfecho! (Ou será que teve?!… ou teve e foi como se não tivesse tido!!!). O tal processo, Senhora Presidente, continua…(como é do seu conhecimento!) Pelo menos, para “inglês ver”, já que deixou de ser relevante, quanto ao que, inicialmente me propunha!

Imagino que não estivesse à espera deste meu correio! Eu própria também me surpreendi com a minha iniciativa!

Senhora Presidente, não me parece razoável que um processo de tão pouca importância tenha tomado as proporções que a senhora tão bem conhece! Não acha??!!! Sempre entendi que as coisas pouco ou quase nada importantes, se lhes dermos alguma importância, elas ganham, deveras, muita, mas muita importância! Excessiva importância! E, neste caso, particular, considero isso, despropositado! Eu explico:

Não me parece razoável que, depois de constituída a primeira Comissão Arbitral, tenha permitido que o trabalho chegasse a um desfecho e, só nesse momento, tivesse entendido anular essa mesma Comissão Arbitral!!!

Do mesmo modo, não me parece razoável, que depois de ter havido uma segunda Comissão Arbitral a pronunciar-se, ainda não tenha tido nenhuma notificação sobre a decisão tomada!!! (Deve ser porque só há seis meses de processo!!!!!)

Senhora Presidente, se não a conhecesse bem, pensaria que havia aí segundas intenções… porque… até parece perseguição pessoal ou algo pior!!!)

A reclamação da avaliação docente, senhora Presidente, é um direito que todos temos… a senhora incluída!

Esse foi o único argumento que me levou a fazê-lo! Principalmente, porque encontrei no processo, factos que se revelaram pouco transparentes e eticamente questionáveis – tal como consta na minha reclamação!

Falamos disso pessoalmente e em várias ocasiões. Trocámos, inclusivamente, alguns e-mails sobre legislação e sobre a consulta de documentos que entendi serem-me úteis na minha reclamação! A senhora, à data, até lamentou a abordagem levada a cabo, a alguns assuntos de importância maior!!!

Recorda-se?! Estou certa que sim!

Senhora Presidente, quero esclarecer que não reclamei por vaidade! Não reclamei por me achar merecedora de uma nota que me permitisse aceder a uma cota, quando tantos outros meus pares, também não a tiveram!

Reclamei porque tenho esse direito! Tal como todos os outros parceiros o poderiam e deveriam ter feito!

Reclamei porque considerei que o modelo usado na nossa avaliação final, não permitia uma clarificação dos descritores utilizados!! (Entretanto já modificado!)

Reclamei porque, até à data, ainda ninguém conseguiu provar-me qual foi o critério para a atribuição de “muitas vezes” e “sempre”!

Senhora Presidente, reclamei porque, até à data, ainda ninguém conseguiu justificar-me como foi possível quem “sempre” esteve presente ter sido avaliado com “muitas vezes” e quem muitas vezes esteve ausente, ter sido avaliado com “sempre”! Percebe?! Não é fácil!!!!

Sei que sabe do que falo…sei que sabe ao que me refiro! Também por essa razão, a sensação de dever cumprido é tão reconfortante para mim… apesar de injusta!

Reclamei, Senhora Presidente, porque não pertenço ao grupo dos que, conhecendo as injustiças, ficam calados!

Senhora Presidente, os professores, hoje, encontram-se divididos: uns rendem-se, pois não gostam do desconforto que esta linha de cidadania oferece e muito menos de pagar o preço da dignidade e da liberdade! Percebe?! Por isso, escolhem o conforto da omissão, do silêncio, do deixa andar – designada por muitos de “mãe da crueldade”!

Os outros, Senhora Presidente, que não se entregam e se insurgem contra o que não pode ser aceite, somos vistos como pares estranhos; com a mania de que somos diferentes e até incomodativos!

Senhora Presidente, não me vejo como estranha e, incomodativa, também não pretendia sê-lo! Mas também, por essa razão, enfrento desconsiderações e, ao que parece… perseguições!

Mas, porque entendo ser legítimo questionar a necessidade de renovação de um sistema que se revela pouco transparente e, acima de tudo, injusto, isto não diz respeito a TODOS e à senhora, inclusive?!!! Isto não nos obriga a algum pronunciamento???!!!

Por que razão há tanta necessidade de fuga à responsabilidade individual e afogamento de voz nestas questões que a TODOS dizem respeito?

SOMOS PROFESSORES! Sou-o com muita dignidade e orgulho! Ter tido ou não uma avaliação capaz de traduzir-se numa cota, não altera o valor do meu desempenho! Tenho plena consciência disso! E a senhora, creio, que também o sabe, porque já nos conhecemos doutras temporadas e já pisamos, juntas, as mesmas calçadas e até, as mesmas salas de aula!

Essa é a razão e a obrigação de ter de intervir; de renovar, de reclamar de um sistema que seja capaz de nos representar! Correndo sempre o risco de, neste processo, termos de escolher entre sermos livres e tranquilos!

Sabe, escolhi ser LIVRE… para poder ficar TRANQUILA!

Senhora Presidente, não façamos malandrices com quem nunca se afastou das dificuldades que o nosso trabalho tanto exige e, neste período, particularmente atípico, nunca deixou de estar na linha da frente dos desafios, absolutamente, nunca antes vividos! Não permitamos esta subtil humilhação de reclamar o que é, reconhecidamente, justo para quem tem provas dadas!

Senhora Presidente, se todos nós sabemos que o PODER é um jogo, que seja um JOGO LIMPO! Porque a ESCOLA merece-nos isso!

Na vida, na profissão e, principalmente na EDUCAÇÂO, NÃO PODE VALER TUDO!

Não pode haver dois pesos e duas medidas! Não podemos querer ser bons professores e…em paralelo, querer ser…outra coisa qualquer! À ESCOLA o que é da ESCOLA…aos tribunais o que é dos tribunais!

Se o nosso trabalho em si mesmo já é suficientemente difícil, não devemos permitir que o despotismo de alguns contribua para a eternização de um mau ambiente na ESCOLA. Assim, como a existência de alguns militantes apartidários, quase sempre prontos a trocar o amor próprio, pela titularidade de determinados cargos!

Senhora Presidente, a democracia de fachada não faz nada bem à ESCOLA.

Os “títulos”, os “cargos”; e “comendas” só servem para alguns! Porque, quem é PROFESSOR, nunca deixa de ser PROFESSOR! E esse é o título maior que TODOS devíamos carregar…só esse!

A ESCOLA, Senhora presidente, está doente! A nossa, particularmente, em estado bastante grave! Este desgaste físico e emocional está a afetar TODOS!

Ninguém, neste processo, sairá vencedor! Perdemos TODOS! E mesmo tendo feito uso de todos os procedimentos legais, há questões de ética que devemos ser capazes de honrar! Porque, é preciso provar TUDO, exigir TUDO…para que TUDO fique na mesma! Já pensou nisto?!

Veremos, no futuro, se haverá “vacinação” para tal pandemia! Porque…já ninguém tem medo de agulhas e muitas outras variantes surgirão! Porque…a pandemia afetou TODOS…mas não afetou TODOS do mesmo modo! Alguns, protegeram-se muito antes da vacinação!

Fique bem…cuide-se muito!

Helena Alves

Este Mês, No JL/Educação

Foi escrito tão cedo que nem contemplou as mais antigas ou recentes especulações sobre um potencial novo ME.

JL/Educação, 23 de Fevereiro de 2022

Não é tema novo: o exercício da docência está transformado num labirinto, capaz de competir com a busca de Astérix pelo impresso A38 no oitavo dos seus XII Trabalhos. Se das paredes da sala dentro (não digamos “portas dentro”, tanto por razões pandémicas que exigem a sua abertura, seja por questões simbólicas associadas à “sala fechada ao exterior”) há muito que se tornou num labirinto em termos humanos, pela necessidade de (re)agir de forma imediata a múltiplas solicitações individuais, dessas paredes para fora foi-se instalando um ambiente de tipo obsidiante e, na acepção original do termo, kafkiano.

Para além da completa inversão do chamado “ónus da prova” em relação ao sucesso ou insucesso escolar, foram criadas sucessivas camadas, qual cebola mutante, de procedimentos burocráticos para que os docentes demonstrem a bondade da avaliação feita em relação ao desempenho dos alunos. Isto não é novidade, apenas matéria velha, requentada e reciclada. O que nem sempre é dito de forma clara e explícita é que esta deriva tem vindo a ser aprofundada por muitas figuras que outrora se destacaram na defesa do exacto inverso, ou seja, da liberdade de acção do professor reflexivo e crítico, autónomo nas suas opções pedagógicas e não só, defensor de uma Educação emancipadora dos espartilhos administrativos e ideológicos dos mecanismos de dominação de uma sociedade capitalista e (então apenas) liberal.

Se fizermos uma arqueologia breve dos nomes ligados, nos últimos 10-15 anos, à teorização dos sucessivos registos de tudo e mais alguma coisa, da planificação à implementação, monitorização, avaliação e reavaliação da mais fugaz iniciativa de trabalho com os alunos, encontramos uma coincidência flagrante com pessoas que nos anos 80 e pelo menos inícios dos aos 90 do século XX se afirmavam adeptos das teorias críticas da Educação que protestavam contra a menorização do trabalho em sala de aula em relação ao aparato administrativo que eram imposto aos professores pelas tendências “liberais” que exacerbavam os princípios ditos “de mercado” relacionados com a accountability e a obsessão com a quantificação e a medição dos desempenhos. Diziam então que o mais importante na Educação eram os aspectos relacionais e a sua dimensão humanista, não redutível a números e fórmulas. Agora, fazem destas e daqueles a sua vida e até se desdobram em “formações” sobre a melhor forma de recuperar velhas quadrículas que o excel agora permite sofisticar até uma quase impensável náusea. E liam-se autores como Michael Apple ou Philipe Perrenoud com um prazer e proveito que foi sendo esvaziado.

Porque o que Michael Apple designava como “ideologia de controlo” está aí bem presente perante nós, com a imposição de soluções formatadas a partir de uma matriz quase única, restando apenas um “humanismo retórico” (Michael Apple, Ideologia e Currículo. Porto, 1999, p. 103) num modelo educativo que continua a apostar no modelo da dominação, só que ao serviço de outros senhores. Como as ditaduras que se sucedem ao derrube das anteriores ditaduras. Como os novos pensamentos únicos (agora virtuosos) substituem os antigos (apresentados como nocivos).

Há várias décadas, o mesmo autor denunciava que “enquanto os processos de controlo técnico entram na escola disfarçados de ‘sistemas’ de avaliação desenhados, os professores vão sendo desqualificados [e] consequentemente requalificados”, acrescentando como tudo isso se operacionaliza na formação de professores, em “cursos e oficinas de reciclagem, em publicações dedicadas aos professores, em modelos de ajuda”; segundo Apple este processo conduz à desqualificação dos docentes e ao atrofiamento constante das suas competências educativas e a sua “requalificação” (leia-se, no presente, “formação contínua”) inclui a substituição das suas aptidões e acompanha o crescimento de técnicas de modificação dos comportamentos e de fornecimento de materiais pedagógicos e curriculares uniformizadores que escapam ao controlo dos docentes (Michael Apple, Educacion y poder. Barcelona: Paidós, 1997, edição original de 1982, p. 158).

Nos anos 90 do século XX, traduzia-se com abundância Philippe Perrenoud e a sua defesa de uma avaliação formativa que alguns agora parecem querer apresentar como novidade e ideia sua. A diferença é que Perrenoud nos avisava quanto às armadilhas do voluntarismo e da ingenuidade de certas estratégias com escassa sustentação na realidade quotidiana. De acordo com ele “uma avaliação formativa pura e rígida cria de facto um stress relativamente constante ligado à complexidade e variedade da informação a gerir; ao sentimento de impotência perante as dificuldades de determinados alunos [e] ao tempo que passa, aos prazos que se aproximam sem que os progressos sejam suficientes” (P. Perrenoud, Práticas Pedagógicas, Profissão Docente e Formação. Lisboa: 1997, p. 168). Acrescenta ainda o factor cansaço resultante, entre outras razões, da necessidade de conceber materiais adequados a cada situação específica de cada aluno, assim como a contradição permanente que resulta entre o que seria necessário fazer e o que acaba por se ter de fazer, atendendo às expectativas de bons resultados de alunos e pais e às regras administrativas impostas pelos processos formais da avaliação. Perante tudo isto, Perrenoud declara que os docentes estão obrigados a “acomodar-se a uma incerteza sobre: os objectivos, a forma de os definir, de os hierarquizar; o nível de maestria e a sua medida [e] as possibilidades efectivas dos alunos” (Idem, pp. 168-169).

Só que quase tudo isto foi esquecido pelos seus antigos discípulos por cá que, chegados aos círculos do poder e de decisão, decretaram o fim das incertezas, a inutilidade das contradições e a falta de profissionalismo e formação de quem mencionar qualquer cansaço. Passou a imperar a certeza e o caminho único para o “sucesso”, estando em causa a competência do docente que não assegure ou não demonstre de forma detalhada e rigorosa tudo o que observou, monitorizou, avaliou, reavaliou e deu retorno aos alunos, mesmo em áreas despropositadas, tanto na sua natureza como na imensa subjectividade envolvida.

Exemplificando: em documento de uma Escola Secundária, prevê-se que a avaliação dos alunos na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento inclua o critério “Responsabilidade e integridade”, o qual tem cinco perfis/descritores de desempenho, desde “É sempre responsável e apresenta uma conduta íntegra, em todas as situações” (nível 5) a “Não é responsável nem íntegro” (nível 1), passando, por exemplo por “É responsável e apresenta uma conduta íntegra, com regularidade” (nível 3). E dizem-me que isto tem sustentação nesse documento antológico que responde pelo nome Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória que define estes valores como “Respeitar-se a si mesmo e aos outros; saber agir eticamente, consciente da obrigação de responder pelas próprias ações; ponderar as ações próprias e alheias em função do bem comum.”

E eu questiono: como é que o professor sabe se um aluno ponderou as “ações próprias e alheias em função do bem comum” ou se está “consciente da obrigação de responder pelas próprias ações”? Como quantifica as ações em que tal aconteceu ou não aconteceu? O que corresponde a apresentar “uma conduta íntegra, com regularidade”? Afinal, o que significa isto? O que é que estamos a avaliar quando atribuímos um nível à “integridade” de alguém? E será íntegro quem procede a esse tipo de avaliação? Será “íntegro” proceder a uma avaliação de um critério desta natureza?

O delírio a que chegámos na avaliação dos alunos, só é ultrapassado, numa paradoxal simetria, na avaliação do desempenho dos professores. Neste caso, a avaliação perdeu qualquer natureza “formativa”, limitando-se a ser um procedimento classificativo, destinado a uma seriação para efeitos de progressão na carreira. Ou seja, o professor que deve aplicar os princípios formativos ao avaliar os seus alunos, não tem direito a esses mesmos princípios. Não deveria, já agora, ser avaliada, a “integridade” de quem define os procedimentos a respeitar nessa avaliação e, já agora, de todos os envolvidos num processo tão crítico?

Em boa verdade, nem sei. Pois se quem colocou em marcha esta máquina de triturar a dignidade dos docentes, considerando que nem todos podem ser “generais”, agora surge, em novas roupagens, a lamentar um sistema que limita a progressão na carreira docente (do ensino superior), aprovado por um governo de que fez parte, de que “integridade” podemos falar? Talvez seja melhor ficarmo-nos pela “arbitrariedade”.

6ª Feira

Putin dará a sua “lição” à Ucrânia e depois retirará, ficando com as partes que mais lhe interessam. A Europa, dividida na sua pequenez, pensará nos seus interesses particulares, a começar pela Alemanha presa no seu abastecimento de gás pelo Nordstream, que negociou com a Rússia, deixando de lado polacos e bálticos, mesmo se ameaça parar o Nordstream 2. Na América, Trump já saudou o génio de Putin, o que levará milhões a criticar qualquer medida de Biden, entalado à direita e esquerda, curiosamente com todos a fazer pressão para o mesmo lado, para a indiferença. As sanções económicas e financeiras, a estratégia europeia de soft power, têm um alcance limitado para quem tem uma imensa Rússia e satélites para exibir e exercer o seu poder. Até porque algumas cidades, como Londres e Paris, precisam dos russos, como dos árabes, para venderem o seu brilho (um pouco como por cá acontece com certas áreas de Lisboa e as elites angolanas). Ensaiam-se solidariedades com as vítimas das agressões e opressões, mas ao longe, que o risco é nulo. As coisas são o que são e raramente escapam ao determinismo, desculpem, pragmatismo.