Dia: 3 de Março, 2022
Churchill
Foi escolhido para primeiro-ministro num momento em que as estratégias apaziguadoras de Chamberlain tinham dado o resultado que sabemos. Mas também é sabido que a sua escolha terá sido, em certa medida, para o “queimar” num momento muito difícil, para, de algum modo, o despachar na sua truculência e assim um seu sucessor poder negociar uma paz que mantivesse a guerra na Europa Continental. John Lukaks descreveu-nos os famosos “cinco dias em Londres” em que a teimosia de um político se sobrepôs a calculismos diversos.
O bom e velho Winston – na altura longe de ser um jovem impulsivo – tinha um currículo ideológico e político do qual não vale a pena expurgar as suas visões imperialistas, colonialistas e até racistas. Parte da sua carreira, pelo menos até aos anos 20, está longe de ser do agrado dos palatos mais sensíveis da actualidade.
Mas foi ele que impediu a Alemanha Nazi de dominar toda a Europa e de concentrar todas as suas tropas na frente oriental. Sem a resistência dele, será que a Operação Barbarossa não teria começado na hora “certa”? O que nem sempre a Leste lhe reconhecem, preferindo queixar-se por ele ter criado a expressão “Cortina de Ferro” num discurso de Maio de 1946.
Agora imaginemos que, em Maio de 1940, a decisão de não fazer a paz com Hitler e de continuar a guerra, no que agora se designa como uma “escalada” que trouxe tantos milhares de mortos às cidades inglesas durante os bombardeamentos de Julho a Outubro desse ano, tinha sido contestada porque, afinal, tanto o Adolfo como ele eram dois imperialistas, militaristas e que, no fundo, não havia grande diferença entre ambos, pelo que mais valia chegarem a um acordo. Imaginemos que os discursos que fez aos britânicos, com toda aquela bravata, eram acusados de ser meras incitações ao belicismo e não deveriam ser seguidos, atendendo aos erros do seu passado.
E que os britânicos se tinham rendido, mesmo que fosse com outra designação, porque a sua posição parecia desesperada.
(o curioso é que houve muita gente que até fez esse tipo de apreciações…)
Tod@s @s Professor@s São Pessoas
Mesmo aquel@s que não apreciei no passado como aluno ou mais recentemente como colega. A minha apreciação começou sempre pelas características da pessoa mas, infelizmente, há quem comece as suas desafeições pela condição ou situação profissional. Como se devesse condenar todos os carteiros, só porque tive um par deles que me extraviaram revistas ou perderam encomendas ou todos os padeiros, porque há realmente por aí uma carcaças que não merecem uma boa manteiga de ovelha ou uma bela fatia de presunto ou torresmo a acompanhar, para não falar na saborosa bifana. O simplismo e a demagogia abraçam-se quando se opta por deixar algumas experiências pessoais determinar toda uma atitude perante um aspecto da vida. Traumas, todos os temos. O pior mesmo é quando temos professor@s com desgosto de o serem e por causa disso descarregarem n@s colegas as frustrações pelos seus inconseguimentos passados. Eu, em matéria de escola, tive traumas mais ao nível das caneladas a jogar à bola nos intervalos, ao longo dos anos, mas as marcas passaram depressa. Já, por outro lado, há quem pareça, décadas depois, incapaz de ultrapassar a falta de algum afago ou o excesso de uma crítica. Mas já era tempo de ficarem crescidos. nem que seja para os lados.
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5ª Feira
Escapa-me a lógica de quem acha que contribui para o fim da guerra ao criticar o envio da armas para a Ucrânia se defender – porque provoca a escalada da guerra e das mortes – mas não diz uma palavra sobre a necessidade de parar de imediato o avanço e acção das tropas russas. Não seria isso que terminaria, de imediato, com as mortes e a própria guerra? Porque há argumentos e há puras falácias.